5.8.09

A Caminho do Tetra/Hepta

Saudações, Nação Tricolor!!

Mais acontecimentos na semana do Tricolor e mais uma vez no novo formato!

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Capítulo II

Versículo I
No último domingo o SPFC enfrentou o time do Vitória no Barradão e, mais uma vez, conquistou os três pontos como visitante. Feito este a se considerar um grande feito, afinal este ano o SPFC, enquanto visitante, especialmente no Brasileirão, não estava obtendo sucessos. Com a vitória conquistada por placar magro (Vitória 0x1 SPFC), o Tricolor subiu para o oitavo lugar, já que alcançou a mesma pontuação do clube baiano (porém o SPFC está com uma vitória a menos) e já que o Grêmio (recém adversário derrotado) também tem mais vitórias, venceu no domingo e ficou com o sexto lugar (os 3 com 24 pontos). Assim, estamos a apenas 1 ponto do Corinthians, que é o quinto lugar e a 3 (ou até 5) pontos da zona de classificação pra Libertadores, já que o Internacional (4º colocado) tem 27 pontos com um jogo a menos, podendo ir até 30 caso vença seu jogo adiado e, então, o Goiás ficaria com o quarto lugar, com 29 pontos. Libertadores, nos aguarde em 2010, estaremos aí!

Versículo II
Como já escrevi na última postagem, nosso capitão Rogério Ceni está prestes a retornar e seu retorno, mesmo que apenas no banco de reservas, pode ocorrer no próximo domingo (dia 9) diante do Goiás (confronto direto pela vaga na Libertadores). A presença do camisa 1 são paulino nos treinos do grupo parece coincidir com a evolução do time. Como alguns disseram nos últimos dias, também vejo que não é mera coincidência pra evolução do time o retorno de Ceni. O goleiro é ídolo não só dos torcedores, mas dos jogadores e serve como exemplo de dedicação ao clube. Sem dúvidas isso motiva qualquer um e, além da mudança na filosofia da comissão técnica (com Ricardo Gomes), a presença de Ceni no dia-a-dia dentro das quatro linhas do CT nos últimos 15 ou 20 dias parece ter resultado (ainda que indiretamente) na série de 5 jogos de um SPFC invicto (4 vitórias e 1 empate).

Versículo III
Reforços? Bem, o SPFC contratou dois jogadores nesta janela de transferência de jogadores que atuam no exterior: foram dois gringos (o lateral-direita argentino Adrián Gonzales e o zagueiro chileno Saavedra). Agora expecula-se (notícia publicada pelo Lance Activo) que o SPFC estaria interessado na contração do meia Landon Donovan, um jogador inglês que atua pelo time do Los Angeles Galaxy (nos EUA). O meia foi eleito o craque da MLS (Major League Soccer), porém a meu ver isso não é algo a se considerar como referencial para comparações e uma real análise de seu potencial. É esperar pra ver, porém me soa um tanto esquisito isso, ainda mais analisando que jogadores como Fernandão que estava disponível no mercado da bola sequer foi sondado e acabou indo pro Goiás. Sejam quais forem os critérios, caso Donovan venha mesmo, que seja um bom jogador e o meia que tanto esperamos há anos (sinceramente, I doubt!/duvido!).

Versículo IV
Não chega a ser um reforço pois já estava no clube, mas é um retorno: o zagueiro Rodrigo, velho conhecido da torcida tricolor, está novamente no elenco apto a jogar. Após uma embolia pulmonar, o camisa 4 foi liberado por sua equipe (o namo de Kiev, clube ucraniano) para defender o SPFC por mais um tempo (até o fim de 2009). Além dele, outra negociação foi divulgada (pelo Estado de SP) nesta quarta-feira. Ontem (terça-feira), Juvenal Juvêncio aceitou oferta do clube francês, Monaco, pelo jogador Eduardo Costa, imbutindo cerca de R$6,7mi nos cofres do SPFC. O que será feito de tal dinheiro? A princípio creio que nada, apenas será utilizado para balancear as despesas do clube (como geralmente é argumentado), como justificativa da necessidade de se vender atletas anualmente pra evitar crises econômicas no clube. Mas, sem dúvidas, aproveitar ao menos parte desta cifra na contratação de algum jogador de peso (no nome, não na balança) seria muito bom e de muito interesse da Nação Tricolor mais feliz do Brasil.

Versículo V
Hoje, o Tricolor enfrenta o time da estrela solitário, o Botafogo, no Morumbi. O apoio da torcida se faz fundamental, mais uma vez: especialmente depois de entoarmos no Morumbi, na última quinta, "O campeão voltou!", os jogadores se empolgaram, e os torcedores tricolores-baianos repetiram isso no domingo. Assim sendo, vamos continuar nesse apoio massivo que o São Paulo vai longe deste jeito! O SPFC terá o retorno de Miranda e de Washington (que estavam suspensos), o que é muito importante, afinal, assim as opções aumentam pra equipe. Richarlyson não precisa ser improvisado na zaga, Miranda joga por ali, Washington reassume a vaga mal aproveitada por Borges (já que Henrique ainda não foi testado por RG) e o meio ganha mais opções de volantes (Richarlyson, Jean, Hernanes, Zé Luís e Arouca). Jean deveria voltar pra posição, a meu ver, já que agora temos um lateral direita de origem: Adrián Gonzales, o que acaba com a necessidade (caso vá bem) de improvisos no setor quando este estiver disponível para atuar (caso de hoje, já liberado, sem contusões ou suspensões). Meu time, hoje, seria:

G - Denis;
Z - Renato S., André Dias e Miranda;
M - A. Gonzales (Jean), Hernanes, Richarlyson (Jean), Jr. Cesar e JW (Marlos);
A - Dagoberto e Washington.

Abraços a tod@s!
(5/ago/09)

31.7.09

O Campeão voltou!!

Saudações, Nação Tricolor!!

Agora os textos da Bíblia Tricolor estarão em novo formato. Espero que mais interessante!

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Capítulo I

Versículo I
Ainda é cedo pra dizer que o Campeão voltou, sim, isto é um fato. Mas outro fato é: o futebol voltou a ser jogado. Bola nos pés, movimentação, chuveirinho só em algumas ocasiões propícias, defesa sólida, marcação por pressão no meio de campo e campo adversário, atitude e confiança. Grêmio, quem?

Versículo II
Dagoberto foi o nome do jogo de ontem, sim. Ótima movimentação, jogadas rápidas e fortes, 2 belos gols e muita atitude. Hoje, no Arena Sportv, demonstrou humildade e apesar de admitir certas desavenças no quesito "futebol e táticas" com relação ao ex-treinador do Tricolor (Muricy Ramalho), demonstrou também sua admiração e respeito. Ótima entrevista.

Versículo III
Hernanes está em ascensão há jogos. Desde que Ricardo Gomes recuou o camisa 10 pra sua origem (volante), e atuando à frente de Richarlyson (que fez grande partida) e Jean, o jogador tem apresentado ótimo futebol. Ontem fez grandes jogadas, ótimos passes e um passe de gênio da bola (mesmo, sem exageros) pra Dagoberto abrir o placar. Se continuar nesta toada, vai ficar difícil segurar o cara e o SPFC vai embalar rumo ao Hepta/Tetra.

Versículo IV
A presença de cerca de 13 mil torcedores em um frio cortante sob garoa/chuva na capital paulista, enfrentando vento nas arquibancadas do alto estádio do Morumbi é destaque. A torcida que preciptou-se ao cantar "olé", fez bem, a meu ver, em entoar em alto e bom som: "O CAMPEÃO VOLTOU". Nada como confiança por parte da torcida pra fazer os jogadores desejarem, mais uma vez, o maior título em terras tupiniquins.

Versículo V
Ao que o SPFC recupera seu futebol, o arqueiro mais vitorioso do Brasil nos últimos 15 anos recupera-se de sua cirurgia em tempo mínimo. Rogério Ceni, o eterno camisa 1 do Tricolor, dono da braçadeira de capitão que mais levanta taça nos últimos 5 anos, está prestes a voltar. A volta de Ceni será ótima. Não apenas por sua técnica, pois tem sido muito bem representado por Denis e pelo, infeliz, Bosco (força, Paredão!). Mas a importância enquanto liderança dentro das quatro linhas e de ganância por vitórias. Ontem, eu vi uma camiseta de Che Guevara com uma de suas frases mais célebres e clássicas: "Hasta la victoria, siempre!" (Até a vitória, sempre!). Acho justo uma dessa com a foto de Ceni no lugar do Che, ein?!

Versículo VI
Com as chegadas de Saavedra e Adrián Gonzales, o técnico Ricardo Gomes (que até o momento está fazendo muito bom trabalho, afinal, já está mudando o jeito de jogar da equipe, aliás, com muito mais vistosidade e garra que no resto deste mesmo ano) terá mais opções de jogo ainda! Saavedra, a meu ver, deve ser reserva mesmo, já que Renato Silva parece estar reencontrando bom futebol (após oscilação recentemente) e pela possível permanência de Rodrigo (e não ouvi comentários muito animadores sobre o zagueiro chileno). Gonzales, por sua vez, deve mesmo conquistar uma vaga na equipe logo-logo, mas no lugar de quem? Ou um volante vai rodar (Richarlyson ou Jean?) ou um zagueiro (no caso, Renato Silva) mudando o esquema tático do time de 3-5-2 pra 4-4-2. Sinceramente, eu não sei o que faria! E vocês?


Abraços a tod@s!
VAMOS, SÃO PAULO!!
O CAMPEÃO VOLTOU!!!

26.6.09

Mudança de Hábito

Enfim, se passa uma semana após a eliminação do SPFC da Libertadores-09 e muita coisa já aconteceu. Muricy Ramalho, após 3 anos e meio no comando do Mais Querido foi dispensado e substituído já no dia seguinte por Ricardo Gomes, mas que não comandou a equipe na derrota por 3x1 diante do Corinthians. Sem delongas sobre Muricy neste post (pois pretendo falar dele num próximo especial que prepararei em breve), agora chega o momento mais ansiado por muitos e temido por outros.

Amanhã o São Paulo tem compromisso com o Náutico em pleno Morumbi. Será o jogo de estréia do novo técnico do SPFC, que veio do Monaco, após uma campanha irregular no nacional francês, terminando em 11º lugar apenas. Porém o técnico já tem uma experiência em solos tupiniquins, tendo sido técnico tanto de Flamengo quanto Fluminense no RJ quanto do Guarani em SP, além de comandar o Figueirense e a seleção sub-23 no pré-olímpico 2003, em um fracasso, mas que não creio que possa ser atribuido apenas a ele. Faltou sorte também.

De qualquer forma, o técnico começará a partida sem Jean, e deixando a dupla de volantes com Richarlyson e Eduardo Costa, utilizando o esquema de 4-4-2, que ao contrário do que a mídia especializada vem afirmando, era um esquema que agradava a Muricy Ramalho, porém que não utilizava-o no SPFC pois enfrentou resistência no começo e o time, de fato, não rendeu e voltou ao 3-5-2. No Brasileiro do ano passado e também no Paulista deste ano, Muricy utilizou este tradicional esquema do futebol brasileiro (hoje muito usado na Europa) em algumas partidas também. O meio de campo ofensivo ficará ao encargo de Hernanes e Marlos, já a zaga será composta por Renato Silva e Jean Rolt, com Junior Cesar pela lateral esquerda e Zé Luis à direita. O ataque será formado, provavelmente, por Borges e Washington, que após polêmica, deve entrar jogando. Mas ainda sob suspeita do torcedor tricolor. Oscar pode aparecer ao longo da partida, porém o time parece ser mesmo este acima citado, com Denis no gol.

Estaremos sem Dagoberto (contundido) e André Dias (suspenso), além de Miranda (ainda com a seleção). Mas vejo que esta primeira partida não deve ser encarada como um teste pro novo treinador, e sim como um jogo de se analisar como será o comportamento, não tático, mas de atitude mesmo, do time são paulino.

Acredito que algum resultado (positivo ou negativo) só poderá ser interpretado mesmo a partir da 4ª ou 5ª partida com Ricardo Gomes no comando, além, é claro, de eventuais mudanças no plantel, caso julguem-nas necessárias. Alguns nomes me soam necessários abandonar os ares do Morumbi, porém vejamos com o tempo. Fato é que Jorge Wagner não estará em campo, nem Hugo, o que talvez indique uma possibilidade de que o técnico não vê nestes dois uma grande chance de continuidade, além de rumores envolvendo JW com o futebol no exterior, já que temos uma janela com o mercado europeu se aproximando.

Bem, amanhã é fé e força pro Tricolor!

Torçamos por uma boa partida, de preferência de um time determinado e mais alegre, mesmo que não vençamos. Cair não cairemos (duvido!). É torcer pra conseguirmos uma campanha pra Libertadores-2010, mas antes mesmo disso, uma campanha de um futebol mais bem organizado e vistoso, se possível.

Boa sorte, Ricardo Gomes!
Vamos pra cima, São Paulo FC!!
Nosso lugar é e sempre será o topo.
Obrigado pelas glórias, Muricy!

19.6.09

Não é um cataclisma, mas…

… seria bom se assim fosse visto!

Enfim, acabou a ansiedade. Engraçado, não fosse trágico: por isso, eis o adjetivo irônico. Foram 90 minutos de sofrimento, sofrimento este, por sinal, sem razão de ser.

Vi, primeiramente, uma desorganização (ou “patifaria”) da PM na entrada do estádio, que nos fez esperar, pelo menos, durante 30 minutos na fila até entrar. Após entrar no estádio, com fé de que sairia de lá, hoje, de peito estufado e o orgulho maior ainda, vi um SPFC muitíssimo mal armado, mal organizado. Até agora, me pergunto: “o que passou na cabeça de Muricy ao escalar o SPFC com 3 zagueiros, sendo um deles o Richarlyson improvisado?”.

Não bastasse a desnecessária defensividade esquemática do time armado por Muricy Ramalho, a insistência em um esquema de jogo com dois atacantes de área (Borges e Washington), inutilizando a possibilidade de jogar com Dagoberto na frente, ou o mesmo na vaga ocupada por Richarlyson, porém jogando como um meia-atacante, ao lado de Marlos, o que daria mais mobilidade e velocidade ao time. Não, não foi assim que Muricy fez.

Após a expulsão de Eduardo Costa que até então, a meu ver, fazia boa partida, o esquema (já falho e equivocado) de Muricy, ruiu de vez! Richarlyson continuou atuando como zagueiro, o que nos manteve com 3 zagueiros (pra quê, se precisávamos ganhar?), ao mesmo tempo que não tínhamos lateral esquerda nem direita, afinal Junior Cesar não fazia nada, não acertava cruzamento algum, e Zé Luis idem, e ambos falhando, e muito, na marcação também! Washington saiu pra entrada de Dagoberto, no segundo tempo, assim como Junior Cesar saiu pra entrada de Hernanes, que pra variar, não jogou bem. Dagoberto até deu velocidade, mas o SPFC joga sempre em muita distância entre seus jogadores, e assim, sua velocidade, tal como a de Marlos, não surtia efeito, visto que não tinha com quem jogar, tabelar e etc. Borges buscou o jogo, mas nas suas tentativas, não conseguia dominar, e nada de finalizar com perigo. Washington, enquanto esteve em campo, foi nulo – não fez absolutamente nada. Muricy, em suas típicas tentativas desesperadas, sacou André Lima do banco e o colocou no jogo, no lugar do nulo Zé Luis. Nada que adiantaria, afinal, o problema não era exatamente o ataque, mas o conjunto todo. Richarlyson ainda fez a proeza de cruzar uma bola, em inversão de lado do campo, e chutou a bola quase no escanteio. Um dos lances mais bizarros da partida. Não bastasse isso, Jean também esteve em uma noite ruim… errou passes que não costuma errar, e, pra variar, quando foi pra frente, só serviu pra gastar energia, pois não serve pra isso, não ainda.

André Dias também foi expulso, mas o zagueiro foi um dos únicos que jogou bem mesmo, tal como Renato Silva, que não foi mal, e Denis, que nada pôde fazer nos gols (o golaço de fora da área e um pênalti).

Em resumo, temos muitos nomes, muitos bons jogadores, mas que, parece-me, que não dão liga mais juntos, ou que não estão se entendendo junto ao técnico Muricy Ramalho. Seja qual for o caso, pra mim, é caso de se reformular o departamento de um modo geral. Muricy é um grande técnico e sempre o defendi. Quem me conhece, sabe! Sou defensor deste em momentos que considero injustos com ele, os quais já citei em outros momentos. Porém, 2008 já foi um ano complicado para ele, sem falar no começo de 2007, especialmente nas eliminações de Paulista e Libertadores. Em 2008, não atribuo a ele os problemas maiores, porém agora em 2009 a situação se torna insuportável. Não é só por resultados que não aparecem ou futebol feio com resultados. Não, é a soma de ambas as coisas. Um péssimo e plasticamente horrível futebol e que nem eficiente tem sido durante estes 6 meses que se seguiram até o momento.

Não acho que Muricy não saiba o que deva ou não fazer, não duvido de suas capacidades. Mas hoje duvido de seu relacionamento com o elenco e, assim, se ele tem a capacidade de lidar com estes problemas que se apresentam e, assim, se tem respaldo dos atletas. Parece-me um casamento desgastado, fracassado dentre glórias e honrarias, porém desgastado e irrecuperável. O torcedor Tricolor deve lhe ser grato por grandes conquistas (Brasileiros-06, 07 e 2008), mas agradecendo-o, despedir-se do mesmo.

Renovação de ares, de ambiente, de profissionais. Parece-me que falta isso ao SPFC, e é isso que imagino ser o ideal. Além, claro, da dispensa de pelo menos alguns atletas. Tem quem esteja no SPFC por passado no clube ou por nome e pompas a que lhe conferiram. No SPFC isso não pode existir e ser admitido como possível.

A diretoria deve apoiar, a princípio, Muricy, como fez nos últimos três anos. Porém, dizer que nada há de mudar nesta postura seria falso. Duvido. Acredito numa reformulação e, hoje, torço pra isso. Fim de ciclo, fim de era, fim. Muito obrigado, foi um prazer, mas já deu. O prazo de validade expirou.

Aos meus amigos que entendem as razões de eu antes ter postura X e hoje ter postura Y, acredito que terão compreensão e discernimento pra “sacar” o que digo. Aos meus amigos que me chamaram de “muricete” e afins, talvez hoje sintam-se orgulhosos de suas afirmações em busca de convencer alguém sobre suas verdades, eu digo: em uma boa parte do que dizem eu não nego e vejo como factíveis, tal como ainda tenho meus argumentos. Mas fato é: hoje espero por mudanças, tal como muitos de nós. E ainda em 2008, se possível! Seja incompetência, “boicote” (como levantou-se uma hipótese em uma roda de discussão que tive com amigos) ou azar, precisamos modificar as coisas. Com humildade em reconhecer os acertos e coragem em admitir os erros.

Bem, é isso!!
Um forte abraço a todos.

ACIMA DE TUDO
NA MAIS DOCE VITÓRIA OU NA MAIS AMARGA DERROTA
EU SOU SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE
ONTEM, HOJE E SEMPRE!

17.6.09

Ansiedade, expectativa e esperança!

A hora se aproxima, o coração bate mais forte a cada informação que sai nos veículos de comunicação, a ansiedade aumenta à medida que percebo que falta pouco tempo pra eu vestir meu manto sagrado e atravessar a grande cidade de São Paulo para ver na minha segunda casa, o estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Tricolor jogando a partida, até aqui, mais importante do ano de 2009.

Não, não é o melhor ano do SPFC. Não, também não há muitas razões para estar confiante, no sentido de o time não estar apresentando um futebol digno de tricampeão nacional consecutivamente! Porém a razão pela qual eu digo "sim, eu acredito!" é que eu torço pelo "Time da Fé". Sou torcedor há pelo menos 20 anos de um clube que tem tal apelido cravado em sua história. Acompanhei algumas das maiores viradas do futebol de que tenho conhecimento, viradas morais, nas quais meu São Paulo era visto como apenas um coadjuvante ou pelo menos como um time que não ofereceria tanto perigo aos adversários, e ressalto, assim, os mundiais interclubes (Toyota e FIFA) de 92, 93 e 2005.

Amanhã, a esta hora (20h), estarei a caminho do Morumbi, junto a meu irmão e meu pai, além de um vizinho. Nestas horas, toda simpatia é válida! Nunca, juntos (meu pai, irmão e eu) vimos o Tricolor perder, nem sequer empatar, no Coliseu da capital paulista. Não será desta vez! E estou confiante de que a virada será amanhã, em um sonoro, 1x0 ou 2x0 mesmo, a nosso favor, é claro!

Acredito e é para apoiar que lá estarei. Espero, acima de tudo, ver um time aguerrido, um leão em campo, e que, mesmo que nossos desejos enquanto torcedores não sejam plenamente atingidos (a classificação), que seja de cabeça erguida e jogando com força e garra!

Vamos tricolores, todos nós, juntos!

Deixemos as diferenças de lado a partir de amanhã e vamos torcer para que aqueles que hoje defendem as cores do Mais Querido honrem-nas e glorifiquem mais ainda a história Tricolor. Que seja para lavar a alma de Muricy Ramalho, que seja para homenagear Rogério Ceni ou que seja para premiar o torcedor que sonha com mais uma Libertadores há mais de três anos. Mas que seja, e primeiro de tudo, pelo próprio SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE.

Vamos São Paulo! Vamos São Paulo!
Vamos ser Campeão!

2.6.09

A máquina de volta aos trilhos!

E parece que, enfim, o motor do Trio-de-Ferro Paulista engrenou! O São Paulo FC que está sempre associado à idéia de ser a maior potência do futebol brasileiro e paulista começou 2009 em baixa velocidade. Foram tropeços bobos no Campeonato Paulista, culminando na eliminação nas semifinais para seu rival (que alguns chamam de co-irmão), Corinthians.

Não bastasse um início instável, a equipe não convencia na Libertadores da América e, graças ao caso da Gripe Suína (la influenza A), se classificou às quartas-de-final após desistência dos mexicanos do Chivas Guadalajara. À espera dos mineiros do Cruzeiro, o SPFC teve tempo pra se preparar. Buscar corrigir seus problemas e recuperar o futebol de suas principais peças contratadas no início do ano ou as de grande destaque no último brasileiro pela equipe: Hernanes, Jorge Wagner, Washington, etc.

Treinos e mais treinos, alguns poucos jogos no torneio nacional antecedendo o duelo brasileiro na Libertadores que serviriam pra dar ritmo à equipe, e de nada adiantou, ao que pareceu!

Porém, neste meio tempo, o SPFC anunciou a contratação de uma jovem promessa do Coritiba, Marlos. Um meio campista de habilidade e velocidade que procura abrir o jogo pelas pontas mas que tem boa presença no setor central do ataque. A princípio, uma faísca de esperança, a princípio...

Neste domingo, após deixá-lo no banco no jogo de ida do continental, Muricy resolveu escalar o garoto dentre os titulares, no lugar de Hernanes (como eu, e muitos outros, sugeriam antes de quarta mesmo). Além disto, colocou Junior Cesar na vaga de Jorge Wagner. As mudanças surtiram um efeito positivo que chegou a surpreender a todos, ainda bem! Já era hora!

Um futebol vistoso, imponente e corajoso, como há tempos não víamos em jogos do SPFC. O jovem meia (sim, agora temos um meia) deu mais mobilidade ao time tricolor e assim ajudou o Tricolor à construir sua vitória frente os mineiros. A partir de não ter tido participação nas jogadas do primeiro e do terceiro gol (3x0), Marlos foi quem encabeçou a jogada (bela jogada) do segundo gol. Após receber bola no meio de campo, de costas para o zagueiro, o meia ajeitou a pelota com o calcanhar em uma espécie de drible-da-vaca, se antecipou ao zagueiro na corrida, dominou-a e esperou que Zé Luis se aproximasse para dar um "totó" (como ele mesmo disse) de leve, enganando o marcador. Zé Luis olhou pra pequena área e cruzou baixo pra Borges empurrar para a rede. Após semana de polêmica, o camisa 17 comemorou o gol com muita energia e explosão! Mostrou seu cartão de visitas como quem diz: "eu represento na hora H". Os outros dois gols foram de Washington (primeiro) após trombar com zagueiros e cabecear pra rede (sem olhar pro gol) e de Dagoberto que correu, dominou a bola e chutou cruzado após bela reposição de Denis (goleiraço!). Detalhe, Dagoberto estava no banco e entrou no lugar de Washington.

A zaga, apesar de uns 2 ou 3 vacilos que percebi, esteve segura na maior parte do tempo e não comprometeu. Os volantes (Jean e Eduardo Costa) mostraram, mais uma vez, força, determinação e qualidade técnica. Ou seja, um SPFC praticamente SPFC, ou melhor, jogando direitinho denovo. Os atacantes reencontrando o caminho do gol, o meio funcionando, o sistema defensivo compactado: não precisa de mais nada! Agora é manter o ritmo e rumar à melhora, até dia 17. Na Libertadores, novamente, posso dizer que se o time mantiver a pegada, tem tudo pra passarmos pelo Cruzeiro e seguirmos no caminho do Tetra. Marlos, o nome da esperança Tricolor, parece que veio pra ficar e trazer, novamente, mais alegrias pra nação Tricolor.

28.5.09

O preço da teimosia? Eu não quero pagar!

Saudações Tricolores!

Desde já, agradeço a todos! Forte abraço do Jezus.

A noite de ontem, de fato, não foi uma boa noite para o torcedor são paulino. Porém foi boa para analisarmos e concluirmos, de vez por todas, as principais falhas e problemas da equipe. Bem, vamos lá! Algumas coisas parecem até óbvias, mas não custa citá-las novamente.

Hernanes, onde está seu futebol? Na partida de ontem, iniciou bem a partida. Mostrando vontade, inclusive boa presença nos primeiros minutos no aspecto tático. Mas sumiu pelo resto da partida, com excessão feita a um passe ótimo a Washington no segundo tempo, no qual o camisa 9 dividiu com o goleiro cruzeirense e levou a pior, perdendo a chance de gol. Hernanes "não joga", não o que sabe, há quase 6 meses já, desde que foi deslocado à função de meia armador. O problema é que não adiantaria voltá-lo à função de volante, porque parece que desaprendeu a marcar também.

Jorge Wagner, que raciocínio lento, meu Deus! O camisa 7 tricolor parece que só pensa o que fará na hora que está cercado de marcadores, até perder a bola, girar em torno de si mesmo sobre a perna direita e chutar torto com a esquerda (sua perna "boa"). Cobrou, ontem, seus melhores escanteios nos últimos meses, porém não foi suficiente.

Washington, fim do jejum. Apesar de ter marcado e encerrado seu jejum, o camisa 9 que não teve muitas oportunidades não teve, a meu ver, culpa na partida de ontem, porém não acho que mereça a vaga de Borges. Enfim...

Alguns comentários que tenho lido em sites sobre o Tricolor insistem em criticar o volante-adaptável-a-tudo, Richarlyson, como se a culpa pelo mal futebol pudesse ser atribuída, também, a ele. Considero extrema injustiça, pois tenho visto no camisa 20 muita seriedade, força e raça em campo. Não digo que deva ser titular absoluto, porém não acho justo atribuir um peso destes sobre um jogador que é um tapa-buracos em toda situação e não tem comprometido em nenhum aspecto.

Problemas? Sim, temos e muitos. Mas o que mais me parece gritante está no banco: Muricy Ramalho. Sempre defendi seu trabalho, e ainda o considero grande técnico. Porém, parece-me que sua teimosia e orgulho beiram o ridículo quando este parece querer mostrar à imprensa que não escala time pra TV e sim pra satisfazer suas convicções, mesmo que dê errado. Por que manter Hernanes, Jorge Wagner e Washington no time titular quando temos um reforço pro meio campo chamado Marlos, um ala esquerda veloz e habilidoso chamado Junior Cesar e um atacante que tem sido mais eficiente de nome Borges?! Muricy, sua teimosia, e não incompetência, está fazendo-me descrente de seu real comprometimento com o clube, e começo a pensar se você não tem escalado a equipe pra satisfazer seu orgulho, e talvez nem mesmo suas crenças sobre o que é um bom futebol. Afirma que aprecia o futebol do Manchester United (vicecampeão da Champions League ontem: chupa C. Ronaldo - dá-lhe Messi!), porém me parece que comete os mesmos erros da equipe inglesa: mantém na equipe nomes que não fazem jus ao posto de titulares, no caso da equipe inglesa, o coreano Park e o brasileiro Anderson, no nosso caso, já citei. Acorda Muricy, antes que seja tarde (para nós), não apenas pra mídia ou pra você! Confio em você, justifique o apoio que a torcida sempre te deu e ouça-a, ao menos uma vez na sua vida, além de bater os punhos contra o braço.

Temos três esperanças no banco e que, acredito, podem fazer toda a diferença: Borges, Junior Cesar e MARLOS. Ressalto a ótima partida de Denis, o novo goleiro tricolor, que é muito seguro e não vi, nele, culpa pelos gols tomados. Além do mais, na segunda partida, o Cruzeiro atuará sem sua principal peça: Ramires - o que pode fazê-los menos fortes, e assim espero (apesar de que Kleber-cotovelo-cai-cai poderá atuar). 2x1 fora de casa não foi dos piores resultados. Principalmente levando em consideração o futebol apresentado. Portanto, ainda dá, apenas 1x0 e a classificação é nossa! São 20 dias para Muricy trabalhar a equipe até lá. E trabalhar não é só fazer correria pra condicionamento. Experimentos como os que eu proponho, a meu ver, deveriam ser tentados no Brasileiro (dane-se este torneio, sinceramente não fará diferença alguma pra nós!).

Eu acredito.
VAMOS SÃO PAULO!!

23.4.09

Ê, São Paulo!!

Que sufoco!! Não precisava de tudo isso, mas foi assim que foi. O jogo foi feio demais, do começo ao fim, mas uma coisa foi marcante: a atitude perseverante de uma peça, durante os 90 minutos de jogo. Dagoberto não desistia de jogada nenhuma. Nada era jogada perdida, nenhum lance era à toa, nenhuma bola era impossível. Tudo valia à pena arriscar, se esticar, gastar o ar dos pulmões e se entregar.

Tal perseverança foi premiada com dois gols (ainda bem!), que deram a virada ao Tricolor. Gols merecidos, coroando uma atuação perfeita, na qual o atacante são paulino se doou ao máximo, abriu espaços, correu muito, driblou, cortou, chutou, cruzou, passou e fez tudo que se espera de um grande jogador. Uma pena que estivesse fora de sintonia com o elenco, ou melhor, o elenco é que estava fora de sintonia com ele. O São Paulo saiu perdendo na partida após (a meu ver) falha da zaga que deixou o atacante adversário aparecer pelas costas, em condição legal, e receber ótimo passe, e pela direita da área de Bosco, dar um toque sutil para as redes, ainda no primeiro tempo.

Mas Dagoberto mudaria essa história com seus gols. Um dos gols foi num lampejo de bom futebol de Jean (um ótimo jogador que não vem jogando muito bem nos últimos 3 ou 4 jogos), no qual o volante fez jogada individual de força dentro da área e cruzou rasteiro na pequena área e Dagoberto, espero, apareceu para conferir, por baixo das pernas do arqueiro do América de Cáli. O segundo foi bizarro! O atacante tricolor havia perdido uma jogada na entrada da área e continuou na marcação da saída de bola adversária. O zagueiro, indeciso, resolveu tocar para o goleiro, um pouco na fogueira. Dagoberto não desistiu e continuou correndo em direção à bola, e deu certo! O arqueiro chutou a bola de qualquer maneira, a pelota bateu nas costelas de Dagoberto, que pulara para se proteger, e foi para a rede, lentamente, para desespero dos visitantes. Uma boa dose de sorte, mas muita dedicação premiada também.

Dagô continuou na mesma toada até o fim do jogo. Uma pena que praticamente sozinho, pois Washington estava mal (novamente) e já havia perdido algumas grandes chances. Borges desapareceu no jogo. Hernanes, bem, este deixo de comentar, pois só lembro-me de três lances: um que chutou por cima do gol, outro em que firulou até perder a bola e no fim uma falta muitíssimo mal batida (a ponto de ir pra perto da bandeira de escanteio). Jorge Wagner até começou bem na partida, mas acabou seguindo o ritmo da maioria e parou de jogar no meio da partida. Hugo, que entrou no segundo tempo no lugar de Borges, nada mudou a cara da partida, nem pra melhor, nem pra pior (menos mal). A zaga que falhou no primeiro gol não é tão confiável sem a presença do xerife André Dias. Enfim, por aí vai...

Agora o Tricolor tem 2 semanas para descansar, resgatar o vigor físico, treinar taticamente, aprimorar fundamentos (porque está precisando) e voltar a ter um futebol vibrante (de Libertadores) e bem jogado (não precisa ser bonito). Espero, também, que o Sr. Muricy mude a postura com relação a algumas peças, em especial o intocável Hernanes, que nada faz o jogo todo há jogos e ainda assim é titular absoluto da equipe (?) sem nem sequer ser substituído. Até o próximo jogo, ficamos na expectativa para saber quem será nosso adversário na segunda fase (mata-mata), e torço pra que não seja qualquer "baba", pois só assim pro SPFC tentar, de verdade, apresentar um bom futebol coletivamente.

Abraços a todos e até breve.


Ps.: a torcida não esteve em grande número (pouco mais de 20 mil), eu mesmo não fui, mas gostei de ver o incentivo do início ao fim da partida! Parabéns, Nação Tricolor! Parece-me que a mudança de postura não foi só em um jogo (espero!).

22.4.09

Espaço novo, experiência única, momento histórico!



Foi mais ou menos assim que vi o Morumbi no último domingo. Estive no estádio para apoiar o meu, o nosso, amado Tricolor em duelo contra um dos rivais mais tradicionais de nossa história. O clima nos arredores do estádio era positivo, a torcida estava confiante na reversão do placar da primeira semifinal, as bandeiras asteadas, as camisas que ostentavam o orgulho de ser Tricolor... tudo era nosso por ali.

Ao entrar no estádio, a torcida cantava empolgada. Até na fila dos banheiros, o que havia eram gritos de apoio, cânticos de jogo, hino do São Paulo. Todos demonstravam um ar de força e o ambiente se tornava muito agradável ao passar do tempo. O jogo se aproximava e a ansiedade aumentava. Não é um torneio que muito nos atrai, mas era um clássico, e poderia dar um moral altíssimo para o time. Vencer um clássico, ainda mais em semifinal (mata-mata), de um torneio que durante muito tempo o SPFC não deu a mínima importância... seria bom demais.

O primeiro tempo de jogo foi muito bom, a meu ver, por ter notado bastante movimentação do time. Washington perdeu pelo menos 3 oportunidades claras de gol, num total de 5 chances (2 não fez gols mas, pra mim, por qualidade da defesa). O time movimentava bem a bola, com excessão do sumido (há jogos e mais jogos) Hernanes. Jorge Wagner corria por todo campo, dando opções aos jogadores de ataque, zaga e meio campo. Borges puxava a marcação e acabava desaparecendo. Dagoberto corria por todos os lados, criava jogadas, mas a bola chegava e não entrava. Hernanes arriscou pouquíssimas jogadas e, quando não perdeu a bola, tocou de lado, sem objetividade nenhuma, ou então chutou, pra variar, de fora da área e pra fora do gol.

Não estava dando certo, apesar do volume de jogo. No começo do segundo tempo, algo me fez pensar "no pior". Uma bola na trave, após lance de bola aérea. Na verdade, deveria fazer-me acreditar na pressão tricolor. Mas foi como aquele sinal de "hoje a bola não vai entrar pra nós". E não deu outra, após muito tempo de nervosismo e tensão, o Corinthians, em contra-ataque, marcou o primeiro gol da partida. Um baque, um choque, um tiro no pé dos são paulinos (jogadores e torcedores). O SPFC precisava reverter um resultado maior ainda. Não bastava mais apenas um gol, deveria fazer 2, e o peso da responsabilidade e da missão pareceu ter sido grande demais. Em questão de dois minutos, em novo contra-ataque, bola nas costas da zaga (Rodrigo), e Ronaldo, bem posicionado, marcou o dele. Era o que faltava para o morto deitar.

O que restava de espírito de luta não adiantava mais, pois tudo se traduzia em desespero. Dagoberto, eu via de lá de cima nas arquibancadas, olhava desolado e corria para todos os lados, na esperança de tentar mudar o placar, mas era em vão. Naquele instante o Morumbi se calava e apenas a torcida alvinegra cantava. Cantava. Cantava. E cantava cada vez mais alto.

Cantaram tanto, mas tanto, que o sentimento de injúria se tornava cada vez mais forte. A massa são paulina se entre-olhava na esperança de inverter o barulho, fazer o mando de campo valer à pena, mesmo que perdêssemos o jogo. Cada agrupamento de torcedores amigos tentava, à sua maneira, reavivar o sentimento que os levou ao estádio. Alguns cantavam trechos do hino tricolor, outros xingavam os adversários, outros beijavam seus uniformes, fato é que ninguém se sentia menor e apenas pensava o que diabos acontecera naquela tarde de domingo. Eis que, muito depois de a torcida corinthiana gritar forte que o Morumbi era deles e que quem mandava lá eram eles, a torcida uniformizada mais famosa do time tricolor resolveu fazer alguma coisa e, como sabemos, alguns só agem após a atitude de alguns supostos líderes da massa.



A torcida Independente puxou, forte, o Hino mais belo do Mais Querido tricolor do mundo. O estádio inteiro entoou cada estrofe, verso, refrão, em uníssono, com todo o ar que cada um tinha nos pulmões. Quando a um faltou fôlego, o outro cantou por dois, e assim se seguiu. Foram 10 ou 15 minutos de cantoria intensa. Primeiro o Hino, depois "ô ô ô ô ô... é TrI-Co-LoR!". Dentre outros cânticos, a massa são paulina mostrava o porque o Morumbi é seu e do SPFC. Pela primeira vez voltei pra casa orgulhoso, não de ser são paulino, pois disso sempre tive orgulho extremo graças ao histórico do time mesmo, mas orgulhoso da torcida tricolor, que apesar de alguns abandonarem o estádio "cedo", a maioria permaneceu em pé e cantou até o final. O amor expresso intensamente, sem rodeios, de maneira mais natural possível. Expontâneo e único. Histórico. Diferente.

Mesmo após o apito final, todos saíram cantando, como se tivéssemos vencido um torneio. Não, não um torneio de fato, mas havíamos vencido um de nossos maiores inimigos históricos: o abandono nas situações adversas. Vencíamos a vergonha e reconhecíamos nossa grandeza perante o mundo e nós mesmos. Sabíamos, ali, que nossa história e nosso amor pelo São Paulo não se restringe a uma ou duas derrotas ou vitórias, mas é muito maior que isso. Saímos, sim, tristes pela derrota, porém orgulhosos por nossa vitória fora de campo, a vitória de nosso sentimento pelo Maior, pelo Grande, aquele que "Dentre Os Grandes" é "O Primeiro".

"Óh, Tricolor! Clube Bem Amado
As Tuas Glórias Vêm Do Passado!"

Hoje, nossa história tem mais um capítulo, pela Libertadores da América. São Paulo x América de Cali em pleno Morumbi. Nosso palco, nossa casa, nosso estádio, nosso lar, nosso mando, nosso Coliseu, nosso orgulho, nosso símbolo, nosso gramado, nosso universo. É mais um passo rumo ao sonhado Tetra, sonhado desde pouco tempo, desde 2005, afinal, todo ano sonhamos com isso, pois todos os anos temos a chance de chegar nele, diferentemente de muitos. Vejo que hoje sairemos com a vitória no placar e chegaremos com boa campanha para a disputa de mata-mata na segunda fase do torneio. De qualquer forma, continuamos em nossa luta, e por isso hoje, em casa (estou enfermo), cantarei "Vamos, vamos Tricolor! Vamos não pára de lutar... Vamos, vamos Tricolor! Para sempre vou te amar!"

Força São Paulo, tu és minha paixão!

13.4.09

Solidariedade a um Mito!!

Definitivamente, este começo de semana não está bom para o Tricolor.

Após a derrota no clássico (comentarei brevemente ao fim deste post), no treino desta tarde, nosso goleiro-artilheiro e capitão, Rogério Ceni, sofreu contusão no tornozelo esquerdo. A princípio, a idéia era de uma torção, apenas, com suspeita de possível fratura. Porém, o pior se concretizou em verdade, e nosso capitão deverá fazer cirurgia nos próximos dias para a colocação de pinos, a fim de calcificar os ossos novamente na posição correta e deve ficar em torno de 4 meses fora dos gramados.



A previsão para recuperação pode variar para mais ou menos tempo, fato é que enquanto estará fora dos gramados, seu reserva imediato, Bosco, assume a meta tricolor. Assim, Bosco deve ser o goleiro do SPFC na fase final do Paulista e na continuidade da Libertadores, mesmo que o Tricolor chegue às finais, pois até lá RC não deve ter condições de jogo.

A perda maior não é simplesmente pela qualidade de Rogério dentro das quatro linhas sob as três traves, mas enquanto um espírito de liderança inconteste e único no São Paulo FC há mais de 15 anos como titular absoluto. Rogério Ceni representa o SPFC tal como o SPFC é sempre associado à sua imagem nos últimos tempos.

Lamentável é pouco adjetivo para tamanho problema e perda. Agora, nos cabe manter as esperanças no elenco, para a continuidade nos torneios de 2009 e torcer por uma recuperação total, mesmo que não tão breve, de nosso eterno camisa 01. Para que este nos traga mais muitas alegrias, tal como foi um dos principais responsáveis por isso durante os últimos 4 anos.

Obrigado, e muita força, Capitão!
Você é e sempre será o Maior do Maior do Mundo.
Rogério Ceni, o Eterno dono da camisa 01 Tricolor!!
Aguardo seu retorno!



Bem, agora, alguns comentários menos importantes.
Sobre a partida de ontem contra o time da Zona Leste Paulistana recém-chegado da Série B do Brasileirão-08, ano em que fomos Hexa.

A postura do time não me agradou, querendo aproveitar a vantagem do empate para jogar na base do contra-ataque, o SPFC se tornou covarde e chamou o adversário para seu campo. O jogador de quem mais esperamos uma jogada que desequilibre as partidas, Hernanes, se escondeu durante 90% da partida e nada fez para mudar o quadro. Jorge Wagner, que a meu ver vinha fazendo uma boa partida, apesar de uma falha na primeira etapa, cometeu falha absurda faltando 20 segundos pro fim da partida. Era lance para chutar a bola pra longe, ao invés de tentar manter a posse, já que não tinha para quem tocar (Hernanes estava escondido, pra variar). Mas quis fazer o mais difícil, perdeu a bola e nós o jogo.

Tivemos ainda a infelicidade de perder Arouca contundido, sem falar que não tínhamos Zé Luis pra fazer a direita, nem defensivamente. Pra piorar as coisas, Ronaldo-9 que havia dado entrada duríssima em André Dias, digna de expulsão (a meu ver) jogou o jogo todo com apenas um "amarelinho". E, no começo do segundo tempo, Sálvio (Corinthians) Spínola inventou (pra variar) má-intensão por parte de André Dias em suposta entrada em Elias, que tentou atravessar André Dias como se este fosse apenas um holograma. Falta inventada (com lei da vantagem correndo) e segundo cartão amarelo, resultado, vermelho pra André.

Com um a menos, um time que não conseguia criar no meio passou a criar menos ainda, e com Hernanes apagadíssimo, não havia como melhorar, e não melhorou mesmo, nem com a entrada de Dagoberto, que não conseguia pegar, sequer, uma bola açucarada pra mostrar o futebol que mudou o jogo da última quinta-feira. Uma pena. Mas ainda teremos mais 90 minutos para reverter o placar, e não tenho dúvidas de que, se puder, RC lá estará para, no Morumbi, passar toda sua experiência e vibração positiva e sãopaulina para seus companheiros!

São Paulo, o time da fé?!
Sim, EU ACREDITO!!



Abraços a todos,
Jezus.

10.4.09

Crônica da Virada Santificada

Um trânsito infernal, que atrasou a chegada de boa parte da torcida tricolor ao glorioso Morumbi, no fim da tarde de ontem, 9 de abril, foi o principal ponto negativo. Um horário bizarro para um jogo. Okay, não foi as 16h, o que seria pior pra todos que trabalham, e não foi às 22h, que também é ruim pra quem depende de transporte público, porém foi tão ruim quanto ambos para quem depende de um fluxo de carros razoável no trânsito, e não o fluxo de horário do “rush”.

Este trânsito também foi responsável por minha estressante chegada ao estádio no fim do intervalo da partida. Enquanto não chegava, sofria ouvindo o jogo pela rádio. Os comentários não eram animadores sobre a performance da equipe são paulina. O gol sofrido, menos ainda, ainda mais porque eu sabia que tinha sido em falha grotesca (que só depois pude ver, na internet) de Rogério Ceni. Ou seja, “Nada está a favor do Tricolor esta noite” era meu pensamento. “O capitão está mal, o trânsito um inferno e, acredito, não chegarei a tempo de ver o jogo e sequer entrar no estádio”. O pessimismo tomou conta de mim e nada me fazia acreditar na possibilidade de melhora.

Enfim, as 7h55 exatamente, cheguei à região do estádio e pude estacionar. A facilidade em encontrar vaga me surpreendeu, e ao descer do carro, ouvi gritos de gol de torcedores que viam o jogo em um bar pela TV. Não, era alarme falso, uma bola que passou rente à trave no fim do primeiro tempo, e só. Mas isso me encheu de esperanças novamente. Eu que havia chegado lá apreensivo durante todo o trajeto, irritado e com um grito de gol entalado na garganta, além da vontade imensa de cantar pelo São Paulo dentro do carro, mas o sentimento de solidão era tão forte que não tive forças para tanto. Mas, finalmente, eu estava perto do Maior do Mundo e lá poderia dar todo meu apoio, mesmo que ficasse sozinho.

Cheguei no finzinho do intervalo ao estádio, após correr à toda velocidade e chegar sem ar na geral - pois vi o jogo de lá, afinal, não consegui ingressos pra arquibancada. Era meu primeiro jogo no ano no Morumbi, tá faltando verba, mas não faltaria apoio. Começa o segundo tempo e consigo encontrar meu irmão e pai que lá estavam também. Pronto, a aliança entre nós três é encarada como uma aliança infalível. Com raras excessões, quando estamos juntos, o Tricolor vence! Havia de ser assim ontem também, e foi! Após alguns minutos unidos, falta pro SPFC e Rogério exige boa defesa do goleiro uruguaio. Não demorou muito, pois o tempo voa na derrota, e após jogada aérea, Borges recebeu a bola e, como um grande matador e oportunista, arrematou com perfeição no ângulo direito do goleiro do Defensor Sporting. Mais três minutos, e após falha da defesa em cruzamento pela esquerda, Borges aproveita a bola que sobra e, caindo, chuta a bola que quica até o canto esquerdo do gol e, caprichosa e chorosa, entra.

Parecia que algo estava reservado, e até certo ponto, lembrei-me: pensei “que o gol de empate do SPFC saia quando eu estiver já no estádio”. Me senti predestinado após o gol. Uma bobeira imensa de minha cabeça, mas que me fez sentir a importância que é pra uma equipe algo chamado energia, e a energia emana da torcida, em especial, e cada um daqueles que, como eu, sofriam no trânsito até o estádio, estava fazendo falta. Quando todos já haviam chegado, a moeda mudou de lado e o problema se foi. O time de lilás (roxo), quase um co-irmão de nosso rivais, Corinthians, voltou pro Uruguai abatido e com a classificação mais ameaçada ainda, apesar de estarem priorizando o torneio nacional, tendo jogado ontem com muitos reservas, fato que não facilitou pro SPFC não, pois estes quiseram mostrar serviço.

Alguns momentos do jogo de muita tensão e confusão em jogadas mais ríspidas. Porém um jogo que trouxe mais confiança ainda pra equipe. Em momento importante, pois domingo tem semifinal contra o Corinthians, e um empate já é um grande resultado, afinal, jogamos por dois empates, com o regulamento debaixo do braço. Mas acredito em, pelo menos, uma vitória e um empate na somatória dos dois jogos, assim eliminamos o Corinthians do torneio e ainda tiramos a tal “invencibilidade em 2009″ da equipe de Mano Menezes.

Ao final da partida de ontem, a saga continuou, afinal, fui pegar meu carro, já na cia de meu pai, que decidiu vir embora comigo, e encontrei meu carro com o pneu furado!! Brincadeira?! Na verdade, estava ultra-murcho por problemas que não vem ao caso explicar aqui. Mas enfim, foi um susto... Bem, mas por sorte ou seja lá o que for, ao menos o Tricolor havia vencido, porque trocar pneu às tantas da noite após uma derrota teria um sabor mais do que amargo e seria extremamente indigesto!! Mas Borges e Dagoberto resolveram mudar a história da noite de ontem e, felizmente, salvaram o jogo. O primeiro com seus gols, o segundo com a postura apresentada em campo, decisiva para a pressão exercida pelo Tricolor até o fim da partida.

É isso aí, obrigado a todos que leram até o final.
Forte abraço!

Não precisou de mais de 1 semana pra amedrontar os rivais

Após um clima frio pré-clássico, tivemos no último sábado um Choque-Rei bem jogado. Não foi um partidaço memorável no sentido de entrar pra história como um dos melhores dos últimos tempos, porém o Tricolor levou a melhor, colou na liderança e venceu aquele que era o líder invicto do Paulista-2008.

O duelo entre W9 e K9 foi vencido pelo são-paulino, para nossa alegria. Keirrison mal apareceu no jogo, e nas duas oportunidades que teve, não foi feliz. Na primeira, entregou de bandeja a bola para Rogério Ceni, que nem sequer precisou se esforçar. Na segunda, já ao fim do jogo, chutou forte, mas Ceni bem posicionado defendeu a pelota. Enquanto Washington, que teve duas chances, matou logo na primeira oportunidade. Após bela jogada e ótimo lançamento (de canhota) de Hernanes, pela ponta direita, a bola buscou a cabeça de Washington, que só teve o trabalho de se jogar pra frente em direção ao chão, num “meio-peixinho” para empurrar a redonda pras redes. Resumindo, estamos bem servidos na frente. O São Paulo poderia ter ampliado o placar, mas impos uma postura própria no jogo e dificultou a partida, que poderia ter sido empatada não fosse o bom posicionamento de Rogério Ceni nos lances, de uma marcação muito bem feito no meio de campo e de uma zaga comprometida.

Ontem, o Tricolor passou pelo Guaratingueta e, graças ao empate do Corinthians na rodada do fim de semana, reassumiu a vice-liderança. O que mais torna isso interessante é o fato de que, terça-feira, o Palmeiras também empatou. Consequentemente, a liderança do alviverde está ameaçada, afinal, apenas 2 pontos os separam de nós. Caso o Tricolor vença a última partida, contra o São Caetano, na cidade de Presidente Prudente (em estranha decisão, pra variar, mais uma da FPF), o São Paulo torce por um empate ou derrota do time da Rua Turiassú. A vitória palmeirense assegura o primeiro lugar da equipe, porém caso empatem e o SPFC vença, a pontuação se iguala, porém o primeiro critério de desempate é o número de vitórias. Hoje, ambas equipes encontram-se com 12 vitórias no torneio, ou seja, o Tricolor chegaria à sua 13ª vitória contra 12 dos vizinhos de CT.

O torneio estadual mais disputado do Brasil (ainda assim, sem muito sal), ganha brilho nas retas finais, já que os 4 maiores times do Estado estão na ponta. Sem contar que a Portuguesa (time muito tradicional da cidade) está com a mesma quantia de pontos e vitórias do Santos, mas sofreu UM gol a mais, o que a deixa com o Saldo de Gols inferior e a coloca, assim, fora da área de classificação. Além disto, o Santo André ainda tem chances, e caso vençam a Portuguesa, no fim de semana, e o Santos tropece diante da Ponte Preta, podem, também, chegar às finais.

Vale lembrar que chegarmos em segundo lugar, à frente do Corinthians, nos garante decidir as semi-finais em casa, ao passo que a primeira colocação nos permite decidir semi e finais (caso lá cheguemos) no Morumbi também. Ou seja, toda mandinga é válida agora contra nossos rivais.

Enquanto isso, a Libertadores só chega na semana que vem no Morumbi, contra o Defensor do Uruguai. Uma vitória pode garantir a classificação tricolor. Além, é claro, de embalar a equipe pro returno da fase de grupos e ajudar o SPFC a fazer uma das melhores campanhas dentre todos os grupos, o que também traz vantagens de disputar as segundas partidas das fases finais em casa, caso nossa campanha de primeira fase tenha sido melhor que a do adversário em questão.

Portanto, Vamos São Paulo!! Nossos rivais estão tremendo…

27.3.09

Choque-Rei silencioso, até o apito inicial...

Após a investida de Pardal (atacante tricolor), Oberdan segura a bola. Com o empate, a moeda caiu de pé.*

Após a investida de Pardal (atacante tricolor), Oberdan segura a bola. "A moeda caiu de pé".*

Enquanto 90% da mídia esportiva (especialmente televisiva e radialista) é dedicada a falar sobre Ronaldo e Corinthians (50% do tempo é Ronaldo, 40% é Corinthians), o fim de semana se aproxima e pouco se ouve falar sobre o líder do campeonato, Palmeiras, e o hexa-campeão nacional que está na cola do time de Ronaldo (isso, time de Ronaldo, e não Ronaldo do Corinthians, pois este já se tornou o foco principal faz tempo). O Palmeiras já está classificado e busca a liderança consolidada por antecipação, o Sampa vem de vitória contra o Noroeste fora de casa, por 1x2, e caso vença o clássico, combinando com um empate ou derrota corinthiana, se torna o segundo na tabela - o que é importante para as semifinais serem decididas em casa.

Até o momento, o clássico tende a ser o mais forte em termos técnicos, ou ao menos em disputa acirrada pela vitória, em vista que a rivalidade dos dois tem sido a mais pesada nos últimos anos do que qualquer outra no estado. Bem, outra verdade é: não existe mais um rival fixo para o SPFC, mas o SPFC é o rival mór de todos os grandes paulistas faz tempo (desde 2005, ano mais glorioso desta década que a mídia faz questão de esquecer em todos os momentos que cita a potência bélica tricolor a fim de diminuir um pouco a força que o São Paulo representa dentro e fora do país).

Arlindo (SPFC) marcando Leivinha (Palmeiras), anos 70.Arlindo (SPFC) marcando Leivinha (Palmeiras), anos 70.

O clássico Choque-Rei (SPFC x Palmeiras) tende a ser bem disputado, apesar de desfalques sensíveis e já certos: Miranda (convocado à seleção) e Diego Souza (que foi expulso na última partida do Palmeiras e cumpre suspensão). Além dos dois, o Tricolor pode não contar com o eficiente e sempre presente, apesar da pouca badalação, Borges. O matador são paulino que atua lado a lado com Washington fazendo a dupla de ataque do SPFC sente dores no joelho esquerdo, e apesar de seus exames não terem acusado nada mais sério, nada traz certeza de sua participação ou não. Em caso de ausência, provavelmente Dagoberto, que é atacante de mais movimentação porém sem grande eficiência na finalização, deve entrar em seu lugar. A qualidade técnica aumenta, porém as chances de gols, ao menos em tese, diminuem sensivelmente.

Alguns duelos em particular entrarão em campo neste sábado, as 16h10, no estádio do Morumbi. A começar pelos bancos, que contarão com Vanderlei Luxemburgo, do lado alviverde, e Muricy Ramalho, defendendo as três cores mais queridas. São os dois técnicos considerados mais fortes no cenário nacional (em atividade no Brasil), seguidos de Mano Menezes e mais um punhado de técnicos menos badalados. Nos últimos anos, os duelos têm sido equilibrados. Em 2008, foram 2 vitórias para cada lado e 1 empate (2 vitórias palmeirenses no Paulista, 1 tricolor na primeira semifinal do mesmo torneio e 1 no Brasileiro, além de um empate também válido pelo Brasileiro).

Outro duelo interessante fica por conta dos camisas 10, Hernanes (SPFC) e Cleiton Xavier (Palmeiras). Ambos estão em fase de destaque e impõem respeito a quem quer que seja o adversário. A vantagem, em meu entendimento, está do lado tricolor. Não só por considerar Hernanes mais completo que o rival, mas também por considerar a zaga tricolor superior à palmeirense, o que, em tese, pode facilitar a vida do camisa 10 na armação de jogadas. Além do que, nosso meia joga com o apoio de Jorge Wagner (um algoz aos olhos dos palmeirenses), que hoje atua mais pela meia-esquerda, e, mais importante ainda, o indiscutivelmente habilidoso e não só promessa, mas realidade, volante Jean, que sabe marcar muito bem e também colabora com grandes jogadas de ataque do time, sem deixar a zaga descoberta. Pra completar, Cleiton Xavier vem de contusão e, até quinta-feira, dia 26, não estava 100%.

Mas, talvez, o mais importante duelo seja entre os dois 9 que foram artilheiros do último nacional, ao lado de Kléber Pereira (do Santos): W9 e K9 (Washington, SPFC, e Keirrison, Palmeiras). As novas letras aderidas ao idioma português no último acordo gramatical, K e W, que antes nada tinham de português, quanto menos brasileiras, hoje são destaques incontestes em suas equipes. Keirrison é o artilheiro (momentâneo) do estadual, com 12 gols, e promete mais. O jovem atacante vindo do Coritiba já marcou contra o Tricolor no ano passado, e tem fome de bola. Deve dar muito trabalho à equipe são paulina. Porém, do outro lado, temos um matador experiente e que não se intimida ante a jogos importantes, nem mesmo clássicos. Washington é do tipo de jogador que perde muitas chances, mas porque não hesita em tentar o arremate. E, se assim for, com o tanto de oportunidades que o SPFC deve criar no jogo, deve guardar o seu gol no sábado.

Duelos como Marcos x Rogério Ceni (que tem no Palmeiras seu prato-principal na arte de fazer gols) são dispensáveis de comentários, em vista de todos os que já houveram. Além do mais, não sei dizer se o ídolo palestrino estará em campo ou não (tomara, pois faz um tempo que ele não é mais o mesmo... torcedores do Colo-Colo que o digam).

Palhinha em dividida em Choque-Rei, anos 90.Relembrando momentos: Palhinha em dividida em Choque-Rei, anos 90.

Forte abraço a todos e um ótimo clássico!

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Choque-Rei, mais do que uma rivalidade, é história.

* A moeda que caiu em pé refere-se a seguinte história. Quando Corinthians e Palmeiras eram hegemônicos nos torneios paulistas, enquanto definiam-se as regras para o Paulista de 1943, foi dito por seus então mandatários que o torneio seria decidido no cara-ou-coroa, e que "Para saber quem vai ser o campeão é só jogar na moeda. Se der cara, o Palmeiras leva. Se for coroa, o Corinthians conquista a taça". Frederico Menzen, então presidente tricolor, questionou: "E o São Paulo?". "Só se a moeda cair em pé" foi a resposta obtida. No fim do campeonato, deu São Paulo campeão (após empate contra o Palmeiras), e, assim, "a moeda caiu em pé".

A Moeda que caiu em pé.Troféu simbólico dado aos jogadores campeões.

24.3.09

Unificação dos títulos brasileiros?

Boa noite, irmãos tricolores (e não-tricolores)... hoje o assunto é polêmico!


Nesta última terça, soube de uma movimentação de bastidores organizada por diretorias de alguns dos clubes mais relevantes do futebol nacional. Tal movimentação tem motivo: a unificação dos títulos brasileiros. Mas de que estamos falando, afinal? O que quero dizer com "unificação"?

As diretorias de clubes como Bahia, Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Fluminense e Botafogo se uniram em prol de um objetivo: a construção de um dossiê que busca a equiparação (nivelação em mesmo grau) dos títulos da Taça Brasil e do Robertão com relação ao Campeonato Brasileiro em reivindicação junto a CBF.

O que foi a Taça Brasil? Similar à atual Copa do Brasil na fórmula de disputa, a Taça Brasil era um torneio em mata-mata disputado entre os campeões estaduais do ano anterior. Durou de 1959 a 1968 e teve como campeões o Santos, por 5 vezes (consecutivas), o Palmeiras, por 2 vezes (alternadas), o Bahia, o Cruzeiro e o Botafogo (cada um com 1 título).

O Robertão (ampliação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, vulgo Rio-SP, pois incorporou times de MG, RS, PR e posteriormente BA e PE) era um torneio mais semelhante ao Brasileiro que durou até 2002, com ressalvas. Dois grupos em disputa, dos quais primeiro e segundo lugar de cada grupo faziam um quadrangular final de turno único. O que somasse mais pontos seria o então campeão. Foi disputado entre 1967 e 1970. Deste, saíram campeões Palmeiras (2 vezes), Santos e Fluminense (1 vez cada).

O Campeonato Brasileiro como hoje conhecemos (apesar de algumas mudanças de ano pra ano) é disputado desde 1971, e surgiu devido ao surgimento e crescimento do futebol em mais regiões, que não apenas o eixo Rio-SP e adjacentes. Sendo, a princípio, disputado por 17 equipes (entre primeira e segunda divisão - criada junto ao Brasileiro). Foram diversos os nomes, o que às vezes confunde a cabeça do amante do futebol, como Campeonato Nacional, Copa Brasil (não Copa do Brasil, nem Taça Brasil), Taça de Ouro, Copa União (organizada em 1987 e com suas respectivas polêmicas) e, por fim, o Campeonato Brasileiro, mas que no fim das contas, o torneio é o mesmo, apenas com reformulações pertinentes a melhor ajustar os interesses e torná-lo mais competitivo e atraente.

Bem, então vamos aos argumentos. Muitos afirmam que a Taça Brasil deu origem ao Campeonato Brasileiro, mas a forma de disputa deste já é diferente, tanto porque os times que da Taça Brasil participavam serem apenas os campeões estaduais, quanto porque não era um torneio que abrangia todos os Estados do Brasil, sendo sua eliminatória (ou seja, forma de classificação para participar) de natureza excludente aos cantos mais afastados do Brasil amante da bola. Além disto, o status de campeão dava a um clube a possibilidade de iniciar-se na competição com vaga assegurada nas semi-finais (???), fato este que deu ao Santos a vantagem em disputar o torneio de 62 e 63 a partir de tal fase. Justo, talvez, alguns dirão, porém é como a Azurra (Itália) iniciar a próxima Copa do Mundo de 2010 nas semi-finais e, com mais tempo para preparar-se e mais descansada, possa mais facilmente abater qualquer adversário que chegue para tentar tirar desta o trono e o cajado de Reis do Mundo da Bola.

Hoje, ao saber de tal reivindicação destes clubes (citados ao início do post), acompanhava o programa Bate-Bola da ESPN. Eis que o jornalista, colunista e comentarista do respectivo veículo esportivo, Mauro Cezar Pereira, declarou-se radicalmente contra tal medida. Comparou os campeonatos citados ao recém-conquistado Brasileiro de 2008 pelo nosso amado São Paulo FC. Como poderia um torneio de 38 rodadas, com longas viagens, concentração, de diversas rodadas decisivas e repletas de situações importantes ser equiparado a um torneio vencido em quatro jogos pelo glorioso Santos de Pelé? Com todo respeito à conquista, ao clube e à torcida santista, apesar de Pelé e cia terem sido os maestros de tal orquestra e sinfonia, o campeonato Taça Brasil é impensavelmente similar ao atual Brasileiro, tal qual o Santos de Robinho conquistou duas vezes (inclusive, fazendo-nos amargar terrível derrota - em 2002). A Taça Brasil está muito mais próxima do que é a Copa do Brasil, tanto em termos de importância, quanto de relevância histórica.

Ainda argumentam que a Taça Brasil levava o campeão à Libertadores. Pois bem, a Copa do Brasil também o faz, mas ainda assim abarca um número muito maior de grandes equipes e dá chance a muito mais equipes provarem seu valor em torneio mata-mata (preferência nacional, por aspectos emocionais e/ou às vezes incompetência em longas competições, ou por administração ou algum possível deslize passível do azar). Além do mais, se o torneio Robertão fosse equiparado ao atual nacional, seria menos injusto, digo, menos injusto mesmo, pois foi uma tentativa de abraçar o máximo possível de grandes equipes do cenário nacional, mas ainda assim de maneira mais limitada e restrita.

Tais atitudes, por parte das diretorias, me parecem por demais uma tentativa alucinada de justificar um presente inócuo, fruto de administrações ineficientes e de extrema baixeza, que levaram tais clubes a períodos longos de sabor amargo na garganta. Times grandiosos, mas que esvaziam sua história na tentativa de elevar títulos não tão relevantes assim, esquecendo de um presente a ser trabalhado, em busca de um futuro tão ou mais glorioso que seu passado que tanto tentam glorificar, mas não para si mesmos, e sim para os olhos alheios. Uma vaidade enorme em tentar enobrecerem-se, não em atitudes, mas para tentar diminuir os feitos de outros.

Não, sem exageros. Como recentemente nossos vizinhos de CT (o Palmeiras) entrou com requirimento junto à FIFA pelo reconhecimento de um torneio que, na época, era tido como um Mundial de clubes, mas que o mundo não vê, naquele, tal relevância. Torneio, do qual, o SPFC foi quem ergueu a taça por duas vezes. Como se, por algum acaso, a atual Libertadores da América perdesse seu valor por alguma questão econômica e a Sul-Americana erguesse sua força e, ao voltar da Libertadores, aqueles campeões da Sul-Americana alegassem junto a CONMEBOL a validade de suas taças como legítimos gigantes da América de seus respectivos anos. Ou mesmo se nosso SPFC reivindicasse à CONMEBOL (tal como outros poderiam fazê-lo) o reconhecimento de que a Copa Conmebol, vencida em 1994 com o "Expressinho Tricolor" sob o comando de Muricy Ramalho, como a Sul-Americana dos anos 90. Não seria mentira, mas é deveras desnecessário. Tal qual a Copa das Confederações é das "Confederações" e não Copa do Mundo.

Portanto, afirmo, reafirmo e não nego: sou contra a "unificação". Não falo com o coração, falo por argumentação racional e que reconhece o valor de tais torneios, importantíssimos em sua época, mas não considero-os equiparáveis, muito menos unificáveis.


* Informações retiradas do "blog do PVC" (Paulo Vinícius Coelho) e colhidas em atenciosa audiência no Bate-Bola desta noite, 24 de março de 2009.

20.3.09

Bola no chão dá jogo

É tudo que o torcedor são paulino - acostumado aos arsenais de 70, 80 e 90 (que tinha no Tricolor um time de futebol cadenciado, de passes refinados e movimentação) - pede hoje à equipe de Muricy Ramalho. Para isso, não falta qualidade individual, muito pelo contrário.

É bem verdade que não é o futebol que a equipe vem apresentando ao longo dos últimos anos, acostumada a jogos de chutão pra frente, lançamentos em longa distância, bolas paradas e cruzamentos vindos das alas (especialmente da esquerda). Porém, se os jogadores forem analisados, podemos notar uma imensa qualidade destes no fundamento “passe”.

No meio de campo, apesar de não termos um meia nos moldes clássicos, temos um setor muito bem equilibrado, com Junior Cesar pela lateral/ala esquerda, com jogadas de velocidade e boa qualidade de passe. Temos também Jorge Wagner mais centralizado do que nas duas temporadas passadas, como um meia esquerda, dividindo a função de armação de jogadas pelo setor com Hernanes, que fica responsável pelo lado direito do campo. Na extremidade direita, Zé Luis é o responsável na maior parte dos jogos, papel que na última quarta foi desempenhado por Arouca. Zé Luis não é dono de grande qualidade com a bola nos pés, a meu ver, porém é um grande marcador. Hernanes e Jorge Wagner são ótimos no passe, sendo Hernanes um jogador de mais habilidade e velocidade, e Jorge Wagner de boa visão de jogo. Mais recuado está Jean, um volante que mal se pode dizer que é volante, pois tamanha é sua qualidade com a bola nos pés, pode ser também peça importante na armação de jogadas, por ter ótimo passe, muito controle de bola e boa visão de jogo (além de ser rápido).

Na zaga, contamos com Renato Silva, que não chega a ser um zagueiro clássico, mas é bastante técnico, André Dias, o xerife da zaga tricolor, jogador de muita raça e boa técnica, e Miranda, o mais técnico dentre eles (e o melhor do Brasil, no meu entendimento), apesar de não estar em sua melhor fase (ainda assim, convocado por Dunga para a seleção canarinho… vai entender!). Todos estes são jogadores que possuem um passe muito bom, e ainda podem contar com a segurança rotineira (apesar de alguns vacilos na última partida) de Rogério Ceni, o goleiro que atua como líbero, com permissão para agarrar a bola com as mãos.

No ataque, os matadores Borges e Washington dispensam comentários. Borges parece ter encontrado seu espaço no campo ao lado do ex-carrasco do Tricolor em 2008. Ambos estão muito bem entrosados e, salvo alguns caprichos desnecessários (como alguns que ocorreram na partida contra o Defensor), são sempre uma certeza de gol, ou, ao menos, uma preocupação grande ao adversário, tanto por sua capacidade de arremate, quanto na qualidade de pivôs, que ambos exercem com muita propriedade.

Sem falar das opções que o SPFC tem no banco de reservas para diversos setores, o SPFC tem um time que pode colocar a bola no chão e fazer, se não igual, um futebol semelhante à escola clássica do São Paulo Futebol Clube. O futebol de classe, de toque de bola e eficiência, de times mortais e temidos, especialmente desde os anos 70. O futebol que empolga e encanta o torcedor são paulino de longa data. Futebol de cabeça erguida, bola de pé em pé e o adversário na roda. Tudo depende de um fator único: com calma, deixar a bola rolar suave no tapete dos Deuses do Futebol e fazer o que sabe fazer, tocar a bola.

Bola no chão dá jogo! E a prova disso é que nos momentos em que o SPFC fez isso contra o Defensor (URU) na última quarta-feira, ofereceu perigo ao adversário, e na primeira vez, marcou um gol em chute forte e bem colocado de Borges, após passe milimétrico de Jean. Aliás, placar final de 0×1, uma vitória importantíssima fora de casa que não somente dá a segurança e tranquilidade pra continuidade do torneio, como ainda coloca o SPFC como favoritíssimo ao caneco e, além do mais, aumenta as chances de fazer a melhor campanha de primeiro turno, possibilitando que os jogos de volta da fase de mata-mata sejam decididos em casa.

Forte abraço, Nação Tricolor!

Vamos São Paulo, Vamos São Paulo! Vamos ser campeões!

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Nota: não posso deixar de comentar e deixar minha mensagem de solidariedade a um dos principais responsáveis por nossa história de glórias, o uruguaio Pedro Rocha, que está em momento difícil em sua vida e precisando de apoio. Rocha sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral, vulgo “derrame”) e apresenta sequelas, como dificuldade ao caminhar e até alguns sintomas de depressão. As informações que tenho são de que o SPFC está apoiando o ex-craque (Verdugo ou Dom Pedro Rocha, como era conhecido) em ações voltadas à atenção de sua saúde, através de seu departamento médico do clube (Dr. José Sanchez, Dr. Marco Aurélio Cunha, dentre outros, que prestam atendimento e acompanham Rocha). Nos cabe a torcida por este grande mito de nossa história, não só por tudo que fez com a camisa Tricolor, mas por tudo que representa para o Mundo do Futebol (inclusive, Pelé dizia que Dom Pedro Rocha era, a seu ver, um dos 5 maiores do mundo em seu tempo).

Pedro Rocha, com a bola, foi um dos maiores ídolos do SPFC durante os anos 70.

Pedro Virgílio Rocha Franchetti (com a bola em mãos) foi um dos maiores ídolos do SPFC durante os anos 70 (1970-1977).

6.3.09

Acima de qualquer suspeita...

Finalmente, "acima de qualquer suspeita" uma partida digna de São Paulo Futebol Clube em 2009. Não, não é exagero coisa alguma! Ontem, antes da partida eu escrevi sobre minhas expectativas com relação ao estilo de jogo do SPFC, e pareceu-me que eu realmente tinha razão com algumas coisas.

Muricy utilizou, felizmente, Junior Cesar na partida, jogando Jorge Wagner pra meia esquerda, dando mais poder de marcação no setor do que com Hugo, e também possibilitando jogadas de velocidade pela linha de fundo, além, é claro, de jogadas de bola aérea (sendo que uma delas resultou no primeiro gol, aos 2 minutos, de Washington). O jogo do SPFC não foi um jogo super dinâmico, mas foi lá e cá, com a diferença de que nosso arqueiro esteve inspiradíssimo, nosso trio de zaga foi muito bem, o meio de campo soube trabalhar a bola de pé em pé, marcou muito bem e o ataque foi super eficiente (isto porque também perdeu muitos gols, alguns por mérito do goleiro do América de Cáli).

O sistema de 3 zagueiros, que eu cheguei a citar como algo, em certas vezes, desnecessário, ontem teve razões de permanecer, em vista que o time colombiano não estava retrancado e, com dois atacantes, um deles alto, buscava muito a jogada de bola alta. Ou seja, o sistema de 3 zagueiros não foi bem explorado por eles e funcionou.

(foto: Hernanes, autor do belo passe para o segundo gol sãopaulino, gol que resultou em briga*, fonte: globoesporte.com)


Tivemos um time que soube explorar as fraquezas do adversário ontem, foi pra cima e diminuiu os espaços, inclusive marcando a saída de bola do time colombiano. Ontem, senti confiança novamente. Percebi que Muricy reviu algumas idéias, e provavelmente mostrou confiança no potencial de seus atletas, o que os deu mais força pra jogar o que sabem jogar. Além, é claro, que a presença de Rogério Ceni em campo é um diferencial. Traz uma dose extra de confiança para os beques tricolores, torcedores e transmite sua experiência a todo o elenco. Vimos um time aguerrido, de pegada e força, mas sem deixar a qualidade técnica de lado (aliás, Hernanes ainda imendou um chapéu num meia adversário que o rapaz deve estar se perguntando, até agora, o que foi aquele vento na testa).

Por fim, digo: ontem o São Paulo que bota medo em seus adversários mostrou sua identidade, apresentou suas armas, festejou os 50 anos de Libertadores, fez valer toda sua força e experiência, seu peso de camisa e o respeito que conquistou nestes 73 anos de história. Gostei de ver, e agora fico no aguardo da próxima partida pelo torneio continental!

Nota do time: 8! Todos foram muito bem, não perfeitos pra um 10 nem semi-perfeitos pr'um 9,5 ou 9. Não houve um jogador que tenha destoado negativamente do grupo num geral. Inclusive Muricy. Todos tiveram papel tão importante quanto os de Jorge Wagner, no cruzamento certeiro para Washington no primeiro gol, quanto de Hernanes, no lançamento pro segundo gol (também de W9), quanto ainda o de André Dias, xerife na zaga, que acertou ótimo cruzamento para Miranda cabecear, e a bola rebatida pelo goleiro sobrar para o gol de Borges, o terceiro do jogo, que decretou a vitória sãopaulina. Portanto, uma nota geral.

Destaques: apenas para Washington e Borges, que não perdoaram quando tiveram suas oportunidades. Só não fizeram mais gols pois o arqueiro adversário, que falhou em não sair na bola do segundo gol Tricolor, esteve muito bem em quase toda partida. Para os dois, uma nota diferenciada: 9. Se continuarem assim, chegam a um 9,5 durante as próximas partidas. 10 é se fizerem isso na final.

(foto: Washington e Borges posam para o "globoesporte.com" como a Dupla do Barulho)


O Paulista está aí (domingo), e parece que Muricy Ramalho vai colocar um mistão (ou um time B - reservas) pra jogar. Espero que o faça mesmo e depois no outro jogo volte a jogar com os principais (estes de ontem), pra que não percam o ritmo e trabalhem mais jogadas alternativas. Mas o que importa agora é que o SPFC é líder de seu grupo, ao lado de Defensor (do Uruguai), com vantagem no saldo de gols (e nos gols pró, segundo critério de desempate). O jogo é só dia 18 de março, então são 2 semanas para trabalhar (e aguardarmos ansiosamente).

Até lá, só digo que A CADA DIA TE QUERO MAIS!!


Força, sempre, Tricolor - O Mais Querido!


* Não, a briga não foi entre Tricolores e colombianos. A briga foi entre os donos da casa mesmo. Entre zagueiro (Viáfara) e goleiro (Mesa), e também de atos de hostilidade por parte da torcida, que arremeçou objetos no gramado, como manifestação (infeliz, pois interrompeu a partida em 4 minutos) de descontentamento com o desempenho da equipe.

5.3.09

Ei, Muricy: é Libertadores!!

E, enfim, após a derrota no clássico de domingo, o San-São (Santos e São Paulo), nosso querido Tricolor está de volta à Libertadores. Será a segunda partida do SPFC no torneio de 2009, e precisa de uma boa atuação, ao menos, trazendo um empate como resultado, diminuindo um pouco a pressão. Porém, é fundamental que o Tricolor apresente um futebol digno de sua história.

Não, não é exagero pensar nisso. O São Paulo possui, no meu entendimento, o elenco mais forte do Brasil este ano (tal como foi em 2005, 2006 e 2007, não em 2008) porém até o momento não utilizou tal elenco como deveria. Responsabilidade de Muricy Ramalho isto. São diversas peças novas, algumas vistas como as melhores do setores para que vieram preencher vaga, outras apenas para composição de grupo mesmo.

O São Paulo, jogando contra o Santos, foi extremamente previsível (como tem sido durante o ano e foi também no início do ano passado). A diferença é que em 2009 há muito mais alternativas de jogo e estas não foram postas em prática. No jogo de domingo, percebi que existem 3 jogadas, apenas, que o SPFC utiliza jogando na formação que o levou ao título brasileiro do ano passado.

1) Ligação-direta: toda bola que passa pela defesa antes de chegar ao ataque, vai simplesmente como um foguete do setor defensivo ao ofensivo, ignorando o setor de meio-campo. Os zagueiros dominam a bola e fazem o famoso "chutão", na esperança de que um atacante a domine e, assim, surja um gol;
2) Jogada individual: quando a bola chega aos pés de Hernanes ou Dagoberto, espera-se, já, o de sempre: firulas fora de hora e lugar que raramente chegam a algum lugar. Tudo bem, algumas vezes isso dá certo. Às vezes, após umas "pedaladas" (remadas, eu diria) de Hernanes, ele chuta a bola a gol e pode dar rebote pros atacantes. Às vezes, Dagoberto puxa uma jogada individual pelas pontas e acerta um passe por entre os zagueiros, e isso resulta num gol. Às vezes;
3) Chuveirada: devido à qualidade de passe do meio campo tricolor estar em baixa, quase sempre que o time adversário está na defensiva (vulgo retranca), a única forma que o time do SPFC consegue pensar para passar por isso é a bola aérea. Seja pelso pés de Jorge Wagner pela esquerda, seja por Zé Luis na direita, a tática adotada tende a ser, sempre, o "chuveirinho".

E isso empobrece demais o futebol sãopaulino. O time é previsível e não consegue encontrar alternativas quando o adversário percebe este enorme "arsenal de jogadas" e passa a anulá-las. Isto, a meu ver, tem grande parcela de culpa nas escolhas feitas por Muricy Ramalho. Que escolhas?

Primeiramente, as peças que jogam: não é de hoje que o futebol do meia Hugo (que não é bem um meia) não convence. Hugo é lento, erra muitos passes, e, ao lado de Jorge Wagner, não consegue efetuar jogadas rápidas, pois o ala tricolor também não tem como característica a velocidade. Em seu lugar, a presença de Junior Cesar se faz necessária e, a meu ver, mais eficiente. Junior Cesar é um lateral esquerdo de velocidade e ofensividade. Não é um grande marcador, mas isso pode ser trabalhado. O que o SPFC precisa, hoje, é de ofensividade alternativa ao "de sempre". Ao lado de Jorge Wagner (jogando pela meia), Junior Cesar (mais à lateral) pode desenvolver triangulações, além de jogadas individuais e de linha de fundo, coisa que o SPFC não faz desde a saída de Danilo (que se entendia super-bem com Junior). Isso, ao menos pelo lado esquerdo, desafogaria Jorge Wagner da função de ser o responsável pelas bolas alçadas. Além do mais, é importantíssimo este tipo de jogadas pelos lados, com Jorge Wagner mais pelo meio, pois como vimos domingo, aumentaria a qualidade no passe e a velocidade, o que facilita muito mais e amplia as jogadas para furar uma retranca, especialmente quando a zaga adversária é alta (caso do Santos) que dificulta as jogadas de bola aérea.

No jogo de domingo isso foi claro. O SPFC não conseguia jogar pelo chão, pois o meio campo fica muito pela esquerda e distante, assim, apelava pras jogadas aéreas, e assim, perdia facilmente, em virtude da alta zaga santista. Além disto, o SPFC manteve a formação inicial com 3 zagueiros por muito mais tempo do que o necessário, pois o Santos estava numa retranca só e não havia necessidade de 3 zagueiros, e sim de preencher o meio de campo para que a bola chegasse com mais qualidade ao ataque. É aí que a entrada de Arouca se fez necessária. Muricy fez isso, colocando Arouca no lugar de Rodrigo, porém demorou demais (pra variar) pra fazer tal alteração. Demorou, pois não adianta em nada apenas 10 minutos para um jogador de meio-campo entrar no jogo e conseguir produzir algo.

Outra coisa que é necessário corrigir, é a ligação-direta. Porém isso não é de total responsabilidade dos zagueiros, mas sim tem sido um reflexo da formação, com um meio de campo que joga muito distante (um jogador do outro) e que não distribui a bola como deveria (que só faz chuveirinho ou jogadas individuais). Caso o jogo esteja fechado, há de se ter alternativas para passar a bola, fazer a bola rolar de pé em pé, mesmo que não seja na base da velocidade. Se o meio-de-campo se acerta neste aspecto, a zaga não se sente na necessidade de dar "chutão pra frente" toda hora que o adversário marca a saída de bola.

E, por fim, o SPFC precisa de um meio campo mais preenchido pois não adianta um jogador no ataque ou no meio que possua mais habilidade sendo que, após efetuar uma jogada individual, este não tenha com quem trabalhar a bola, pois se vê, sempre, distante do resto do grupo. Não há aproximação, não há qualidade.

Hoje é dia de Muricy Ramalho ousar mais. De abrir mão da história de manter o elenco Hexa-campeão a ferro e fogo como titular, e não titubear pra colocar de vez mais reforços no jogo.

A meu ver, o Tricolor deveria iniciar a partida de hoje no 3-5-2, já que jogará fora de casa e pode se basear no contra-ataque, porém na seguinte formação:

Rogério Ceni no gol;
Miranda, André Dias e Renato Silva na zaga;
Junior Cesar, Jorge Wagner, Jean, Hernanes e Zé Luis* no meio;
Washington e Dagoberto* no ataque.

* Escalo Zé Luis na direita, como ala, pois Wagner Diniz parece ainda estar muito inseguro e não sei se deveria iniciar como titular, talvez fosse opção no decorrer da partida, na necessidade de fazer pressão por todos os lados do campo.

** Escalo Dagoberto, e não Borges, apenas por convenção, ciente de que Dagoberto daria mais mobilidade ainda ao time. Borges pode ser importante no caso de Washington não render na partida (isto é, não render se tiver oportunidades, se a bola chegar nele, ao invés de ele ter de vir buscar a bola no meio, como já houve este ano). Borges estaria na vaga de Dagoberto, caso este não esteja em um bom dia, ou que a forte marcação adversária diminua os espaços para jogadas individuais.

A entrada de Arouca, no lugar de um dos zagueiros, também pode ser estudada, mudando o time para um esquema de jogo com o meio de campo mais preenchido. Uma espécie de 4-4-2, mas que tem em seus laterais bastante ofensividade (talvez menos pela direita, com Zé Luis). Ou ainda, caso Jorge Wagner não esteja bem, Arouca em seu lugar. Ou, em terceira possibilidade, Arouca no lugar de Junior Cesar, assim, com Jorge Wagner na ala novamente, mas de volta ao "futebol burocrático", dependendo de como se portar o adversário. O importante é: Hugo? Não!

Vejo que se Muricy olhar para pelo menos duas destas três sugestões, temos maiores chances de ver uma partida bem jogada pelo Tricolor, e as expectativas quanto à possibilidade do Tetra aumentam. Mas acima de tudo, mais do que uma vitória ou até mesmo um empate, o SPFC precisa jogar bem, hoje. Ser convincente, apresentar um futebol mais rico e mais digno de seu elenco e sua história. Mais digno de ser o campeão Brasileiro por 6x, 3x consecutivas. O SPFC não pode ser um Lyon brasileiro. O São Paulo Futebol Clube precisa voltar a mostrar o por quê de ser um dos times mais importantes do mundo. Muricy, você sabe disso.

Ps.: nos últimos dias, soube de uma declaração de Hernanes a respeito da Libertadores. O meia-tricolor disse que os jogos na Libertadores devem ser encarados como os de qualquer outra competição. Até certo ponto, ele tem razão. Ou seja, o SPFC precisa jogar a Libertadores sabendo de seu poder de fogo. Porém, precisa saber que a Libertadores tem muito mais peso e importância que qualquer outro torneio, ou seja, deve utilizar seu poder de fogo com muito mais seriedade, persistência, força e vontade que em qualquer outro torneio que dispute. Portanto, a Libertadores não é qualquer competição. Não que seja "nossa competição favorita", pois isso é coisa de torcedor "modista", mas porque é a competição mais importante e mais difícil mesmo.


Por hoje, é isso!
Um forte abraço a todos e que nosso Tricolor mostre suas armas hoje!!

VAMOS SÃO PAULO, VAMOS SER CAMPEÃO!!