28.6.08

Fim de Semana com Novidades

Bem vindos, Irmãos Tricolores, para mais um breve (desta vez) capítulo da Bíblia Tricolor!! Espero que curtam mais este post e deixem seus comentários, que aguardo ansiosamente.

(André Lima comemora gol pelo Botafogo-07)
Prestes a mais um embate importante, diante do Cruzeiro (um dos líderes) no Mineirão, o São Paulo traz notícias para um futuro breve! Ontem, sexta-feira, foi anunciada a contratação do atacante André Lima, que estava no Hertha Berlim e conseguiu liberação para empréstimo junto ao Tricolor Paulista por um ano. Sim, finalmente algum contrato mais longo com algum jogador vindo por empréstimo! O jogador será apresentado, oficialmente, neste sábado.

André Lima foi destaque no ano passado pelo Botafogo do Rio de Janeiro, tendo sido vice-artilheiro na campanha do alvinegro carioca durante o Brasileiro-07. É importante ressaltar que o jogador fez 12 gols apenas durante o primeiro turno do nacional, tendo sido negociado antes do returno. Tem faro de gol e vem pra somar, mais uma peça pro ataque são paulino, que conta hoje com Borges, Aloísio, Éder Luís e Dagoberto (sobre este último, especula-se negociação com o Nantes-FRA – já negada pelo presidente Juvenal em algumas oportunidades).

Aguardo boas apresentações com a camisa 19 Tricolor para que, com gosto, eu apóie sua vinda para o Glorioso. Seja bem vindo e espero vê-lo levantando taças e torcedores das arquibancadas com gritos de gol!!

Domingo, o São Paulo FC enfrenta o Cruzeiro com time completo, sem nenhum jogador contundido ou suspenso. A provável escalação será com Rogério Ceni no gol; Miranda, André Dias e Alex Silva compondo a defesa; Jorge Wagner na ala esquerda e Joilson pela direita; Hernanes e Zé Luís no meio, mais recuados, como volantes, cobrindo as investidas de Hugo pelo meio; e, no ataque, Borges e Aloísio. Richarlyson segue fora, como opção no banco de reservas, tal como Jancarlos que foi sacado para o banco após a volta de Hernanes da seleção e as recentes boas atuações de Joilson. Juninho é outro que volta para o banco após retorno de Alex Silva, também convocado no fim de semana passado para o (vergonhoso) amistoso da Seleção Olímpica.

As recém conquistadas e convincentes vitórias do Tricolor deram mais confiança ao elenco e colocaram o time, novamente, no páreo e na lista de favoritos ao título nacional. Sem desmerecer os adversários, aliás, considero que o São Paulo seja o maior candidato ao título este ano (novamente). Porém, existem problemas que não devem ser esquecidos por razão de boas apresentações: o São Paulo FC ainda não tem um meia armador nos moldes clássicos (sequer desejados) e sofre com a iminente e provável saída de jogadores para o futebol do Velho Continente. Porém, o São Paulo possui um elenco calejado e que, mesmo diante das adversidades, se faz merecedor do apelido histórico (Clube da Fé) e, também graças a um técnico experiente, é forte em competições de longo-curso, especialmente nos moldes do Nacional: pontos corridos.

Começamos bem os confrontos diretos com os concorrentes ao título. O Flamengo ficou atordoado e devem dormir mal desde aqueles 4x2 que levaram em pleno Maracanã. O Grêmio foi o primeiro duelo do campeonato e levamos a pior, em casa, por 1x0, porém o time estava focado na Libertadores, então, nada que seja tão decisivo assim para lamentarmos. Agora, o Cruzeiro é concorrente forte e já tivemos que encará-los em circunstância semelhante no ano passado: levamos a melhor! Este ano, não há de ser diferente e continuaremos subindo na tabela, rumo ao lugar mais comum para nós nos últimos tempos: o topo.

Independentemente disso, sempre Tricolor! Sempre a apoiar o maior time do Mundo, o mais respeitado dentro do Brasil (podem provocar, mas sempre temem!) e o brasileiro mais respeitado fora de terras tupiniquins!!

Agora, por fim, gostaria de agradecer a todos que lêem lealmente (porque Fiel é coisa de corinthiano) este blog e a todos os amigos que apóiam e divulgam este humilde espaço dedicado ao São Paulo FC com muito amor e carinho. Este post, em especial, vai como forma de agradecimento e retribuição ao reconhecimento de uma torcedora especial, direto da Argentina (nossos hermanos), que ama ao São Paulo Futebol Clube e ao San Lorenzo. Obrigado, Samanta, obrigado!

Abraços a todos!
Vamos São Paulo! Vamos São Paulo!!

24.6.08

Sobre Bichos e Camisas

Saudações, Tricolores. Estou aqui, hoje, pra falar de dois assuntos distintos, mas que me fizeram pensar sobre diversas questões nos últimos dias: premiações e tradições opostas.

Hoje mesmo, terça-feira 24 de junho, fiquei um tanto incerto sobre qual a minha reação perante uma notícia que li e, por sinal, publiquei no mais democrático site sobre o Tricolor Paulista, o "GDM Tricolor – O São Paulo com bom humor". Em notícia divulgada no site "Gazeta Esportiva", Muricy Ramalho afirma que os jogadores do Mais Querido receberam certo “incentivo” da diretoria (mais especificamente, de Juvenal Juvêncio). Algo como uma contribuição extra para os jogadores, após vencerem os jogos contra Atlético Mineiro (5x1), Flamengo (2x4) e Sport Recife (1x0), como reconhecimento pelo futebol apresentado e as vitórias conquistadas.

A princípio, poderia pensar que isto não traz um problema em si, afinal, é como uma bonificação que qualquer funcionário receberia ao desempenhar bem uma função em seu trabalho. Porém, ninguém recebe bonificações no emprego pelo simples fato de atingir uma meta pré-estabelecida, por exemplo, um vendedor só recebe comissão a partir do momento que extrapola o mínimo de vendas e passa a vender uma quantia muito acima do que equivaleria seu salário. Por que um jogador há de receber mais, algum prêmio, por ter vencido um, dois ou três jogos?

É lamentável, pra não dizer vergonhoso de uma só vez. O papel de uma equipe é buscar a vitória e este é o objetivo único, não importa contra quem e como. Vencer um campeonato é diferente, afinal, muitas outras coisas podem interferir no desempenho do time durante o torneio e justificaria um “bicho”, mas uma mera partida é possível, sim, vencer sem grandes problemas ou dificuldades. Nada além do planejado. Nada de excepcional. Mesmo que os “prêmios” tenham sido entregues apenas após as vitórias, e sem nenhum tipo de promessa. Fato é que é preocupante, afinal, daqui a pouco não haverá mais motivação pra se vencer um jogo sequer, afinal quem garante que haverá um bicho? No momento em que as coisas se normalizarem, não me espantará caso vejamos jogadores fazendo corpo mole, acomodados e sem vontade, assim como vimos neste primeiro semestre alguns jogadores assim em grande parte dos jogos. Como uma criança, quanto mais mimos inoportunos, mais exigente e acomodada esta se tornará.

Em compensação, há outra coisa que devo fazer comentários. Nos últimos dias, nosso treinador declarou em imprensa que os jogadores Joilson e Juninho, ambos vindos do Botafogo, sentiram o peso da camisa tricolor. Certo ou errado, falou uma verdade, a meu ver. O lado ruim da história é que não sabemos como reagiram ou como poderiam ter reagido os atletas referidos, porém ficamos apenas no campo da especulação até que um dos dois se pronuncie, caso se pronunciem. Mas parece que, como sempre, a mídia especializada aproveitou a brecha dada por Muricy pra polemizar a história das equipes no concernente a “peso de camisa”. Tanto foi assim que logo, o “baladeiro” e colecionador de problemas, Carlos Alberto – hoje defendendo o rubro-negro carioca – partiu em defesa de seu atual clube (“marketeiro” sou eu!).

Fazendo uma análise fria, podemos dizer que ambas as equipes se equiparam em tradição. Afinal de contas, são as duas equipes que mais cederam jogadores à seleção canarinho em toda a história e são duas equipes vencedoras, repletas de troféus em suas estantes. Mas se formos mais frios e calculistas ainda e pesquisarmos a fundo a representatividade que São Paulo e Botafogo possuem, comparando-as e confrontando-as, não precisa de muito para perceber que nosso saudoso Tricolor está a kilometros de distância do rival carioca.

Para tanto, começamos pensando em títulos de expressão: nos estaduais, Campeonato Paulista e Carioca, vitória são-paulina em 21 a 18; nos nacionais, nova vitória paulista, sendo 5 Brasileiros para o SPFC contra apenas 1 dos cariocas; continentais, basta lembrarmos que o SPFC possui 3 Libertadores e o Botafogo raramente disputa tal torneio, nunca tendo o vencido; o que faz com que o Botafogo nunca tenha disputado o Mundial Interclubes, antes Toyota e hoje pela FIFA, tal qual o São Paulo FC já venceu 3 vezes. Talvez muitos tentariam nos convencer, apontando torneios “Rio-São Paulo”, Copas do Brasil e a extinta Taça Brasil (que não é equivalente ao campeonato Brasileiro, a começar pela forma que as equipes adentravam ao torneio), mas a expressão de tais torneios, hoje em dia ao menos, não impõe respeito nem em times de segunda-divisão, que, aliás, o Botafogo já freqüentou no campeonato nacional.

Podemos pensar em termos de posses (propriedades), além dos craques do passado, que nos renderia uma enorme lista de ambas as equipes, a começar pelo ex-botafoguense Mané Garrincha e pelo ex-são paulino Leônidas da Silva. Sem alongar-me neste quesito, é óbvia, nítida e absurda a diferença entre as equipes: uma possui o que foi o maior estádio particular do mundo (hoje, receio que não seja mais), “Cícero Pompeu de Toledo” (vulgo, Morumbi), enquanto a outra é responsável por cuidar em acordo de parceria com o governo carioca do atual e moderno “Estádio Olímpico João Havelange” (o Engenhão), pois antes precisava alugar o também estadual Maracanã com Flamengo e Fluminense. Isto tudo sem falar dos CTs da Barra Funda e o de Cotia para as categorias de base do Tricolor.

Outro ponto é a torcida, não em como esta apóia ou deixa de apoiar a equipe, mesmo porque devido a diversos fatores econômicos, geográficos e até culturais, isso é muito dissonante entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Mas pensarmos em números nos ajuda a ter uma noção da imensidão de torcedores das duas equipes. A torcida tricolor é a maior torcida do Brasil, seguida de Palmeiras e Vasco (e não é de hoje), enquanto a botafoguense fica com o 11º lugar de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha em novembro de 2007. A diferença não é pouca e isto é fator que muda e muito a relação entre jogador e clube, afinal de contas, é praticamente impossível não passar pela cabeça do jogador que ele está representando um clube com grande estrutura, histórico vencedor repleto de conquistas nacionais e internacionais, além de uma grande massa de torcedores. Importante observar que a conquista de tantos títulos, patrimônios e torcedores de ambos os clubes tem o fator tempo como um relevante dado a ser analisado: o clube carioca surgiu em 1894, enquanto o paulista apenas em 1935. Daí pra tirar uma média de glórias e conquistas em certo espaço de tempo, torna mais fácil ainda compreender determinadas diferenças. Tudo isto pesa sobre os ombros do jogador e, portanto, a camisa Tricolor, em meu entendimento, pesa mais, muito mais, que a botafoguense. “Não tem choro nem vela”, jogar no São Paulo traz mais responsabilidades e expectativas. Além do mais, senão fosse assim, jogador algum trocaria o Botafogo pelo São Paulo, e sim o inverso.













Bem, em tempo é só!

Obrigado pela paciência na leitura e pela audiência!!

20.6.08

Preocupação: O Mal do Futebol Brasileiro

Nação Tricolor!
Sejam, novamente, bem-vindos! Hoje, venho falar de um tema que está martelando em minha cabeça há algumas horas, graças a uma declaração feita por Alex Silva estes dias a respeito de sua convocação para um polêmico e bizarro (diga-se!) amistoso entre Seleção Brasileira Olímpica e um "combinado carioca" para domingo, dia 22 de junho. Pareceu-me uma declaração não má intencionada, porém, no mínimo suspeita, diante de tantas especulações de sua ida para o futebol europeu nos últimos dias. Portanto, quero falar a respeito de uma situação muito comum todos os anos para nós e que nos traz, sempre, a mesma sensação: preocupação.

Preocupação: Pre-ocupação; pré-ocupação. Ou seja, Ocupar-se de algo por antecedência, antecipação.

Esta é a primeira coisa que todo grande clube passa durante o fim ou meio de uma temporada. Os anos passam e, ao invés de notarmos alguma melhora ou algo que traga confiança ao torcedor, pelo contrário, só vemos esta realidade se engrossar e a coisa ficar cada vez mais feia pro nosso lado. Como fugir de um sistema faminto por dinheiro que alimenta as expectativas de toda uma logística de mercado internacional, que através de patrocínios e investimentos pesados banca o sonho de segurança e luxo de jogadores oriundos de classes mais baixas e desfavorecidas? É realmente uma incógnita e a solução parece estar longe da mente de qualquer um que se disponha a discutir o assunto.

Vivemos em uma sociedade espetaculosa e que alça o espetáculo acima de qualquer formação de identidade, de um caráter do indivíduo perante o coletivo. Não se trata mais de ser, em nenhum aspecto social, inclusive o futebol, em ser parte de um todo, com sua contribuição e relação para com ele. Não é mais uma questão de se constituir enquanto um ser, enquanto alguém que é e ocupa uma posição de prestígio dentro de um grupo, mas de ter um prestígio passageiro e artificial, pautado em uma questão econômica.

Mais uma vez, um semestre está se encerrando e o que mais surge na cabeça do torcedor é: "quem será que vai desta vez?". Cheios de incertezas sobre quais de seus novos e meteóricos ídolos, que surgem de repente e desaparecem, assim, da mesma forma, a única certeza é de que sabemos que algum destes jogadores que cantamos o nome hoje no estádio, amanhã não estará mais por terras tupiniquins. Não há como duvidar da ida de algum de nossos jogadores para o "espetacular" e riquíssimo futebol europeu - que de Europeu mesmo, só tem os clubes e nomes, mais uma meia-dúzia de sujeitos.

Hoje, as crianças vêem sob a camisa de um Barcelona, Milan, Real Madrid ou Manchester United seus ídolos e exemplos de vencedores. Acabou-se (com algumas raras exceções) o herói, o ídolo de um povo que defendia até os últimos momentos de sua longa carreira (sim, porque jogadores jogavam por muito mais tempo antigamente) a camisa e as cores de suas equipes, as que os revelaram para o mundo e o apresentaram para o futebol. Acredito que eu e aqueles que nasceram na mesma época que eu (anos 80) fomos os últimos a vivenciar a era do futebol que era jogado, em primeiro lugar, por paixão, e em segundo lugar, por questões econômicas ou mesmo de realização de um sonho por uma vida cheia de "glamour".

Talvez seja saudosismo demais de minha parte, mas uma coisa é certa: se existe algum jogador apaixonado pelas cores de seu clube a ponto de se dedicar a defendê-las até seus últimos instantes em campo, este jogador está para ser descoberto (ou estará encerrando sua carreira em breve).

Temos, pelo menos, quatro tricolores na mira de clubes europeus: Hernanes, Alex Silva, Miranda e Richarlyson. Alguém acredita que o São Paulo FC conseguirá manter os quatro no elenco até o fim do ano?!

Eu gostaria!

“O alvo é passar para o lado oposto: a realidade surge no espetáculo, e o espetáculo no real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade existente.”
“No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso”

(Trechos retirados de A Sociedade do Espetáculo de Guy Debord)

17.6.08

Obrigado, Imperador. Até a vista!

Satisfeito, saudoso e, ao mesmo tempo, aliviado.

É assim que me sinto ao comentar a saída de Adriano Imperador do time são-paulino. Foram 17 gols em 28 partidas. Não é uma soma astronômica se considerarmos o nome do jogador e sua fama, porém, levando em conta que seu futebol começou a render apenas nas partidas após uma “carcada” que levou do presidente, Juvenal Juvêncio, a média aumenta, e muito!
(foto: Adriano comemora gol na vitória diante do Audax Italiano)
Porém, em contrapartida, ao mesmo tempo em que Adriano nos satisfez com seus gols, levando o São Paulo à semifinal do Paulistão e as quartas da Libertadores, o São Paulo se tornou seu refém. Previsível – de mortal passou a ineficiente o futebol do Penta Campeão de 2007. Todas as jogadas vinham pela esquerda (nos pés de Jorge Wagner) e buscavam a área, pelo alto, em direção à cabeça de Adriano. Quando muito, o atacante da Internazionale voltava até o meio na tentativa de roubar uma bola ou receber um passe para chegar até a área adversária, derrubando quem viesse pela frente em jogadas (legais) de corpo.

Mas sua presença transformou um time solidário para o grupo em um time solidário para um indivíduo. Era o São Paulo FC pelo Adriano, e não o Adriano pelo São Paulo FC. Não que tenha havido algum corpo mole ou falta de entrega por parte do jogador, muito pelo contrário; seria até injusto afirmar isto! Afinal de contas, o jogador buscava sua reabilitação e não media esforços pra isso, consequentemente isso resultava numa tentativa de ajudar a equipe. Porém o time se tornou fraco (em vista e comparação das últimas três temporadas). Alguns afirmavam que era tudo culpa do técnico Muricy Ramalho, "que não treina direito seus times taticamente". Outros alegavam "falta de união" e "excesso de vaidade" no elenco, inclusive dos maiores ídolos do clube (no singular, da história e na atualidade).

Fato é que, parece que automaticamente, após a saída do Imperador, seu afastamento do CT da Barra Funda, o Tricolor reencontrou o caminho das redes pelo chão, na segunda (ou terceira?) partida que fez depois da eliminação na Libertadores. Eu, assim como a maior parcela da torcida são-paulina, sou grato por sua passagem pelo Mais Querido. Desejo sorte em seu retorno à Itália e à seleção canarinho. Mas, de agora em diante, quero continuar vendo o São Paulo que me acostumei a ver: de grupo, solidário e sem maiores estrelas.














Engrosso o coro: JJ, um meia, por favor!! Vi especulação (ainda há pouco) sobre a vinda de Pablo Aimar - meia argentino, ex-River Plate, atualmente está no Real Zaragoza-ESP... Jogador de seleção. Portanto se vier, ótimo! Se não vier, a esperança não se acabará!

Sem mais, Rumo ao Hexa!!

16.6.08

Soberano Inconteste

Saudações, Irmãos Tricolores!

É com grande prazer que vos escrevo novamente falando sobre nosso Tricolor que, por sinal, vive bom momento, novamente, após duas semanas conturbadas há algum tempo.

“Reação em Grande Estilo” foi o nome que escolhi à minha coluna de sexta-feira passada, dia 13 de junho. Mas, apesar da confiança e de prever uma boa partida e um bom resultado (inclusive a vitória) para sábado, diante do Flamengo, eu admito: não esperava que tal reação se mantivesse no patamar atingido contra o Atlético Mineiro. Afinal de contas, como diziam os mais céticos: “ah, mas é o Atlético Mineiro!!”, desmerecendo, não somente o adversário de Belo Horizonte, mas o próprio Tricolor, que não apenas esboçava sua reação, mas já apontava seu ímpeto em conquistar o inédito Hexa campeonato nacional.

Desta vez, no sábado, dia 14, a vítima foi nada mais nada menos que o (até então) invicto e líder da competição, Flamengo. Sob a pressão de quase 60 mil torcedores, com muita propriedade o São Paulo soube impor seu ritmo de jogo e fazer com que a grande massa rubro-negra se calasse perante um futebol cadenciado e muito aguerrido, “brigador”, com o meio-campista Hugo se superando mais uma vez. Hugo ajudou, não somente na armação de jogadas ofensivas para o Tricolor, como também foi peça fundamental na marcação do setor de meio-campo do Flamengo (um meio-campo mais técnico que o são-paulino).

Outra peça que vem em ascendência é o ala/volante/meia Joilson. O ex-botafoguense parece ter encarnado o espírito vencedor e coletivo de se jogar no Tricolor e vestiu muito bem a camisa de faixas horizontais nos últimos jogos, tendo sido uma arma importante tanto ofensivamente quanto defensivamente para o SPFC. Fez grande partida contra seu ex-rival carioca e ajudou a construir a expressiva (e justa, diga-se de passagem) vitória do time paulista, por 4x2.

Apesar de um início acuado, recuado e inoperante enquanto criador de jogadas, o São Paulo se manteve calmo diante da ofensiva rubro-negra e, em momento importante do primeiro tempo, abriu o placar em gol de Borges. Após milimétrico cruzamento de Jancarlos o oportunista e bem-posicionado artilheiro tricolor não desperdiçou o “passe” recebido pelo meia são-paulino, Hugo, que tinha sua visão encoberta por um zagueiro flamenguista e pareceu ter feito a assistência com a mão, pela precisão que teve. Abria o placar e transformava, então, a cara do jogo.

Do gol em diante, o que se viu foi um amplo domínio do time paulista sobre os cariocas que não conseguiam mais fazer suas investidas ofensivas. Quando estava com a bola nos pés, o São Paulo cadenciava o jogo; quando estava sem a bola, marcava fortemente o meio de campo flamenguista, parando os ataques, muitas vezes, com intervenções de Hugo, Joilson e em outras e poucas oportunidades pelo volante Zé Luís ou com os zagueiros. O jogo foi assim entoado até o intervalo.

Eis que no segundo tempo, o Flamengo esboçava sua reação, mas apenas esboçava. Em pênalti infantil de Jancarlos, Ibson converteu para os rubro-negros aos 10 minutos da etapa complementar. Muricy, irritado, promoveu a volta de Richarlyson ao time no lugar do lateral direito, alterando o posicionamento do time. Agora, Joilson que jogava como volante pela direita, tornou-se ala-direito, Richarlyson assumiu a lateral e Jorge Wagner e Hugo ocupavam o meio-campo, com a cobertura de Zé Luís. Mas quem se sentiu amedrontado com a entrada do inconstante (na temporada) Richarlyson no time, logo teve seu alívio: em jogada em que a maioria dos jogadores desistiria do lance, Borges não desistiu e viu, na falha de cobertura do zagueiro flamenguista junto ao goleiro Bruno, que não segurou direito a bola, a oportunidade de marcar. E assim foi. O gol não foi bonito, mas representou, a meu ver, a volta de um time guerreiro, combatente, e que não se entrega perante as menores dificuldades. O São Paulo voltava à frente do marcador na casa do adversário e, cerca de 2 ou 3 minutos depois ampliava com Aloísio de cabeça.

O domínio do jogo era do São Paulo e, mesmo em meados de 35 min, com pênalti claro (tão desnecessário quanto o primeiro) cometido por Alex Silva (afinal jogada de corpo com o adversário no ar é falta, pois não há apoio, nem chão) e convertido novamente por Ibson (FLA 2x3 SPFC), o São Paulo soube levar a partida à sua maneira. Vale lembrar que Rogério ainda defendeu o pênalti, mas no rebote, não chegou a tempo (por pouco). O time foi como gostamos de ver: frio e calculista. E a substituição promovida por Muricy Ramalho, para dar mais velocidade ao time e mais posse de bola na frente, colocando Éder Luís no lugar de Borges (cansado) surtiu efeito. A princípio, dos 40 minutos em diante, parecia que o Flamengo chegaria ao empate, cedo ou tarde. Porém, aos 47’, em lançamento em longa distância efetuado por Rogério Ceni, mostrando que, além de reflexo (fez importantes defesas, ressalto a de uma bola cabeceada no chão, no canto esquerdo do gol), está com a visão de jogo em alta, Éder Luís se livrou do marcador (quase perdeu o lance, é verdade!) e chutou no contrapé do goleiro Bruno. Mais um minuto de jogo, para desespero da maioria da torcida presente, e festa Tricolor. O suposto fantasma do Maracanã estava esquecido, ou, ao menos, cicatrizada a ferida aberta naquele mesmo certame.

O São Paulo caminha a passos largos, dignos de um time que busca, com todas suas forças, sua reabilitação e a conquista de um título (novamente) inédito. Na verdade, serão (se assim as coisas continuarem, e acredito que continuarão) duas conquistas inéditas: o primeiro Hexa e o genuíno Tri-Campeão Brasileiro (consecutivamente).

















Eu Acredito! Eu torço, eu vibro e eu te amo Tricolor!! Força São Paulo!

Um Dragão despertou para defender a hegemonia no território nacional! Agora, quero ver quem é que ousará derrubar este Dragão chamado São Paulo Futebol Clube.

13.6.08

Reação em Grande Estilo!

Muito do que se ouve é que o São Paulo FC não apresenta um padrão tático desde o ano passado; que jogou o primeiro semestre inteiro (praticamente) em função de um único jogador (Adriano); e que outros jogadores deixaram a raça de lado, por capricho ou soberba (um orgulho que não é apenas o reconhecimento de si, mas o que menospreza quem está em volta). Grande parte destas coisas é real, verdadeira, principalmente as duas primeiras afirmações.

O ano de 2008 começou trazendo muitas incertezas para o torcedor são paulino. A primeira delas era a contratação por empréstimo do grande atacante da Inter de Milão que vivia má fase e estava fora de forma, o "Imperador". Todos questionaram sua vinda para o São Paulo e, no fim da história, todos afirmavam que a decisão foi acertada desde o princípio (como se soubessem que daria certo!). Uma mentira atrás da outra saindo da boca da mídia paulistana, ao mesmo tempo em que os meios de comunicação italianos estavam sempre atrás de uma polêmica envolvendo o “baladeiro” jogador que começava sua trajetória no Tricolor Paulista. O jogador se envolveu em uma confusão com um fotógrafo no CT do clube, saiu sem justificativas, irritado e teve de pagar uma multa com uma parcela de seu salário. Parecia que tudo estava sendo feito a fim de prejudicar o futuro do artilheiro, mas não adiantou e Adriano se sagrou artilheiro do São Paulo nas duas competições que disputou, num total de 17 gols (11 pelo campeonato estadual e 6 pelo continental). E, para brindar com cálice de ouro, o Imperador foi convocado para 2 amistosos e 2 jogos das eliminatórias para a Copa do Mundo pela Seleção Brasileira.

Mas, ao mesmo tempo em que o time do Morumbi reergueu um grande atleta com todo o apoio possível e avançou nas competições, o que se viu do São Paulo foi uma grande lacuna em seu futebol de marcação e toque de bola (característica histórica do clube, que define sua escola, sua filosofia de futebol). O futebol são-paulino se limitou aos lançamentos em profundidade e de longa distância, nas famosas “ligações-diretas” entre zaga e ataque, ou então de jogadas pela meia-esquerda com Jorge Wagner (uma das principais aquisições, em definitivo, feitas pelo clube do Morumbi), nas quais o ala/meia cruzava bolas buscando a cabeça do atacante. Isto quando o time não conseguia criar nada e esperava surgir uma falta nas extremidades do campo, pra que o mesmo Jorge Wagner (que não está com o pé tão calibrado assim como dizem, a meu ver) levantasse a bola na área (chuveirinho) o tempo todo. Sem um jogador com características de armador que cadenciasse a bola, o SPFC viveu de um futebol medíocre e sem padrão tático (ofensivo) definido. Era sempre a mesma história, e isto tornou-nos previsíveis a qualquer adversário.

A diretoria não foi eficiente no início do ano e perdeu a oportunidade de trazer alguns nomes que pudessem contribuir com o setor de criação do Tricolor, além dos casos (ou boatos) que afirmam que alguns jogadores não interessaram, simplesmente, à comissão técnica (como Conca, hoje no Fluminense). Para a lateral direita, não faltaram opções, mas nenhuma correspondia: Joilson, Rafael, Reasco (em processo de recuperação de contusão), Maurinho, Éder e Jancarlos. Em compensação, para a lateral esquerda, apenas Junior aparecia como única opção (de fato!), porém desde contusão no tornozelo em 2006, seu futebol não vem convencendo. Falta velocidade, confiança, dinâmica e, principalmente, fôlego pra agüentar uma partida inteira. A partir disso, o técnico Muricy Ramalho começou a improvisar o “coringa” Richarlyson, que se destacou em 2007 na posição de volante, ao lado de Hernanes, porém por vezes cobriu a ala esquerda. Mas neste ano, as coisas não foram bem para o camisa 20 do Tricolor. Após algumas partidas medianas no início do ano, a convocação para a seleção brasileira pareceu tirar o foco (e a humildade) do polivalente jogador. Violento, irritado e tirando o pé das divididas, Richarlyson ganhou a antipatia de boa parte da torcida do São Paulo (sem falar que muitos já nem sequer cantavam o nome do jogador no estádio, por razões, minimamente, preconceituosas). Muricy bancou, por um bom tempo, a presença do volante no time, mesmo contra a vontade da torcida e, também por isso, acabou pagando o preço da antipatia de uma boa parte de torcedores (minoria, mas relevante).

No começo do ano, a diretoria trouxe outros dois reforços duvidosos que não viviam boa fase em seus clubes, traziam histórico de “bad boys” e procuravam sua reabilitação no Tricolor Paulista: Carlos Alberto e Fábio Santos (“vida loka”). Ambos não apresentaram futebol convincente durante todo o tempo em que estiveram juntos no time e, eis que, em um momento polêmico (mais um!) do São Paulo neste ano de 2008, os dois jogadores entraram em conflito (mentido e desmentido milhares de vezes pela cúpula são-paulina). Agressões, trocas de farpas, olhares tortos... Tudo aconteceu ali dentro da concentração (adiantada), menos “troca de carinho”. O clima não era bom e ambos os jogadores foram afastados do elenco, até a readmissão de Fábio Santos após uma carta pedindo desculpas pelo incidente. Porém, com Carlos Alberto, o fim foi outro. Foi, não só afastado, mas dispensado do clube. A única opção que poderia ser solução para o meio-campo (e não tinha sido até então) foi embora.

O São Paulo FC foi até as semifinais do Campeonato Paulista. Porém, após uma bela vitória (2x1, com futebol bem jogado) sobre o Palmeiras em jogo, no Morumbi, sucumbiu na casa do adversário por 2x0, em falha de Rogério Ceni, contando com a suspensão de Richarlyson (que havia feito boa partida no primeiro jogo, marcando Diego Souza) e Zé Luís (que praticamente anulou Valdívia no jogo-de-ida). Definitivamente, aquele era um começo de ano complicado para o Tricolor Paulista, afinal até o maior ídolo da história do clube vinha em má fase e nada estava dando certo, nem sequer nos bastidores.

Eliminado no Paulistão (sim, no superlativo, pois é o regional mais importante do país), agora o foco seria a Libertadores. E assim foi! Primeiro, a garantia de classificação para as oitavas-de-final, perante o Nacional da Colômbia. Nas oitavas, passamos com um empate (0x0) e uma vitória (2x0) sobre o Nacional do Uruguai. Eis que chegou o primeiro (e único) confronto nacional (entre brasileiros) desta edição da Libertadores: São Paulo x Fluminense. Em dois grandes jogos, quem ficou com a vaga foi o Tricolor das Laranjeiras.

Na primeira partida, um Morumbi lotado viu o SPFC pressionar o Fluminense em seu campo durante toda a partida. Só se via a bola com o time de branco. O Morumbi foi à loucura com chances perdidas pelo ataque são-paulino, com as belas (e muitas) defesas do goleiro Fernando Henrique (até então questionado – e até vaiado pela torcida carioca). No fim da partida, um placar magro, que não espelhou a realidade do jogo e obrigava ao São Paulo marcar, no mínimo, um gol na casa do adversário e se segurar ao máximo na defesa. Todo tricolor (paulista), por mais doente (e inteligente que fosse) acreditava que o Fluminense não conseguiria fazer os 3 gols que precisava caso o São Paulo marcasse o seu no Maracanã. Até que no segundo jogo, o placar foi aberto ainda no primeiro tempo, com Washington (esperança de gols do Fluminense). Na etapa final, aos 25 minutos, Aloísio (que entrara no jogo no lugar do sumido Dagoberto, que até hoje está devendo os R$5mi que custou) fez belíssima jogada (atípica, inclusive) e cruzou na medida para a cabeçada de Adriano, que fuzilou a bola para o fundo da rede. Mas em um ataque-relâmpago, após cobrança de bola ao meio, todo o sistema defensivo do São Paulo simplesmente sofreu um “apagão” e viu Dodô colocar o Fluminense na frente novamente, em nova falha (ou frango) de nosso Capitão (inquestionável grande goleiro, em mau momento, em péssimo dia). Ainda assim, a classificação estava em mãos e o São Paulo continuou jogando pra frente, até pressão imposta pelo Fluminense que dos 38 minutos em diante não deixava a bola escapar se não com falta, lateral ou escanteios. Escanteios, estes, que em uma seqüência de 3 seguidos rendeu um sofrível e terrível gol de cabeça, novamente, de Washington. O problema maior? Já eram 46’30 do segundo-tempo. Não havia mais tempo para nada, além de colocar a bola no centro e arriscar uma loucura qualquer até os 48 minutos (devido aos 3 minutos, os mais longos 3 minutos de acréscimos cedidos pelo árbitro). Enfim, a meu ver, não faltou vontade.

Fora de mais um campeonato, o São Paulo se abateu. A torcida entristecida canalizou sua ira em alguns jogadores em específico, Rogério Ceni e Richarlyson, e no treinador Muricy Ramalho. Estes seriam, então, os algozes, os responsáveis pela desgraça do São Paulo FC na Libertadores e (por que não?) no Paulistão de 2008. Seriam. Para muitos (não para mim).

O novo objetivo foi traçado, uma nova meta e filosofia estipulada. Vencer o terceiro Brasileirão consecutivo. Quebrar este tabu é o que o São Paulo FC buscará fazer a partir de então. Nenhum time conseguiu este feito (ser Tri-Campeão brasileiro consecutivamente) e esta é a missão do Tricolor para 2008. Além, é claro, da busca por uma vaga na Libertadores-09.

O começo desta busca foi ruim, com um time apático e desmotivado (antes, por estar na Libertadores; depois, por ter sido – dela – eliminado) atingiu apenas 3 pontos em 4 partidas. Um aproveitamento de 25%, muito abaixo do ideal para um time que almeja uma taça em um campeonato de pontos corridos como o Brasileiro. Porém a reação começou, e não foi de qualquer forma, com um simples 1x0 em futebol manjado e simplista. Começou a reação em grande estilo! Com futebol bem jogado, para encher os olhos da torcida que compareceu no Morumbi (menos de 10 mil) e com direito a goleada sobre o Atlético Mineiro. Nada mais, nada menos que 5x1. Belas jogadas que resultaram em belos gols (especialmente o de cabeça de Hugo, após triangulação entre Jancarlos e Joilson) e chutes a longa distância, certeiros e fortes. O adversário também não vive bom momento, porém se levarmos em conta que, durante todo o ano, o São Paulo encarou equipes mais fracas e em pior momento que o Galo, e teve dificuldades para vencê-las (sendo que não conseguiu vencer algumas), esta reação é muito significativa.

Acredito no HEXA (do Brasileiro), tal como acreditei no TETRA (da Libertadores). Confio que o planejamento para o segundo semestre será mais bem pensado e estruturado. Espero que os principais jogadores que perigam deixar a equipe na abertura da janela européia continuem por aqui, para mantermos uma base competitiva. Confio na reabilitação de Hugo, na encarnação de um espírito vencedor de Joilson, na garra dos jogadores de marcação (Hernanes e Zé Luís), na humildade de Richarlyson, na técnica e confiança dos zagueiros (André Dias, Alex Silva e Miranda), na disposição de Aloísio e Borges, nos pés calibrados de Jorge Wagner e Jancarlos e, especialmente, torço pela superação de Rogério Ceni. Ainda há tempo, e Muricy sabe disso! É um grande técnico que vive momentos em que é altamente questionado, mas sempre prova sua qualidade. Desta vez, não será diferente. Confio no “professor” e torço por sua permanência, no mínimo, até o fim do ano, pois nos dará mais alegrias e fará de nós mais orgulhosos ainda.

Que venha o Flamengo!

Acredito em um 2008 tal como 2006 e 2007: em dezembro, São Paulo FC - Campeão Brasileiro!

Obrigado a todos pela audiência no meu blog! Espero vê-los por mais muito e muito tempo, acompanhando, comigo, a história do São Paulo FC, o Tricolor Mais Querido do Mundo!!

7.6.08

15 anos apagados em 2*

De Tri a Penta... Bem, a conta parece simples (dois). Ou seja, bastariam dois anos para essa mísera soma!! O que são dois anos? O que são dois campeonatos? Ah, quase nada!! É simples! Porém, a história nos mostra o contrário: a nossa história, repleta de glórias e conquistas, alegrias e gritos de “é campeão!” nos mostra que nas três primeiras décadas do Campeonato Brasileiro nós conquistamos “apenas uma taça a cada dez anos”. Se levarmos em conta o extremo nível competitivo de tal campeonato, em todas suas edições (de 70 a 90), percebemos o quanto estas três taças são importantes e grandiosas (não importa se nos levaram ou não à Libertadores).

Pois bem, o São Paulo Futebol Clube, time mais vitorioso do Brasil, se constituiu como tal há pouco tempo, e foi justamente graças às conquistas mais recentes: Paulista, Libertadores e Mundial de 2005, Brasileiros de 2006 e 2007. Mas quantos anos nós ficamos sem colocar as mãos na taça nacional? Desde nossa última conquista, a quarta, em 1991, que amargamos um jejum terrível: nada mais nada menos que 15 anos!! Exatamente, 15 longos anos. Sejamos honestos que nem os dois primeiros nem o último ano de jejum incomodaram (afinal, foram 3 mundiais e 3 Libertadores nestes tempos), porém devemos lembrar que a fila de 92 a 2005 sem Brasileiros não foi somente longa como nos reservou momentos dolorosos, de eliminações impensáveis e incompensáveis.

Apenas para ressaltar uma delas, vos lembro do Campeonato Brasileiro de 2002: éramos líderes, sem dúvida alguma, do torneio até o fim da primeira-fase (pontos corridos). O futebol era convincente, tínhamos o meio-campista que era a sensação do futebol no momento (hoje, melhor jogador do mundo) Kaká (na época com C), comandando com maestria a armação de jogadas do time tricolor. Nosso elenco não era formado por peças de altíssimo nível, porém possuía qualidade superior a muitas das equipes. De repente, na virada de fase, quando se iniciava a fase de “mata-mata”, deparamo-nos com o Santos de Vila Belmiro: uma equipe constituída por um elenco jovem, comandados por Émerson Leão, que trazia jogadores como Robinho e Diego. O Santos terminara a primeira-fase na oitava colocação, 13 pontos atrás do Tricolor. Mas clássico é clássico e vimos nosso Tricolor ceder frente ao futebol do time da Baixada nas quartas-de-final. Vale lembrar que, ainda na primeira fase, Diego comemorou gol em cima do escudo Tricolor, em pleno Morumbi, para a loucura dos tricolores, em atitude totalmente desrespeitosa (à qual Fábio Simplício interviu e interrompeu a comemoração atropelando o jovem santista, sendo premiado com uma placa pela diretoria por defender a honra do clube!).

Foram longos 15 anos, nos quais sequer tivemos força para voltar à disputa da Taça Libertadores, que dirá almejar o título nacional. Sem perspectivas, só voltamos (desde 1994) ao torneio continental em 2004, após terceiro-lugar na campanha no Brasileiro de 2003. O mesmo se repetiu em 2004 (ano em que caímos na Libertadores diante do Once Caldas – a zebra –, campeão continental), porém agora com uma possibilidade maior de acreditar em um bom ano seguinte, diante da nova formação da equipe montada por Cuca e reestruturada por Émerson Leão (no já bom e velho 3-5-2).

Em 2005, após a saída do técnico Émerson Leão ainda durante a primeira fase do torneio continental (após a conquista do Paulista), assumiu o comando da equipe o “bom técnico” Paulo Autuori. Sim, “bom”, afinal, soube manter o padrão tático e técnico da equipe em alto nível e assim levar nosso Tricolor à conquista da América pela terceira vez (diga-se de passagem, com muita facilidade sobre o Atlético Paranaense) e depois, consequentemente, ao Tri-Mundial em dezembro, ante o Liverpool – ING. Porém, devido a priorização máxima da Libertadores e do Mundial naquele ano, o campeonato nacional mais importante e disputado do globo caiu em total ostracismo. Não nos importamos muito com o fato, pois estávamos com a cabeça em Tokyo, porém apresentamos uma campanha altamente irregular e que começava a preocupar sobre como é que nos apresentaríamos no fim do ano. Tudo deu certo ao fim! Após vitória suada e apertada, com direito a sustos, sobre o Al Ittihad da Arábia Saudita (?), conseguimos chegar à final. Final esta, disputada e com muito sofrimento. Vimos um time aguerrido, forte e unido, mas que, após marcar um gol e tentar por mais alguns minutos ampliar o placar (em menos de 40 minutos do primeiro tempo), se encolheu na defesa e esperou os ataques do massacrante “time de vermelho”. Quem não sentiu o coração na garganta naquela manhã de 18 de dezembro?

Sufocados, contamos com um dia mágico e inspiradíssimo de nosso arqueiro, Rogério Ceni, além de uma arbitragem impecável e corajosa do mexicano, Benito Armando Archundia, que anulou e invalidou as jogadas que resultariam (e resultaram) em 3 gols do Liverpool que acabariam com o sonho do Tri. Uma postura totalmente defensiva que deu certo pela eficiência, pela sorte, pela coragem e pela honestidade dos envolvidos. Mas, e o que se deu do campeonato nacional? Não nos importava muito, repito, é verdade! Porém a campanha foi muito abaixo do esperado e mostrou que não soubemos ser competitivos de forma tão convincente assim, pois foram quase 6 meses sem que o SPFC fizesse uma apresentação digna de um campeão sul-americano.

Eis que chega o ano de 2006. O ano em que amargamos o vice-campeonato Paulista, apenas 1 ponto atrás do Santos (de Vanderlei Luxemburgo) por falta de tempo de preparação que resultaram em falhas infantis durante as primeiras partidas do campeonato. Depois de alguns meses, vimos a derrota (em casa) de um São Paulo sem Josué expulso, que era o motor da equipe ao lado de Mineiro, este que havia levado um “pisão” no tornozelo e mancava em campo. Para piorar, presenciávamos uma das maiores falhas e acidentes que já acontecera com nosso capitão. Ceni entregava a bola nos pés de Fernandão, do Internacional, em gol que marcaria aquela derrota e desilusão. O herói do Tri, agora um dos maiores responsáveis (diretos) pela derrota do que teria sido o Tetra. Infelicidades ímpares. Dois jogos, mas não conseguimos mudar a história e perdemos para aqueles que, após 6 meses, se sagrariam campeões do mundo pela primeira vez em sua história.

Descrente, o São Paulo iniciava seus passos no nacional. Ainda tristes estávamos pela derrota sofrida, na qual o Tricolor caiu em pé e de cabeça erguida na final da Libertadores. Eis que, após uma brilhante campanha no torneio, mesmo perdendo peças importantes (desde o início do ano), como Cicinho e Lugano, o futebol do São Paulo convencia e vencia, pela quarta vez, sob o comando de Muricy Ramalho, o Campeonato Brasileiro. Indiscutivelmente, com duas rodadas de antecedência, em empate com o Atlético Paranaense, pela primeira vez, comemoramos um Brasileiro em casa! O Morumbi revivia e as cores vermelha, branca e preta dominavam o Brasil. Tivemos de aguardar o desfecho no placar do jogo do Internacional que, diferentemente do SPFC em 2005, mesmo priorizando a Libertadores-06 e o Mundial de dezembro da FIFA, estavam no páreo e não deixaram de ir em busca de mais essa taça. 15 anos ficavam para trás e a derrota sempre amarga em nossa garganta para o Inter já não doía mais, ao menos, não tanto.

Em 2007, sofremos baques parecidos, diante do São Caetano (outrora comandado por Muricy) no estadual e do Grêmio (ex-rival do treinador são-paulino) no continental. Derrotas duras, mas que mostraram que o elenco estava mais enxuto e que não tinha mais diversas peças importantes das temporadas anteriores. Perdemos Danilo para o futebol japonês, Mineiro para o alemão, Ilsinho e Josué. As reposições não vieram à altura e as improvisações tiveram início: “coloca Richarlyson no lugar de Mineiro, depois Hernanes no de Josué, Souza revezando na lateral direita com Leandro ou Alex Silva, os mesmos Souza e Leandro revezando na meia-direita”... Ou seja, uma confusão dos diabos!! E por quê? Já faltava, desde aqueles tempos, um “meia”. Mesmo assim, dentre as acertadas improvisações e graças à imaginação de Muricy atrelada à eficiência e obediência do elenco, o Tricolor alcançou (desta vez com maior folga) a quinta taça do nacional. Mesmo diante das adversidades e da descrença, o São Paulo mostrava as razões de estar, sempre, no topo! Estava em seu devido lugar e de onde não deve sair, nunca! Uma muralha foi construída, ora com André Dias, ora com Breno, ao lado do sempre seguro e confiável Miranda e do grandalhão e habilidoso Alex Silva na zaga. Os improvisados e promovidos à posição de volante, Richarlyson e Hernanes viraram unanimidade e certeza de que formavam com maestria (somados à zaga e ao guerreiro Leandro, que infernizava os adversários fazendo marcação na saída de bola) o melhor sistema defensivo do SPFC nos últimos anos. Lá estava o dedo do treinador, ou não? Um ataque não muito criativo e nem tão eficiente, mas que cumpriu bem seu papel durante o torneio e que, assim, garantiu o sucesso do Tricolor no Brasileirão.

Agora, mais do que nunca, 15 anos foram esquecidos! 15 anos se resumiram, se subtraíram, se apagaram e se tornaram menores do que 2 anos! O que o São Paulo conquistou não foi apenas um bi-campeonato Brasileiro, mas a certeza de que é o “Time da Fé” e que se engrandece perante as dificuldades. Este ano de 2008 também já nos reservou duras quedas e desclassificações, porém devemos ser humildes em reconhecer os méritos dos adversários (Palmeiras campeão Paulista e Fluminense, já, na final da Copa Libertadores da América). Sabemos que nosso time passa dificuldades e encontra diversas carências que dificilmente serão preenchidas rapidamente: elenco curto; não há um meio-campista que cadencie, equilibre, arme, crie, marque, faça gols; ataque sem referência e sem goleador-nato; dentre outros problemas. Talvez possa faltar motivação, talvez esteja faltando breu, brilho e liga, mas o que não pode faltar é apoio. A história comprova (2006 e 2007) que quando há apoio, há vontade, e vontade (atrelada à qualidade) é aquilo que torna uma equipe competitiva. A qualidade está nas mãos da comissão técnica e da diretoria, trazendo reforços. Mas, enquanto houver vontade, devemos estar lá, para dar nosso apoio e, em pé, batermos palmas para o time que nos faz saber – todos os dias – que somos os maiores vencedores deste país. E para finalizar, sermos os maiores vencedores deste país significa sermos os melhores dentre os melhores: “Dentre os Grandes és o Primeiro!”.

Um forte abraço a tod@s!!

São Paulo FC – “O dia em que Tu não existir, eu não quero sorrir, nunca mais!”

* Coluna também publicada no site GDMTRICOLOR.com.br

4.6.08

O Pior Cego É O Que Não Quer Ver

Bem vindos, Irmãos Tricolores! Aqui, vos escrevo novamente, apenas para refletir um pouco sobre nossos mais enfáticos embates e debates que tenho encontrado por aí.


Sejamos francos: até onde pode nossa paixão nos cegar? Por que o fanatismo nos faz esconder os fatos e distorcer as imagens e informações que chegam a nós?

Enquanto torcedores, nós estamos assumindo uma postura de críticos e analistas táticos de futebol, pretensamente como se entendêssemos muito de tudo isso além de colhermos opiniões diversas e filtrarmos aquelas que não nos parecem coerentes e, assim, admitirmos apenas em nosso discurso o que melhor atende a nossas emoções, carências, desejos e preferências. Porém, criamos certezas a partir de resultados e instantes que podem mudar toda uma história (principalmente em se tratando de futebol). Fazemos parte de uma cultura messiânica e delatora, simultaneamente, a qual busca um salvador, o idolatra como um deus e fecha seus olhos em quaisquer falhas cometidas e, em contrapartida, busca um culpado e um alvo específico para justificar as derrotas, deslizes e fatalidades que podem acontecer, especialmente nos esportes (afinal, sempre alguém há de perder para que outro vença).

Não vou citar nomes, desta vez, para apontar quem é ou deixa de ser nosso herói ou vilão, porém quero apenas registrar que nem existem heróis nem vilões no Tricolor, e que todos contribuem para o sucesso e para o fracasso, uns mais, outros menos. Porém fixarmos o pensamento em um alvo em específico é fechar a cabeça e olhar como cavalos, como se tivéssemos as vistas tampadas, em uma única direção. Não ajuda, desestimula a torcida pelo time e encurta o horizonte.

É necessário admitirmos as dificuldades e obstáculos que encontramos no caminho, que não ignoremos os feitos e defeitos de todos os que fazem parte do clube de futebol e que deixemos de lado nossas paixões e preferências na hora de analisar o momento negativo no qual se encontra o São Paulo FC.

Se não houve padrão tático, faltou qualidade ao elenco. Se não houve entrega, faltou sentimento aos indivíduos. Se não houve opções de contratação, faltou preparo e maior organização de bastidores (planejamento). Se não houve estádio cheio (muitas vezes), faltou compreensão e apoio. Se não houve vitória, talvez tenha sido por todas as razões anteriores e, é claro, porque não faltaram adversários à altura.

Um time Campeão se faz de uma somatória de fatores positivos que possam se sobrepor aos fatores negativos e opostos! Infelizmente, não tem sido assim este ano, mas colocar a responsabilidade por tais derrotas (e nas de anos anteriores também) em apenas um indivíduo é cegar-se a si mesmo e por opção. Fatos e elementos não faltam, basta abrir os olhos e enxergar a mais de um palmo do nariz.


PS1.: torço para que todos (sem exceções) encontrem o Caminho certo e reencontrem-se conosco erguendo mais uma das muitas taças que colecionamos!

PS2.: enquanto torcedor, a única coisa que merecemos ver, muito acima das vitórias, títulos e conquistas, é a dedicação e a garra. O resto não nos cabe cobrar.


"O pior cego é o que não quer ver. Tal como o pior surdo é o que não quer ouvir e o pior “mudo” é aquele que, mesmo sem deixar-se ouvir e ver, insiste em falar!!"
(Bruno Muniz - vulgo, Jezus)

















(imagem: Os Três Macacos Sábios)