19.6.09

Não é um cataclisma, mas…

… seria bom se assim fosse visto!

Enfim, acabou a ansiedade. Engraçado, não fosse trágico: por isso, eis o adjetivo irônico. Foram 90 minutos de sofrimento, sofrimento este, por sinal, sem razão de ser.

Vi, primeiramente, uma desorganização (ou “patifaria”) da PM na entrada do estádio, que nos fez esperar, pelo menos, durante 30 minutos na fila até entrar. Após entrar no estádio, com fé de que sairia de lá, hoje, de peito estufado e o orgulho maior ainda, vi um SPFC muitíssimo mal armado, mal organizado. Até agora, me pergunto: “o que passou na cabeça de Muricy ao escalar o SPFC com 3 zagueiros, sendo um deles o Richarlyson improvisado?”.

Não bastasse a desnecessária defensividade esquemática do time armado por Muricy Ramalho, a insistência em um esquema de jogo com dois atacantes de área (Borges e Washington), inutilizando a possibilidade de jogar com Dagoberto na frente, ou o mesmo na vaga ocupada por Richarlyson, porém jogando como um meia-atacante, ao lado de Marlos, o que daria mais mobilidade e velocidade ao time. Não, não foi assim que Muricy fez.

Após a expulsão de Eduardo Costa que até então, a meu ver, fazia boa partida, o esquema (já falho e equivocado) de Muricy, ruiu de vez! Richarlyson continuou atuando como zagueiro, o que nos manteve com 3 zagueiros (pra quê, se precisávamos ganhar?), ao mesmo tempo que não tínhamos lateral esquerda nem direita, afinal Junior Cesar não fazia nada, não acertava cruzamento algum, e Zé Luis idem, e ambos falhando, e muito, na marcação também! Washington saiu pra entrada de Dagoberto, no segundo tempo, assim como Junior Cesar saiu pra entrada de Hernanes, que pra variar, não jogou bem. Dagoberto até deu velocidade, mas o SPFC joga sempre em muita distância entre seus jogadores, e assim, sua velocidade, tal como a de Marlos, não surtia efeito, visto que não tinha com quem jogar, tabelar e etc. Borges buscou o jogo, mas nas suas tentativas, não conseguia dominar, e nada de finalizar com perigo. Washington, enquanto esteve em campo, foi nulo – não fez absolutamente nada. Muricy, em suas típicas tentativas desesperadas, sacou André Lima do banco e o colocou no jogo, no lugar do nulo Zé Luis. Nada que adiantaria, afinal, o problema não era exatamente o ataque, mas o conjunto todo. Richarlyson ainda fez a proeza de cruzar uma bola, em inversão de lado do campo, e chutou a bola quase no escanteio. Um dos lances mais bizarros da partida. Não bastasse isso, Jean também esteve em uma noite ruim… errou passes que não costuma errar, e, pra variar, quando foi pra frente, só serviu pra gastar energia, pois não serve pra isso, não ainda.

André Dias também foi expulso, mas o zagueiro foi um dos únicos que jogou bem mesmo, tal como Renato Silva, que não foi mal, e Denis, que nada pôde fazer nos gols (o golaço de fora da área e um pênalti).

Em resumo, temos muitos nomes, muitos bons jogadores, mas que, parece-me, que não dão liga mais juntos, ou que não estão se entendendo junto ao técnico Muricy Ramalho. Seja qual for o caso, pra mim, é caso de se reformular o departamento de um modo geral. Muricy é um grande técnico e sempre o defendi. Quem me conhece, sabe! Sou defensor deste em momentos que considero injustos com ele, os quais já citei em outros momentos. Porém, 2008 já foi um ano complicado para ele, sem falar no começo de 2007, especialmente nas eliminações de Paulista e Libertadores. Em 2008, não atribuo a ele os problemas maiores, porém agora em 2009 a situação se torna insuportável. Não é só por resultados que não aparecem ou futebol feio com resultados. Não, é a soma de ambas as coisas. Um péssimo e plasticamente horrível futebol e que nem eficiente tem sido durante estes 6 meses que se seguiram até o momento.

Não acho que Muricy não saiba o que deva ou não fazer, não duvido de suas capacidades. Mas hoje duvido de seu relacionamento com o elenco e, assim, se ele tem a capacidade de lidar com estes problemas que se apresentam e, assim, se tem respaldo dos atletas. Parece-me um casamento desgastado, fracassado dentre glórias e honrarias, porém desgastado e irrecuperável. O torcedor Tricolor deve lhe ser grato por grandes conquistas (Brasileiros-06, 07 e 2008), mas agradecendo-o, despedir-se do mesmo.

Renovação de ares, de ambiente, de profissionais. Parece-me que falta isso ao SPFC, e é isso que imagino ser o ideal. Além, claro, da dispensa de pelo menos alguns atletas. Tem quem esteja no SPFC por passado no clube ou por nome e pompas a que lhe conferiram. No SPFC isso não pode existir e ser admitido como possível.

A diretoria deve apoiar, a princípio, Muricy, como fez nos últimos três anos. Porém, dizer que nada há de mudar nesta postura seria falso. Duvido. Acredito numa reformulação e, hoje, torço pra isso. Fim de ciclo, fim de era, fim. Muito obrigado, foi um prazer, mas já deu. O prazo de validade expirou.

Aos meus amigos que entendem as razões de eu antes ter postura X e hoje ter postura Y, acredito que terão compreensão e discernimento pra “sacar” o que digo. Aos meus amigos que me chamaram de “muricete” e afins, talvez hoje sintam-se orgulhosos de suas afirmações em busca de convencer alguém sobre suas verdades, eu digo: em uma boa parte do que dizem eu não nego e vejo como factíveis, tal como ainda tenho meus argumentos. Mas fato é: hoje espero por mudanças, tal como muitos de nós. E ainda em 2008, se possível! Seja incompetência, “boicote” (como levantou-se uma hipótese em uma roda de discussão que tive com amigos) ou azar, precisamos modificar as coisas. Com humildade em reconhecer os acertos e coragem em admitir os erros.

Bem, é isso!!
Um forte abraço a todos.

ACIMA DE TUDO
NA MAIS DOCE VITÓRIA OU NA MAIS AMARGA DERROTA
EU SOU SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE
ONTEM, HOJE E SEMPRE!

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