26.6.09

Mudança de Hábito

Enfim, se passa uma semana após a eliminação do SPFC da Libertadores-09 e muita coisa já aconteceu. Muricy Ramalho, após 3 anos e meio no comando do Mais Querido foi dispensado e substituído já no dia seguinte por Ricardo Gomes, mas que não comandou a equipe na derrota por 3x1 diante do Corinthians. Sem delongas sobre Muricy neste post (pois pretendo falar dele num próximo especial que prepararei em breve), agora chega o momento mais ansiado por muitos e temido por outros.

Amanhã o São Paulo tem compromisso com o Náutico em pleno Morumbi. Será o jogo de estréia do novo técnico do SPFC, que veio do Monaco, após uma campanha irregular no nacional francês, terminando em 11º lugar apenas. Porém o técnico já tem uma experiência em solos tupiniquins, tendo sido técnico tanto de Flamengo quanto Fluminense no RJ quanto do Guarani em SP, além de comandar o Figueirense e a seleção sub-23 no pré-olímpico 2003, em um fracasso, mas que não creio que possa ser atribuido apenas a ele. Faltou sorte também.

De qualquer forma, o técnico começará a partida sem Jean, e deixando a dupla de volantes com Richarlyson e Eduardo Costa, utilizando o esquema de 4-4-2, que ao contrário do que a mídia especializada vem afirmando, era um esquema que agradava a Muricy Ramalho, porém que não utilizava-o no SPFC pois enfrentou resistência no começo e o time, de fato, não rendeu e voltou ao 3-5-2. No Brasileiro do ano passado e também no Paulista deste ano, Muricy utilizou este tradicional esquema do futebol brasileiro (hoje muito usado na Europa) em algumas partidas também. O meio de campo ofensivo ficará ao encargo de Hernanes e Marlos, já a zaga será composta por Renato Silva e Jean Rolt, com Junior Cesar pela lateral esquerda e Zé Luis à direita. O ataque será formado, provavelmente, por Borges e Washington, que após polêmica, deve entrar jogando. Mas ainda sob suspeita do torcedor tricolor. Oscar pode aparecer ao longo da partida, porém o time parece ser mesmo este acima citado, com Denis no gol.

Estaremos sem Dagoberto (contundido) e André Dias (suspenso), além de Miranda (ainda com a seleção). Mas vejo que esta primeira partida não deve ser encarada como um teste pro novo treinador, e sim como um jogo de se analisar como será o comportamento, não tático, mas de atitude mesmo, do time são paulino.

Acredito que algum resultado (positivo ou negativo) só poderá ser interpretado mesmo a partir da 4ª ou 5ª partida com Ricardo Gomes no comando, além, é claro, de eventuais mudanças no plantel, caso julguem-nas necessárias. Alguns nomes me soam necessários abandonar os ares do Morumbi, porém vejamos com o tempo. Fato é que Jorge Wagner não estará em campo, nem Hugo, o que talvez indique uma possibilidade de que o técnico não vê nestes dois uma grande chance de continuidade, além de rumores envolvendo JW com o futebol no exterior, já que temos uma janela com o mercado europeu se aproximando.

Bem, amanhã é fé e força pro Tricolor!

Torçamos por uma boa partida, de preferência de um time determinado e mais alegre, mesmo que não vençamos. Cair não cairemos (duvido!). É torcer pra conseguirmos uma campanha pra Libertadores-2010, mas antes mesmo disso, uma campanha de um futebol mais bem organizado e vistoso, se possível.

Boa sorte, Ricardo Gomes!
Vamos pra cima, São Paulo FC!!
Nosso lugar é e sempre será o topo.
Obrigado pelas glórias, Muricy!

19.6.09

Não é um cataclisma, mas…

… seria bom se assim fosse visto!

Enfim, acabou a ansiedade. Engraçado, não fosse trágico: por isso, eis o adjetivo irônico. Foram 90 minutos de sofrimento, sofrimento este, por sinal, sem razão de ser.

Vi, primeiramente, uma desorganização (ou “patifaria”) da PM na entrada do estádio, que nos fez esperar, pelo menos, durante 30 minutos na fila até entrar. Após entrar no estádio, com fé de que sairia de lá, hoje, de peito estufado e o orgulho maior ainda, vi um SPFC muitíssimo mal armado, mal organizado. Até agora, me pergunto: “o que passou na cabeça de Muricy ao escalar o SPFC com 3 zagueiros, sendo um deles o Richarlyson improvisado?”.

Não bastasse a desnecessária defensividade esquemática do time armado por Muricy Ramalho, a insistência em um esquema de jogo com dois atacantes de área (Borges e Washington), inutilizando a possibilidade de jogar com Dagoberto na frente, ou o mesmo na vaga ocupada por Richarlyson, porém jogando como um meia-atacante, ao lado de Marlos, o que daria mais mobilidade e velocidade ao time. Não, não foi assim que Muricy fez.

Após a expulsão de Eduardo Costa que até então, a meu ver, fazia boa partida, o esquema (já falho e equivocado) de Muricy, ruiu de vez! Richarlyson continuou atuando como zagueiro, o que nos manteve com 3 zagueiros (pra quê, se precisávamos ganhar?), ao mesmo tempo que não tínhamos lateral esquerda nem direita, afinal Junior Cesar não fazia nada, não acertava cruzamento algum, e Zé Luis idem, e ambos falhando, e muito, na marcação também! Washington saiu pra entrada de Dagoberto, no segundo tempo, assim como Junior Cesar saiu pra entrada de Hernanes, que pra variar, não jogou bem. Dagoberto até deu velocidade, mas o SPFC joga sempre em muita distância entre seus jogadores, e assim, sua velocidade, tal como a de Marlos, não surtia efeito, visto que não tinha com quem jogar, tabelar e etc. Borges buscou o jogo, mas nas suas tentativas, não conseguia dominar, e nada de finalizar com perigo. Washington, enquanto esteve em campo, foi nulo – não fez absolutamente nada. Muricy, em suas típicas tentativas desesperadas, sacou André Lima do banco e o colocou no jogo, no lugar do nulo Zé Luis. Nada que adiantaria, afinal, o problema não era exatamente o ataque, mas o conjunto todo. Richarlyson ainda fez a proeza de cruzar uma bola, em inversão de lado do campo, e chutou a bola quase no escanteio. Um dos lances mais bizarros da partida. Não bastasse isso, Jean também esteve em uma noite ruim… errou passes que não costuma errar, e, pra variar, quando foi pra frente, só serviu pra gastar energia, pois não serve pra isso, não ainda.

André Dias também foi expulso, mas o zagueiro foi um dos únicos que jogou bem mesmo, tal como Renato Silva, que não foi mal, e Denis, que nada pôde fazer nos gols (o golaço de fora da área e um pênalti).

Em resumo, temos muitos nomes, muitos bons jogadores, mas que, parece-me, que não dão liga mais juntos, ou que não estão se entendendo junto ao técnico Muricy Ramalho. Seja qual for o caso, pra mim, é caso de se reformular o departamento de um modo geral. Muricy é um grande técnico e sempre o defendi. Quem me conhece, sabe! Sou defensor deste em momentos que considero injustos com ele, os quais já citei em outros momentos. Porém, 2008 já foi um ano complicado para ele, sem falar no começo de 2007, especialmente nas eliminações de Paulista e Libertadores. Em 2008, não atribuo a ele os problemas maiores, porém agora em 2009 a situação se torna insuportável. Não é só por resultados que não aparecem ou futebol feio com resultados. Não, é a soma de ambas as coisas. Um péssimo e plasticamente horrível futebol e que nem eficiente tem sido durante estes 6 meses que se seguiram até o momento.

Não acho que Muricy não saiba o que deva ou não fazer, não duvido de suas capacidades. Mas hoje duvido de seu relacionamento com o elenco e, assim, se ele tem a capacidade de lidar com estes problemas que se apresentam e, assim, se tem respaldo dos atletas. Parece-me um casamento desgastado, fracassado dentre glórias e honrarias, porém desgastado e irrecuperável. O torcedor Tricolor deve lhe ser grato por grandes conquistas (Brasileiros-06, 07 e 2008), mas agradecendo-o, despedir-se do mesmo.

Renovação de ares, de ambiente, de profissionais. Parece-me que falta isso ao SPFC, e é isso que imagino ser o ideal. Além, claro, da dispensa de pelo menos alguns atletas. Tem quem esteja no SPFC por passado no clube ou por nome e pompas a que lhe conferiram. No SPFC isso não pode existir e ser admitido como possível.

A diretoria deve apoiar, a princípio, Muricy, como fez nos últimos três anos. Porém, dizer que nada há de mudar nesta postura seria falso. Duvido. Acredito numa reformulação e, hoje, torço pra isso. Fim de ciclo, fim de era, fim. Muito obrigado, foi um prazer, mas já deu. O prazo de validade expirou.

Aos meus amigos que entendem as razões de eu antes ter postura X e hoje ter postura Y, acredito que terão compreensão e discernimento pra “sacar” o que digo. Aos meus amigos que me chamaram de “muricete” e afins, talvez hoje sintam-se orgulhosos de suas afirmações em busca de convencer alguém sobre suas verdades, eu digo: em uma boa parte do que dizem eu não nego e vejo como factíveis, tal como ainda tenho meus argumentos. Mas fato é: hoje espero por mudanças, tal como muitos de nós. E ainda em 2008, se possível! Seja incompetência, “boicote” (como levantou-se uma hipótese em uma roda de discussão que tive com amigos) ou azar, precisamos modificar as coisas. Com humildade em reconhecer os acertos e coragem em admitir os erros.

Bem, é isso!!
Um forte abraço a todos.

ACIMA DE TUDO
NA MAIS DOCE VITÓRIA OU NA MAIS AMARGA DERROTA
EU SOU SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE
ONTEM, HOJE E SEMPRE!

17.6.09

Ansiedade, expectativa e esperança!

A hora se aproxima, o coração bate mais forte a cada informação que sai nos veículos de comunicação, a ansiedade aumenta à medida que percebo que falta pouco tempo pra eu vestir meu manto sagrado e atravessar a grande cidade de São Paulo para ver na minha segunda casa, o estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Tricolor jogando a partida, até aqui, mais importante do ano de 2009.

Não, não é o melhor ano do SPFC. Não, também não há muitas razões para estar confiante, no sentido de o time não estar apresentando um futebol digno de tricampeão nacional consecutivamente! Porém a razão pela qual eu digo "sim, eu acredito!" é que eu torço pelo "Time da Fé". Sou torcedor há pelo menos 20 anos de um clube que tem tal apelido cravado em sua história. Acompanhei algumas das maiores viradas do futebol de que tenho conhecimento, viradas morais, nas quais meu São Paulo era visto como apenas um coadjuvante ou pelo menos como um time que não ofereceria tanto perigo aos adversários, e ressalto, assim, os mundiais interclubes (Toyota e FIFA) de 92, 93 e 2005.

Amanhã, a esta hora (20h), estarei a caminho do Morumbi, junto a meu irmão e meu pai, além de um vizinho. Nestas horas, toda simpatia é válida! Nunca, juntos (meu pai, irmão e eu) vimos o Tricolor perder, nem sequer empatar, no Coliseu da capital paulista. Não será desta vez! E estou confiante de que a virada será amanhã, em um sonoro, 1x0 ou 2x0 mesmo, a nosso favor, é claro!

Acredito e é para apoiar que lá estarei. Espero, acima de tudo, ver um time aguerrido, um leão em campo, e que, mesmo que nossos desejos enquanto torcedores não sejam plenamente atingidos (a classificação), que seja de cabeça erguida e jogando com força e garra!

Vamos tricolores, todos nós, juntos!

Deixemos as diferenças de lado a partir de amanhã e vamos torcer para que aqueles que hoje defendem as cores do Mais Querido honrem-nas e glorifiquem mais ainda a história Tricolor. Que seja para lavar a alma de Muricy Ramalho, que seja para homenagear Rogério Ceni ou que seja para premiar o torcedor que sonha com mais uma Libertadores há mais de três anos. Mas que seja, e primeiro de tudo, pelo próprio SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE.

Vamos São Paulo! Vamos São Paulo!
Vamos ser Campeão!

2.6.09

A máquina de volta aos trilhos!

E parece que, enfim, o motor do Trio-de-Ferro Paulista engrenou! O São Paulo FC que está sempre associado à idéia de ser a maior potência do futebol brasileiro e paulista começou 2009 em baixa velocidade. Foram tropeços bobos no Campeonato Paulista, culminando na eliminação nas semifinais para seu rival (que alguns chamam de co-irmão), Corinthians.

Não bastasse um início instável, a equipe não convencia na Libertadores da América e, graças ao caso da Gripe Suína (la influenza A), se classificou às quartas-de-final após desistência dos mexicanos do Chivas Guadalajara. À espera dos mineiros do Cruzeiro, o SPFC teve tempo pra se preparar. Buscar corrigir seus problemas e recuperar o futebol de suas principais peças contratadas no início do ano ou as de grande destaque no último brasileiro pela equipe: Hernanes, Jorge Wagner, Washington, etc.

Treinos e mais treinos, alguns poucos jogos no torneio nacional antecedendo o duelo brasileiro na Libertadores que serviriam pra dar ritmo à equipe, e de nada adiantou, ao que pareceu!

Porém, neste meio tempo, o SPFC anunciou a contratação de uma jovem promessa do Coritiba, Marlos. Um meio campista de habilidade e velocidade que procura abrir o jogo pelas pontas mas que tem boa presença no setor central do ataque. A princípio, uma faísca de esperança, a princípio...

Neste domingo, após deixá-lo no banco no jogo de ida do continental, Muricy resolveu escalar o garoto dentre os titulares, no lugar de Hernanes (como eu, e muitos outros, sugeriam antes de quarta mesmo). Além disto, colocou Junior Cesar na vaga de Jorge Wagner. As mudanças surtiram um efeito positivo que chegou a surpreender a todos, ainda bem! Já era hora!

Um futebol vistoso, imponente e corajoso, como há tempos não víamos em jogos do SPFC. O jovem meia (sim, agora temos um meia) deu mais mobilidade ao time tricolor e assim ajudou o Tricolor à construir sua vitória frente os mineiros. A partir de não ter tido participação nas jogadas do primeiro e do terceiro gol (3x0), Marlos foi quem encabeçou a jogada (bela jogada) do segundo gol. Após receber bola no meio de campo, de costas para o zagueiro, o meia ajeitou a pelota com o calcanhar em uma espécie de drible-da-vaca, se antecipou ao zagueiro na corrida, dominou-a e esperou que Zé Luis se aproximasse para dar um "totó" (como ele mesmo disse) de leve, enganando o marcador. Zé Luis olhou pra pequena área e cruzou baixo pra Borges empurrar para a rede. Após semana de polêmica, o camisa 17 comemorou o gol com muita energia e explosão! Mostrou seu cartão de visitas como quem diz: "eu represento na hora H". Os outros dois gols foram de Washington (primeiro) após trombar com zagueiros e cabecear pra rede (sem olhar pro gol) e de Dagoberto que correu, dominou a bola e chutou cruzado após bela reposição de Denis (goleiraço!). Detalhe, Dagoberto estava no banco e entrou no lugar de Washington.

A zaga, apesar de uns 2 ou 3 vacilos que percebi, esteve segura na maior parte do tempo e não comprometeu. Os volantes (Jean e Eduardo Costa) mostraram, mais uma vez, força, determinação e qualidade técnica. Ou seja, um SPFC praticamente SPFC, ou melhor, jogando direitinho denovo. Os atacantes reencontrando o caminho do gol, o meio funcionando, o sistema defensivo compactado: não precisa de mais nada! Agora é manter o ritmo e rumar à melhora, até dia 17. Na Libertadores, novamente, posso dizer que se o time mantiver a pegada, tem tudo pra passarmos pelo Cruzeiro e seguirmos no caminho do Tetra. Marlos, o nome da esperança Tricolor, parece que veio pra ficar e trazer, novamente, mais alegrias pra nação Tricolor.