27.5.08

Um Pouco de Humildade

Sejam bem vindos, novamente, à Bíblia Tricolor! Hoje, quero falar de uma coisa, um princípio básico e essencial para que as relações humanas, sejam em que campo for, dêem certo e prosperem: a humildade. Desejo uma boa leitura e aguardo comentários.

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No futebol, a humildade tem sido, por muitas vezes, ignorada ou até desmerecida. Não damos a devida atenção a ela, pois acreditamos que seja um discurso falseado que pretende ocultar em si uma suposta tática ou até mesmo a prepotência. Mas entendo que não é mera conversa, nem sequer hipocrisia pensarmos por este ângulo, o ângulo da humildade, mesmo que tenhamos um time que acreditamos ser imbatível, e por quê?

Bem, como seres humanos que somos, estamos sujeitos a alterações constantes, desde alterações físicas e biológicas a alterações psíquicas, como humor, confiança e motivação. Somos seres instáveis e incompletos que buscam, a todo o tempo, o aperfeiçoamento, o crescimento, o amadurecimento, a firmeza e a solidez, porém nos deparamos, dia-a-dia, com as dificuldades, obstáculos e com os caminhos alheios. Ou seja, não somos os únicos que buscamos tais aspectos, não estamos sozinhos em nossas estradas. Temos companhias, não devemos ignorá-las e, mais, não devemos menosprezá-las. Quanto menos quando nossos objetivos são os mesmos, porém só podem ser atingidos por um ou outro, o que é o caso dos esportes.

Nós, Tricolores, devemos prestar atenção a um fator que estamos deixando, sempre, de lado: adversários. Por que fazemos isso? Talvez, por termos nos acostumado e, assim, nos acomodado na condição de campeões, de sempre esperar e acreditar que estaremos no topo das listas, dos torneios e campeonatos mais diversos, pois todos os campeonatos que disputamos, usualmente, conseguimos uma boa ou, ao menos, considerável classificação. Mas não é sempre assim e não foi sempre assim que as coisas aconteceram, pelo contrário.

Se voltarmos no tempo e relembrarmos apenas alguns dos nossos mais importantes títulos, veremos facilmente o quão difícil foi atingir o topo do Podium! Lembremos que na final da “Libertadores da América” de 1992, só conquistamos o continente após uma sofrida vitória nos pênaltis, com uma defesa de nosso arqueiro, Zetti. Ou então, que o caminho até a final da Libertadores de 1993 também não foi tão simples como parece e que, além do mais, entramos no decorrer da competição, já na fase de oitavas-de-final, sem termos disputado a primeira-fase.

Pensar em tais conquistas nos remete às conquistas dos Mundiais de Clubes de 1992 e 1993, também! Sendo que, no primeiro jogo (92), saímos perdendo por 1 x 0, com belíssimo gol em chute preciso e mortal (do meio da rua) do, então camisa 10, Hristo Stoitchkov do FC Barcelona (que vivia o auge de seus tempos, com o escrete que é considerado o melhor de todos os tempos, até hoje). Precisamos de muita calma, toque de bola e humildade para mostrar que não éramos meros coadjuvantes na partida até conquistarmos o mundo pela primeiríssima vez, graças a um gol de barriga (ou peito) de Raí após bela jogada de Müller, e de um golaço em falta batida por Raí! Bela cobrança, por sinal, que passou por cima da barreira espanhola e foi direto ao ângulo direito de Andoni Zubizarreta, que apenas assistiu à trajetória da bola sem nada poder fazer. Em 1993, a história foi mais dramática ainda, pois contra a grande equipe de Milão, o AC Milan, saímos na frente com Palhinha; tomamos o empate; voltamos à frente em gol de Toninho Cerezo (“o mestre”, como o chamavam os companheiros de equipe) após jogada de Leonardo pela esquerda; levamos o segundo gol; e, por fim, Müller (eterno camisa 7 tricolor) conseguiu um gol “espírita” que nos alçou ao Bi-Campeonato Mundial. Um jogo truncado, de muito toque de bola, no qual o São Paulo, mesmo sendo atual campeão do torneio, era considerado um “azarão” e nem um pouco favorito, ainda mais sem Raí, que partira para a França após o Bi da Libertadores.

O mesmo pode-se pensar sobre a Libertadores e, principalmente, o Tri-Mundial de Clubes de 2005. Com uma postura de humildade e determinação, vimos o Tricolor mais Querido do Mundo chegar firme em uma campanha brilhante, quase invicta na Libertadores (apenas 1 derrota, contra o Tigres, fora de casa), conquistar o caneco e voltar para o Japão 12 anos depois do “bi”. Novamente, de azarões e presa fácil para o Poderoso Liverpool (os Reds), repetimos a façanha pela terceira vez, a custo de muita luta, dedicação, humildade e, por que não, um bocado de sorte! Sorte, pois contamos com um trio de arbitragem perfeito, que teve peito em 3 lances chaves para invalidar as jogadas que resultaram em gols da equipe inglesa (lances que, aqui no Brasil, teriam sido validados, com certeza, pelo menos 1 vez).

É bem verdade que possuímos um elenco forte, apesar de enxuto, neste ano de 2008, mas também é bem verdade que muitos reforços que chegaram não renderam o esperado, e isso não é falha de planejamento. Por outro lado, é fato que a diretoria do Tricolor Paulista não investiu pesado em contratações e, a única que teve peso de ouro, mas não para os cofres do Tricolor, foi a vinda de Adriano. Desde o ano passado (janeiro) o São Paulo sofre pela falta de um meia-armador (como era Danilo), que cadencie o jogo, prenda a bola, toque precisamente e, sempre que necessário, apareça na frente para arrematar a jogada em gol. Não precisamos do clássico “camisa 10”, como foi o Rei Raí (é claro que gostaríamos, mas não precisamos de tudo isso). Precisamos apenas de um jogador com características semelhantes a do, antes detonado, agora desejado Danilo.

Mas devemos admitir, não só a demora na contratação, por falha da diretoria e, até certo ponto, dificuldade no mercado de encontrar jogadores com tais características e personalidade (Danilo também tem isso), mas também reconhecermos tais falhas como limitações que se impõe à vida de nosso técnico, Muricy Ramalho, ora e outra, venerado ou ferozmente criticado. Outra limitação que se apresentou ao longo do ano para nosso treinador foi o baixo número de jogadores disponíveis, tendo que atuar com um time diferente a cada rodada do Paulistão e, até certo ponto, da Libertadores. Suspensões, contusões, pequeno elenco: tudo contribuindo negativamente na organização de um time, de um padrão-tático a ser atingido. Sem querer chover no molhado, o esquema tático do São Paulo se baseou de janeiro até abril, em bolas alçadas de Jorge Wagner para Adriano colocar na rede, pois não tínhamos jogadores aptos a desempenharem futebol mais criativo e, quando um jogador assim se reergueu (Hugo), era tarde.

Na primeira semi-final do Campeonato Paulista, atuamos em Morumbi “cheio” e apoiando o time do início ao fim, com o time completo. Tanto que o Tricolor anulou perfeitamente os principais jogadores do setor de armação e criação palmeirense (Valdívia e Diego Souza). Na segunda partida, infelizmente, desfalcados, não conseguimos suprir a ausência dos desfalques (Richarlyson e Zé Luís) e pagamos o preço em falha de Rogério Ceni no primeiro (dos 2 gols) do Palmeiras. Além da eficiência de uma equipe que foi montada no início do ano com peças e treinador determinados e focados para esta conquista (diferente do SPFC que priorizaria a Libertadores, apesar de desejar o estadual). Já nas quartas-de-final da Libertadores, fizemos uma partida sensacional no Morumbi que terminou em placar magro de 1 x 0 contra o Fluminense, este que mal conseguiu jogar. O resultado foi até injusto em vista das oportunidades criadas, da falta de sorte do ataque são-paulino e das poucas, mas belas defesas do goleiro carioca. No jogo de volta, alterações táticas da equipe adversária desorganizaram nosso setor de marcação que, com menos de 15 minutos, ficou com saldo negativo no placar. Após linda jogada de Aloísio, pela esquerda, empatamos, mas em um lapso de atenção, o segundo gol do Fluminense, marcado pelo ex-São-Paulino Dodô, foi o balde de água fria que não poderíamos ter levado. Foi apenas uma questão de tempo e persistência para que o time que apresentou melhor futebol durante a competição até agora e durante esta segunda partida fizesse o terceiro e gol da classificação fluminense. O que mais dói foi “o quando” este gol saiu (46’30 do segundo tempo)!!

Queremos, sim, ganhar sempre! Somos torcedores, não meros desportistas. Porém creio que, se olharmos para nossa própria história (citei apenas alguns poucos momentos, importantes, recentes e nem tanto) podemos ver que não estamos sozinhos. Reconhecer que temos adversários que também focam um objetivo, que quando este objetivo é o mesmo que o nosso, e que estes farão de tudo o que puderem, que existem coisas que estão fora de nosso alcance e que, por isso, nem sempre sairemos vencedores, nos torna mais dignos de sermos campeões. O fato de estarmos acostumados à vitória nos torna vulneráveis e, mesmo que lutemos até o fim, nós, enquanto tricolores, devemos ter a humildade que nem sempre estaremos no pódio e que, infelizmente, beiraremos o caos e a desesperança. O importante é não abrirmos mão de lutar, reconhecendo nossas limitações e a força de nossos adversários.

O São Paulo FC é e será sempre MAIOR, isto ninguém pode nos tirar. Campeões ou não, nascemos com a estrela da vitória, mas não deixemos que o brilho desta estrela ofusque nossa vista e nos impeça de ver, nos outros, o poder da competição. Humildade para bater palmas em nossas vitórias e nas vitórias dos adversários.

Humildade!!

Um forte abraço a todos!


* Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.

Se diz que a humildade é uma virtude humilde, quem se vangloria da sua, mostra simplesmente que lhe falta. É nessa posição que talvez se situe a humilde confissão de Albert Einstein quando reconhece que "por detrás da matéria há algo de inexplicável".

(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Humildade)

22.5.08

Obrigado, São Paulo!!

Foram os 90 minutos mais ilusórios dos últimos 3 anos. Um dos mais sofridos também!! Hoje, um ano depois, me fez lembrar o dia 9 de Maio de 2007, naquela sofrida derrota nas oitavas-de-final de uma Libertadores que acabou mais cedo pra nós, Tricolores Paulistas. Porém, naquele jogo, algo diferente rolava no ar, o clima não era nada agradável e a crença de que o São Paulo levaria pra casa a classificação debaixo de um Olímpico pesado não era tão grande. Eu estava receoso naquele dia e, meu receio, se fez verdade. Mas hoje, ah, hoje foi diferente!

Eu temia um "Déjà vu", mas acreditei desde o primeiro apito do juiz, iniciando a partida, até o momento em que Thiago Neves ajeitou a bola no que seria o último escanteio do Fluminense na partida. Os incompreensíveis 3 minutos de acréscimos se transformaram em 15 minutos incontáveis e extremamente lentos. O lance do gol que definiu nossa eliminação foi em câmera mais lenta ainda e, neste exato instante, vi um mundo desmoronar à frente de meus olhos. Era o adiamento de um sonho que, nós, estamos acostumados a alimentar (pela quinta vez seguida).

O Sonho do Tetra ficou pra 2009 e não há nada o que possamos, meros mortais, fazer. Desejaria agora voltar no tempo e impedir que o Fluminense abrisse o placar com menos de 20 minutos do primeiro tempo. Assim como fazer com que o Joílson não impedisse, pela segunda vez, o contra-ataque do Fluminense segurando o adversário pela camisa. Não que a atitude esteja errada, taticamente, mas porque, quem sabe a jogada não daria em nada e teríamos "onze contra onze" até o fim da partida? Quem dera parar a bola e o tempo e, assim, ajeitar o pé de Rogério Ceni, nosso capitão - que hoje falhou novamente (2006 e nas semi, contra o Palmeiras), para que a bola não passasse por entre suas pernas? Eu queria... eu queria tanto mudar o passado, o passado que, já, é esta Libertadores-2008 para todos os são-paulinos.

Hoje, acreditei, que em dezembro, veria meu time jogar em Tokyo contra um tal de "Cristiano Ronaldo" e, novamente, faríamos de "Carlitos Tevez" nosso freguês. Mas esta crença foi adiada para um outro momento. Acreditei durante os 90 minutos que veria o MEU TRICOLOR comemorando uma vitória suada, pois vi um time guerreiro, que mesmo não tendo exibido seu melhor futebol no ano (igual, ao menos, ao de quarta-feira passada, na vitória sobre o mesmo Fluminense no Morumbi), foi um time que não desistiu, que lutou e, como um gigante, caiu diante do Fluminense (que, diga-se pela justiça, jogou melhor hoje) e não me fez sentir nenhuma vergonha.

Estou orgulhoso, apesar do momento de ser de LUTO, parabenizo a garra deste time que foi forte, se não no futebol, na vontade e disposição pra lutar. Como são-paulino que sou, fico triste, desapontado com a eliminação, novamente, precoce (novamente contra um brasileiro). Mas não desapontado com o São Paulo.

agradeço, ao Tricolor que muitas glórias e alegrias já nos deu!

E, além disto, agradeço também ao gigante Adriano, que lutou demais, fez muitos gols e, infelizmente, o que fez hoje não foi suficiente. Talvez faltou calibrar o pé hoje, mas assim como, com certeza, ele está grato, o Tricolor está por sua passagem neste time amado, O Mais Querido.

A todos os tricolores que visitam este blog, um forte abraço e seguimos em frente, pois, como disse Diego Lugano: "Não tem nada a ver com títulos, não tem nada a ver com vencer um jogo, perder um jogo. Tem muito a ver com identificação, com entrega, com respeito, respeito mútuo e recíproco."

Que o Morumbi esteja belo domingo e que, para sempre, não paremos de cantar:

COMO EU TE AMO, TRICOLOR!
COMO EU TE AMO, DEMAIS!!
NO DIA EM QUE TU NÃO EXISTIR,
EU NÃO QUERO SORRIR NUNCA MAIS!
TRICOLOR, TU ÉS MINHA PAIXÃO
TRICOLOR, TU ÉS MINHA ALEGRIA
TRICOLOR, TU ÉS MEU VIVER
ÔH, TRICOLOR, EU AMO VOCÊ

Agora é Rumo Ao HEXA!!

20.5.08

Duelo de Tricolores

O momento se aproxima e o coração acelera ao imaginar como será a partida. No primeiro encontro de Tricolores em jogos de mata-mata (São Paulo x Grêmio), nosso saudoso São Paulo infelizmente levou a pior. Infelizmente em dobro, pois começamos os duelos em nossa arena, o Morumbi, e obtivemos uma vantagem de apenas 1 gol (SPFC 1x0 Grêmio) e, ao chegar na casa adversária, levamos a pior em placar de 2x0 para os donos da casa. Ou seja, tivemos uma ilusão de que tínhamos uma boa vantagem após a primeira partida e depois, além da eliminação precoce (oitavas-de-final), vimos o Tricolor Paulista ser dominado pelo Gaúcho, acarretando em dois gols do adversário que deram um terrível gosto amargo na boca de qualquer são-paulino.

É bem verdade que a fase era diferente, mas o adversário também era um Tricolor, tal como agora encararemos o Fluminense. Porém, mesmo diante destas adversidades que não significam nada para quem é mais cético e não acredita em superstições ou em tabus, estou confiante na classificação. E por quê? O que me leva a crer que o SPFC tem grandes chances de continuar firme e forte para repetir esta bela cena:

Pois bem, na primeira partida vi um São Paulo que há um bom tempo eu não via em campo. Não apenas pela vitória, que não é tão rara assim, mas por ter visto um futebol mais vistoso. Bonito? Não, longe disso, porém vistoso no sentido de dar gosto de ver. Me fez lembrar do SPFC de 2006 e 2005, se não no aspecto técnico e individual, mas na força coletiva da equipe, principalmente no que concerne à tática adotada pela equipe. Na ocasião, o "professor" Muricy organizou o time com o seguinte escrete: Rogério Ceni, defendendo a meta; os zagueiros, sempre seguros, Miranda e Alex Silva; nas laterais, Jancarlos (ou Jeancarlos?) e o coringa Richarlyson; na meia, os volantes Fábio Santos e Zé Luís cobrindo a saída mais avançada de Hernanes, pela direita, e Hugo, pela esquerda; e no ataque, Dagoberto e Adriano, o Imperador.

Como fatores contra, tínhamos a habilidade do meia Thiago Neves e a perigosa formação de ataque com Dodô (ex-SPFC) e Washington. Como fatores favoráveis, a eficiência de Adriano em encaçapar, a eficiência defensiva de nossos volantes e zagueiros, além da experiência em Libertadores de nosso arqueiro, Rogério Ceni. E graças à obediência tática de nosso elenco para com o que Muricy pediu, vimos um jogo em que o São Paulo não deu chances (na maior parte do tempo) para o arsenal ofensivo do Fluminsense. Com Hugo ajudando muito na marcação, combatendo e auxiliando Dagoberto na armação de jogadas de contra-ataque nas poucas vezes que o SPFC esteve mais recuado na partida. Adriano voltando pra buscar o jogo, sem ser acionado o tempo todo, diferentemente de como o time vinha jogando há alguns meses, apenas na base do lançamento em longa distância ou dos cruzamentos de Jorge Wagner na área. Infelizmente, nosso polivalente e, usualmente, guerreiro Hernanes não esteve em um bom dia, se estivesse, teríamos massacrado mais ainda o Tricolor das Laranjeiras.

De qualquer forma, pudemos contar com a segurança de Richarlyson que arriscou alguns lances de efeito, em bons momentos (e em alguns momentos desnecessários, mas que não comprometeram), e ajudou muito defensivamente, anulando e jogando nas costas do lateral-direito Gabriel (ex-SPFC), além de ter encarnado um espírito necessário de Libertadores, nítido em lance que disputou, duas vezes seguidas em cabeçadas, bolas pelo alto e não hesitou em se arremeçar pra jogar a bola pra fora e depois pedir o apoio da torcida que, diga-se de passagem, infelizmente não costuma aplaudir o jogador. A forte marcação de Fábio Santos em cima do meia Thiago Neves e de Zé Luís, antecipando as bolas que poderiam chegar a Dodô e Washington. Um bom apoio ofensivo por parte de Jancarlos, munindo o meio-de-campo são-paulino e auxiliando a defesa quando necessário.

Sem falar dos pouco exigidos Miranda e Alex Silva, que sempre confiantes e com muita moral, foram à frente também tentar anotar gols pelo SPFC - Miranda bem que anotou, porém em posição irregular, corretamente anulado o gol, que saiu nos minutos iniciais da partida. Rogério Ceni mais assistiu à partida e apenas levou uns dois sustos, mas nada que fizessem com que nosso guarda-metas precisasse brilhar. Diferentemente do goleiro carioca, que teve de fazer difíceis defesas para segurar o ataque do Tricolor Paulista, mas que em um momento único na partida falhou, ao não segurar bola cruzada de Dagoberto (que raramente chuta a gol) e espalmar para dentro da área, na direção que vinha o Imperador Adriano, que não perdoa e enfiou a bola pra dentro das redes.

A entrada de Conca no meio-de-campo fluminense deu mais qualidade de passe e velocidade à equipe carioca, mas nada que fizesse o jogo são-paulino cair de produção. O início da segunda etapa também mostrou que a tática defensiva do São Paulo estava bem afiada e organizada, pois houve um momento da partida em que o Fluminense trocou e tocou bola sem saber o que fazer com ela, resultando, em vários instantes, em laterais para o São Paulo gratuitamente cedidas após passes errados.

Amanhã, o jogo é no Maracanã, palco da recente eliminação do Flamengo para o América-MEX e da clássica derrota tupiniquim para nossos vizinhos uruguaios, na Copa de 50, no episódio que ficou conhecido como o Maracanazo. Nossa vantagem, é certo, é pequena, mas basta marcarmos um gol que complicaremos, de vez, a vida do Tricolor das Laranjeiras. Assim, alcançaremos nossa 9ª semifinal no torneio mais importante das Américas, em nossa 13ª terceira participação. Não é coisa para qualquer equipe e, vale lembrar que, o Fluminense está apenas em sua 3ª participação na Copa Libertadores!

Confio em uma boa apresentação do Mais Querido, e, escrevam: passando pelo Fluminense agora nas semifinais, o SPFC chega, no mínimo, à final, e, lá, sabemos da força do Tricolor Paulista! Das 6 vezes que o SPFC chegou à final, venceu três. E desta vez, acredito, e muito, que vamos pra Tokyo, diferentemente de meus sentimentos em 2007.

Sinceramente, o único time que vejo capaz de tirar o São Paulo desta disputa são nossos outros vizinhos, os argentinos do Boca Juniors, que é outra equipe que, tal como o SPFC, cresce em fases decisivas e tem muita tradição em torneios internacionais.

Eu acredito!! E você?


















(imagem retirada de: Blog do Alvico)

19.5.08

Libertadores: Sentimento Único

Novamente é um prazer imenso escrever-vos sobre o SPFC neste espaço e aguardo, desde já, vossos comentários. Desejo a todos uma boa leitura!

Hoje, vou falar sobre uma coisa que toma conta de todos nós: o sentimento pela "Libertadores da América". Afinal, qual torcedor de que equipe aguarda tão ansiosamente uma simples quarta-feira? Aliás, recentemente uma propaganda publicitária de cerveja divulgava que quartas são dias de "Jeca-Feira" (não vou dar o nome exato, não dou crédito de graça assim)... Pelo amor, que heresia, não?! Quarta-feira é dia de Libertadores, e nada mais!!

Para falar sobre este sentimento, vou me apoiar na minha mais recente experiência vivida no nosso Coliseu, o estádio do Morumbi (Cícero Pompeu de Toledo).

Tenho ido a todos os jogos que posso do SPFC na Libertadores este ano, exceto o terceiro jogo em casa pela primeira fase (é, pra ser são paulino é preciso mais do que paixão... precisamos de um pouco mais de dinheiro), mas sem dúvida a cada jogo que passa a experiência é mais única ainda. Sem mais delongas, infelizmente neste último jogo, SPFC x Fluminense, não pude ficar acompanhado de meus amigos ou familiares que estiveram presentes no nosso grandioso estádio e fui pensando: "com quem irei comemorar? Comentar...". Apesar de a resposta ser mais do que óbvio ("com os outros 60 mil tricolores") senti que me faltaria algo e, eis que, para minha surpresa, assisti ao jogo junto a três figuras diferentes de qualquer outro torcedor que já pude conhecer e presenciei o que é a contaminação de estar em uma arquibancada lotada, em um jogo importante, do Tricolor Paulista e, principalmente, deste em uma Libertadores da América. Tratavam-se de 3 estrangeiros: dois amigos argentinos de Córdoba (província argentina) e um americano maluco de New York (hoje, residente em Seattle, mas que já viveu por 2 anos em SP). Ignácio e Lucas, os argentinos, são dois torcedores do River Plate (Ignácio vestido com o manto sagrado tricolor) que me perguntaram tudo sobre a história do SPFC: nossos ídolos, ex-jogadores, elenco atual e ficaram maravilhados e espantados com a nossa típica homenagem a Telê Santana (eles não sabiam da morte do Mestre). Ao ouvir os gritos me perguntaram: "Telê Santana?" e ao que afirmei, perguntaram se este era nosso técnico ainda, eu disse que não, que já havia falecido, ambos ficaram comovidos, a ponto de reforçarem o coro. Addam, o americano - que também vestia nosso manto sagrado -, se mostrou entendedor de futebol durante a partida, palpitando sobre as jogadas e comentando sobre as cenas que via em campo.

Uma experiência única para mim, mas sem dúvida, mais única para estes três, pois em seus semblantes estava estampada a admiração. Cada grito, cada canto, agitação, movimentação, fogos e bandeiras, a entrada de nossa equipe em campo - tudo era muito observado por eles, que comentavam empolgados com o espetáculo. Ignácio e Lucas estavam impressionados com a imensidão do Morumbi. De acordo com Addam, nos EUA, os jogos de "futebol americano" (football) e também de "futebol inglês" (soccer - nos EUA) também têm casa cheia, assim como estava o Morumbi quarta-feira, porém a maior diferença que existe, de acordo com ele, é o calor, a energia que nossa torcida possui. Foi então que pensei que tudo o que vínhamos falando há algumas semanas atrás sobre a importância da torcida na Libertadores ser imprescindível e imensurável.

De fato, foi engraçado gritar gol junto aos 3, que em momento algum deixaram de apoiar e incentivar, reforçando os coros da torcida são-paulina. E hoje, com certeza, Addam, Ignácio e Lucas se somam à multidão tricolor espalhada pelo globo, graças a nossa relação com a Libertadores. O são-paulino é exigente e ama o que torneio que é o mais cobiçado, e o cobiça mais do que ninguém. Uma certeza é que quando a torcida utiliza todas suas forças para apoiar o time e transmitir este mesmo sentimento à equipe, não há mais quem possa segurar o Tricolor. E é este sentimento que tenho visto crescer no elenco tricolor, transparecido na garra em campo, na raça ao atacar, na força ao defender, na honra que nos faz sentir após cada partida de torcermos pra esta entidade, este clube, esta Nação.

Por fim, se há um time e uma torcida capaz de proporcionar isso tudo, estes são o São Paulo Futebol Clube e toda a torcida Tricolor.

Eu acredito! Seremos Tetra!! Porque o São Paulo ama a Libertadores. Vamos São Paulo!! Vamos ser Campeões!!


Entrada do time Tricolor e a sensacional festa da torcida no Morumbi na partida SPFC 1 x 0 Fluminense válida pelas Quartas-de-Final da Copa Libertadores da América 2008!

Ser São Paulino

Afinal, o que é ser são paulino?!

Talvez seja mais simples definir o que é ser torcedor de qualquer outro “time grande” do estado de São Paulo do que definir o que representa o sentimento de ser Tricolor. Por exemplo, podemos pensar no sentimento de ser um torcedor do Sport Club Corinthians Paulista. Pensemos juntos: é o clube mais antigo do estado, uma agremiação esportiva de imensa tradição entre os trabalhadores da velha cidade de São Paulo em seu momento de maior mobilização popular, de origens italianas, através dos muitos imigrantes que aqui viviam. A história do Corinthians esteve sempre intimamente ligada às massas populares do estado de SP em todas as esferas, desde a esportiva à política. De 1910, em seu surgimento, aos episódios de 1981-82, nos quais jogadores (de certa forma, liderados por Sócrates – irmão de nosso ídolo, Raí) decidiram influir e participar das decisões do clube, em plena Ditadura Militar que aterrorizava o país, dando início ao período da chamada Democracia Corinthiana. De tal forma, o torcedor corinthiano tem, por sua história, a característica da popularidade, da simplicidade e da luta.

Em outro momento, na baixada litorânea, surgia em 1912 o Santos Futebol Clube, com origens muito semelhantes às do SC Corinthians Paulista e que se tornaria o primeiro clube brasileiro a ser Campeão do Mundo. Nos anos 60, foi o Santos o clube mais vitorioso, o mais glorificado e amado, se tornando, portanto, o clube mais conhecido em toda a história do futebol. Tinha como seu principal astro ninguém mais ninguém menos que o “Rei Pelé”, orquestrando uma sinfonia de futebol que contava com Pepe, Clodoaldo, Coutinho, dentre outros. Impossível não render-se à magia santista dos anos de ouro do clube, mesma década em que o Brasil entrava em um regime militar que significaria, por longo período, as sombras do povo brasileiro. Amargou longo período sem grandes conquistas até o surgimento de uma dupla que até hoje é sinônimo de futebol arte e categoria: Diego (Werder Bremen) e Robinho (Real Madrid).

A apenas 4 anos do surgimento do Sport Club Corinthians Paulista, no mesmo ano em que o mundo via o nascimento da Primeira Guerra Mundial, ergue-se uma nova associação esportiva de trabalhadores descendentes de italianos na capital paulista: o Palestra Itália. Um time de origens populares que tinha em suas cores a representação de uma nação estrangeira dentro de solos brasileiros. Um clube de muitas glórias que conheceu, em seu primeiro duelo contra o Corinthians, seu maior rival. O único clube que peitou de frente o Santos de Pelé, dividindo nos anos 60 os torneios conquistados pelo clube da baixada. Em 1942, sob pressões do governo de Getúlio Vargas, que decretara como proibido que clubes e agremiações utilizassem nomes estrangeiros, o nome do clube foi alterado para Sociedade Esportiva Palmeiras, tal qual os conhecemos até hoje. Um dos maiores vencedores do futebol paulista e brasileiro, o Palmeiras conquistou grande parte da população e até hoje é sinônimo de clube revelador, intimamente ligado às raízes italianas, apontadas, muitas vezes, como as alas mais conservadores do pensamento político e social italiano. Talvez por isso, também, a tamanha rivalidade com o Corinthians, que esteve sempre próximo às lutas populares mais de esquerda.

Eis que, apenas 20 anos depois do surgimento deste trio paulista, surgiria um novo clube, resultado de uniões e dissoluções de clubes como a Associação Atlética das Palmeiras, o Tietê e o Clube Atlético Paulistano (clube de Friedenreich, considerado melhor jogador brasileiro do início do século XX), em origens mais elitizadas, o São Paulo da Floresta. Apenas em 1933, assumiu-se como um clube de futebol profissional, após longo período de resistência. Penou, passou dificuldades financeiras, tendo perdido seus patrimônios devido a dívidas adquiridas até sua falência em 1934. Porém não seria seu fim decretado. O São Paulo se reergueria através dos esforços de sócios apaixonados pelo clube e, finalmente, em 16 de dezembro de 1935 viria a se constituir como São Paulo Futebol Clube, fazendo sua primeira partida apenas em 1936. Nos anos 30, foi o clube que encabeçou um “enfrentamento” simbólico ao realizar um desfile em pleno estádio do Pacaembu ostentando a bandeira do estado de São Paulo (importante ressaltar que o governo getulista proibira a ostentação de qualquer símbolo político que não fosse a bandeira nacional). Através de pesquisas, foi constatado que a grande maioria da população do estado de São Paulo simpatizava com o caçula dentre os clubes paulistanos, tornando-o assim “O Mais Querido”. Não foram poucas as dificuldades enfrentadas pelo clube, e sua determinação e força o fizeram tornar-se conhecido como o “Clube da Fé”. Amargou longos anos de fila durante os fins dos anos 50 e início dos anos 70 devido à construção do gigantesco “Coliseu” tricolor, o Cícero Pompeu de Toledo, vulgo “Morumbi” (devido sua localização).

A história do Tricolor Paulista está repleta de feras e grandes nomes do futebol como o “Diamante Negro” (Leônidas da Silva), Bauer, Roberto Dias, Serginho Chulapa, Oscar, Careca, Raí, Zetti, Müller, Toninho Cerezo, Pintado, Palhinha, Leonardo, Denílson, Dodô, Kaká (dentre outros), e os uruguaios Pedro Rocha, Pablo Forlán, Darío Pereyra e Diego Lugano. Foram muitos outros nomes que considero injusto não citar aqui, porém, limitar-me-ei a apenas esta seleção. O Tricolor Paulista, desde seu surgimento, esteve atrelado às camadas mais ricas e burguesas da sociedade paulistana, porém com o passar dos anos e décadas, esta característica foi desfeita e hoje o São Paulo é um dos clubes mais populares do Brasil. Com suas mais importantes conquistas (os Mundiais e os Continentais de 1992-93), o SPFC teve um enorme crescimento de torcedores e, assim, adquiriu imensa identificação com o torneio continental (a Libertadores da América).

A escola futebolística do SPFC tem suas características que lhe fazem peculiar e diferenciada das outras escolas paulistas. O São Paulo tem um histórico de futebol organizado, de estilo totalmente coletivo, sendo um clube que não se diferenciava por estrelas solitárias que fariam toda a diferença em um jogo, mas por possuir um conjunto sólido e solidário. Dono de um futebol elegante e envolvente, principalmente durante os tempos de Pedro Rocha (fim dos anos 70) e de Raí (início dos anos 90) sob o comando do maior de todos os técnicos, o Mestre Telê Santana, o SPFC se constituiu e, assim, formou uma cultura sobre futebol junto de seus apaixonados torcedores.

E eis que chego ao que interessa neste texto: o que é ser Tricolor?!

Após definir, a meu ver, como é o Glorioso Tricolor, acredito que ser são paulino é, antes de tudo, estar acostumado (mal acostumado) ao futebol elegante, bonito e vistoso. É querer sempre a perfeição e saber que esta não está em nossas mãos, mas sempre podemos estar perto dela, como já dizia Telê Santana. Ser tricolor é acreditar que, mesmo diante das mais terríveis adversidades, não iremos desistir das mais duras batalhas. É torcer por um time, um clube, uma nação internacional, intercontinental, mundial. Ser torcedor do São Paulo Futebol Clube é ser privilegiado por um futebol único e, de certa forma, místico. O futebol do Tricolor é diferente do dito “futebol brasileiro”, pois o futebol são paulino não é o futebol de estrelas, mas sim, o futebol de um grupo que vai desde o mais simples faxineiro do clube ao mais renomado jogador; o São Paulo não se faz com apenas um ótimo elenco, mas com toda uma equipe, assim como em um filme. por um espetáculo. O enredo da trajetória são paulina no futebol estadual, nacional, continental e mundial necessita de platéia, pois uma orquestra não tem sentido sem platéia, assim como a platéia clamaSer são paulino é saber que seu time é espetacular pois não é erguido sobre bases fracas para ostentar singulares momentos, mas sim, porque seu time é espetacular por ostentar uma glória eterna e sem limites, sobre uma base simples, porém sempre e muito sólida.

Ser são paulino é ser abençoado pelos deuses do futebol e, assim, acreditar e fazer de sua história, seu maior trunfo para construir novas conquistas, sendo eternamente, O Clube da Fé.

Bem vindos...

Estou criando este novo blog a fim de escrever um pouco sobre uma das minhas maiores paixões: O TRICOLOR!!
Aqui escreverei colunas, críticas, comentários, crônicas e etc, tudo sobre o São Paulo Futebol Clube, a fim de dividir, com vocês, meus pensamentos a respeito deste time amado.
Alguns destes textos poderão ser publicados no website: GDM TRICOLOR - O SÃO PAULO COM BOM HUMOR.
Espero que curtam!!

VAI LÁ, VAI LÁ, VAI LÁ!
VAI LÁ DE CORAÇÃO!
VAMO SP, VAMO SP,
VAMO SER CAMPEÃO!!