24.7.08

Perder, um perde... Mas, de que forma?

Saudações, tricolores! Hoje, mais um post em busca de explicações e razões para a derrota por 2x0 ante o Internacional. Lamentações e críticas, sim, afinal eu também sou torcedor. Mas vamos lá, na busca por um raciocínio lógico e coerente. Desde já, obrigado a todos pela visita!

Mas que preocupante, não?! Pode parecer exagero, mas creio não ser o único que se preocupa demasiadamente com as derrotas mais recentes. Digo-vos por que. Não é uma mera questão de perder, vencer ou empatar, mas sim, de como estas coisas acontecem. Qual a tônica dos jogos, o que podemos ver e esperar do time, o que nos faz acreditar, ou não, em uma boa temporada (além de apresentações isoladas).

Na partida da noite de ontem, São Paulo FC e Internacional de Porto Alegre fizeram um dos jogos mais travados e feios que já assisti no campeonato brasileiro de 2008. Não, não estou falando isto pelo placar, não! “Longe de mim estar incomodado apenas por isto. É bem verdade que as derrotas são sempre ruins, porém o que mais me foi desagradável foi o futebol apresentado pelas equipes, em especial o péssimo futebol da equipe tricolor.

É mister ressaltar que peças importantíssimas do elenco desfalcaram o São Paulo no jogo de ontem: Miranda e Borges estão contundidos, em processo de recuperação por, pelo menos, mais 3 semanas; Alex Silva e Hernanes estão com a seleção olímpica, em busca da inédita medalha nos jogos de Pequim. Porém, isto não é justificativa para más atuações de um grupo que treina junto quase todos os dias, se conhece há anos (alguns apenas dias ou meses) e só fazem isto da vida: jogar futebol.

Tudo bem, eu sou o primeiro a admitir que a vida seja feita de altos e baixos e que têm dias em que não acordamos bem – ou de saúde, ou de espírito. Não somos máquinas programadas para executar tarefas com preciosa exatidão e eficiência, contudo não posso ignorar que, quando exercemos determinada atividade como nossa principal atividade, devemos estar sempre prontos e preparados para que, no coletivo, os problemas individuais sejam menos relevantes.

Ontem, minha indignação se fez surgir por problemas que considero quase-crônicos no elenco são-paulino. Primeiramente, o problema arrastado desde janeiro de 2007: não temos um meia que dê qualidade ao passe de bola no meio de campo, ligando defesa e ataque (que saudades do Danilo). Este fator já esgotou a paciência de qualquer são-paulino que acompanhe às partidas do time, e eu não sou diferente. Enquanto não tivermos um jogador que cadencie a bola no setor, visualize o jogo e as opções, acalme o jogo, valorize a posse e que sirva com passes, lançamentos e cruzamentos precisos a seus companheiros, nosso meio de campo terá apenas uma função: marcar o time adversário. O assunto cansa, mas cansa mais assistir a um jogo e sentir a falta disso.

Segundo ponto (problema): Juninho não é zagueiro pro São Paulo FC. Infelizmente, pode até ser uma questão de falta de ritmo, falta de partidas, mas não dá pra confiar no cara “nem que a vaca tussa”. Não tem tempo de bola, perde muito facilmente numa corrida e é facilmente levado por um jogador (qualquer) minimamente habilidoso. No jogo de ontem, foi por ele que passou a bola, que sobrou pra Nilmar (ótimo atacante, diga-se) empurrar para as redes. Eu desejo que ele me cale e reverta a situação, mas já não espero muito isso não.

Terceiro: Jorge Wagner não está em um bom ano. Não é um problema crônico, não. Sei muito bem disso. Mas seu rendimento em 2008 está muito baixo, não somente pro seu padrão, mas com relação a seu aproveitamento mesmo. Percebo muita paciência e confiança de grande parte da torcida e de nosso técnico, Muricy Ramalho, para com ele, porém há tempos (este ano) que venho observando certas coisas. O ex-jogador do Internacional não sabe jogar com o pé direito, nem pra dominar a bola, quanto menos fazer passes, cruzamentos, lançamentos e chutes a gol. Tudo bem, admito que ele deu belas assistências nos últimos jogos (inclusive no gol mal anulado da partida de ontem), porém se contarmos quantos passes mal executados (isso é fundamento básico), quantas oportunidades de chute a gol que ele deixa de tentar, quantos escanteios mal batidos (sempre no primeiro-pau ou pra longe da área), é algo de me dar desespero. Além destes problemas, JW não tem velocidade (mesmo não sendo meia de cadência) e quando tem de assumir postura defensiva na marcação, sempre, ou quase sempre, perde na corrida pro adversário, pois não tem nem pique nem explosão. Júnior não vem em boa fase há mais de ano, então não seria opção viável, a meu ver, porém o garoto Alex Cazumba parece ser uma ótima opção para o setor, pois dá muita movimentação e tem bom passe e cruza e lança bem.

Quarto problema: nossa lateral direita é uma coisa misteriosa mesmo. Desde a saída de Cicinho, a queda tem sido constante ano a ano. 2006 foi o ano em que Ilsinho assumiu a lateral/ala direita. Um belo jogador, porém não tão bom (eficiente) quanto seu antecessor. No segundo semestre, Souza assumiu a posição, como “coringa” e desempenhou-a muito bem, conquistando o título de melhor lateral do torneio nacional. Em 2007, foi a vez da bagunça estabelecida. Souza foi pro meio-de-campo (origem) e tivemos o zagueiro Breno, revezando com Alex Silva ou até André Dias, a função de lateral direito, num 3-5-2 mutável para 4-4-2. Isto, também, em razão das sérias contusões de Reasco (contratado em 2006, após a Copa do Mundo, já dispensado, de volta à LDU para a disputa do Mundial Interclubes). Em 2008, nossa diretoria trouxe reforços para o setor como Jancarlos e Éder, além de Joilson. Acontece que o primeiro não correspondeu às expectativas de maneira alguma. Não é marcador e nem apóia o ataque devidamente. Toda jogada ofensiva contra o São Paulo pelo lado direito da zaga é certeza que chegará perto da área, em compensação quando a bola é do São Paulo, o campo fica penso para a esquerda e Jancarlos some de vez na partida. Já, Éder mostrou força, poder de marcação e bom toque, porém uma certa lentidão com e sem a bola, o que fez que perdesse lugar para Jancarlos. Já Joilson, chegou como destaque botafoguense no brasileiro passado e demorou a engrenar no Tricolor. Quando subiu de produção, foi ao ser adaptado como meia/volante pela direita, e não como lateral, ou seja, laterais de confiança não temos, pois o jovem Rafael não inspira isso, não ainda. Além do mais, surgiram informações que dão conta de que Jancarlos estaria sendo negociado com o Fluminense (a que valores, não sei).

Em suma, são diversos problemas a serem consertados. Jogadores que demoraram a engrenar na equipe subiram de produção (Dagoberto e Joilson), outros voltaram a ter baixo rendimento (Hugo), outros recuperaram a boa forma apesar de certos exageros e firulas desnecessárias (Richarlyson). Mas se o futebol continuar neste nível, será complicado levantarmos alguma taça este ano. Temos duas possibilidades: o Hexa nacional e a inédita Sul-americano. Qual você prefere? Ou então, basta, pra você, a vaga na Libertadores-09? A janela européia está no fim, agosto está aí, será que vem um meia pro time? Será que algum de nossos jogadores vai sair (Hernanes e Alex Silva são os mais cotados)?

Eu sempre acredito e torço, mas sinceramente, não estou muito confiante, mesmo com as recentes vitórias. Foram 3 vitórias, duas convincentes e uma no aperto: assim como haviam sido a seqüenciadas sobre Atlético Mineiro, Flamengo e Sport. Mas depois daquelas três, tivemos um empate em casa contra o Ipatinga! Desta vez, o adversário foi o Internacional, muito mais qualificado e mais forte, e jogamos como visitantes, mas – apesar dos méritos da equipe gaúcha – o futebol tricolor desapareceu e se mascarou sob si mesmo. É o que sempre me preocupa. Perder faz parte, pois não jogamos sozinhos e os adversários também se preparam pra vencer, mas perder como perdemos é lamentável e preocupante.

De qualquer forma, Vamos São Paulo!!

Nenhum comentário: