7.8.08

Do Céu ao Inferno em 180 minutos

Mais uma vez, após um mal resultado, venho escrever sobre nosso amado Tricolor. É até difícil escrever algo com a cabeça cheia. Vínhamos de um belo, não!, lindo resultado contra o Vasco aqui dentro do Morumbi e a confiança parecia ter encontrado espaço nas três cores do São Paulo FC. Pois é, parecia! Infelizmente, a noite de quarta-feira somada ao Tricolor das Laranjeiras (Fluminense) parece uma combinação muito indigesta pro SPFC.

No último domingo, São Paulo e Vasco duelaram no certame paulistano, dentro do estádio do Tricolor e fizeram uma partida ímpar neste ano. O Tricolor tomou conta do jogo e criou chances e mais chances de gols. Marcou 4 vezes, duas com o estreante André Lima e duas com o capitão e goleiro-artilheiro, Rogério Ceni. Os cruz-maltinos reclamaram de lances irregulares a favor do SPFC e lances não apitados em favor do Vasco. Reclamaram também da situação do atacante André Lima e do zagueiro Rodrigo, recentemente contratados pelo Tricolor e que só poderiam ser inscritos a partir do dia 3 (domingo), mas tiveram inscrição antecipada para atuarem no mesmo dia. Fato é que, fora dos bastidores que agitaram a mídia no pós-jogo, o Tricolor goleou a equipe carioca por 4x0 e não há o que discutir.

Agora, duro foi assistir à partida de hoje diante do Fluminense no Maracanã. A maior parte da torcida era TRICOLOR (assim, maiúsculo, porque pra mim, Tricolor mesmo é só o nosso São Paulo – os outros são apenas times de três cores). Sem dúvida alguma, a pior partida do São Paulo na temporada 2009. Sim, a pior, pois no ano todo não vi o São Paulo tão apático em campo, tão dominado, tão entregue ao adversário.

Foram 45 minutos angustiantes. Ao fim do primeiro tempo, pensei que o jogo seguiria até o final no empate em 0x0 ou que conseguiríamos fazer um golzinho e levar os 3 pontos pro Morumbi. A certeza deste destino parecia se confirmar ao que Hugo marcou o gol que abriu o placar e, mal sabíamos nós são paulinos, seria um dos placares mais ridículos do ano. Sim, uma repetição sem ter o que tirar, apesar de detalhes mínimos, do que houve na eliminação da Libertadores contra o mesmo Fluminense. 3x1 para o time da casa, com direito a três gols de Washington (o “Coração Valente”), uma falha grotesca do sistema defensivo paulista (no gol a queima roupa), outra falha bizarra do maior goleiro da história do São Paulo (Ceni, no terceiro gol do Fluminense) e um pênalti um bocado discutível, cometido pelo fraquíssimo e irregular Éder. Discutível pois, pra mim, foi jogo de corpo, de lado. Mas alguns acham que foi por trás, e não culpo o juiz e nem o atacante do time carioca, porém acho que foi lance normal. Azar o nosso, inocente (pra não dizer burro) o Éder.

Ressucitamos um cadáver...” - disse Milton Cruz, o auxiliar técnico de Muricy.

O jogo que seria uma “mini-revanche” se transformou num jogo lamentavelmente patético e desastroso. Freguesia carimbada! Do tipo que não apenas traumatiza, mas deixa qualquer um perplexo diante da atuação da equipe. Falando nisso, gostaria apenas de deixar breves comentários sobre os jogadores que estiveram em campo hoje:

1) Rogério Ceni: nosso capitão, arqueiro e eterno ídolo Tricolor não foi feliz no terceiro gol do time carioca. Saiu mal e indevidamente do gol, facilitando, assim, o desenrolar da jogada. Confio no futebol desta fera, mas precisa tomar mais atenção!

2) André Dias: fez uma partida irretocável. Pena que a zaga não é composta por 2 ou 3 Andrés. Apesar de não ser um zagueiro que apóia o ataque com freqüência, tem ótima saída de bola e está afiadíssimo no tempo de bola.

3) Rodrigo: o beque que está em sua segunda passagem pelo Tricolor não fez boa partida. Não foi responsável, a meu ver, nos gols que levamos, mas, sem dúvidas, poderia ter afastado a bola no terceiro (e bizarro!) gol.

4) Éder: o que acontece a este sujeito é algo quase que inexplicável, não fosse sua origem. Infelizmente o lateral veio de um time de pouca tradição e parece não ter assimilado ainda ou não ter mesmo futebol pra jogar no SPFC. Tem potencial, mas ainda não joga 1/3 do que deveria em razão de suas características (força, principalmente).

5) Richarlyson: o “coringa” (volante/lateral) não fez boa partida, é verdade, cometendo algumas faltas desnecessárias, recebendo cartão por imprudência (porque aquilo não foi falta – me refiro a um carrinho na lateral esquerda). Mas também está longe de ter sido responsável pela má atuação do setor defensivo Tricolor. Quando foi exigido, esteve lá.

6) Zé Luís: sinceramente, nulo em campo, nem sequer me recordo de ter ouvido o nome dele com exceção de um momento em que eu mesmo o xinguei (rs!) ao ver uma disputa de bola em que o volante não alcançou a bola e cedeu lateral (a bola era nossa).

7) Jorge Wagner: este eu não consigo entender porque está no time. Muitos, inclusive Muricy Ramalho, o elogiam: as estatísticas o apontam como “Rei das Assistências” da equipe. Em contrapartida, o que percebo é um canhoto que não sabe usar o pé direito em nenhuma jogada, não se movimenta bem em campo, comete muitas faltas infantis e, pra controverter a opinião pública e geral, erra muitíssimos passes e lançamentos/cruzamentos. Seus escanteios, se não são fortes demais, são sempre no primeiro pau, em bolas baixas e fechadas (ou seja, pro goleiro). Lamentável e desesperador ver o camisa 7 em campo.

8) Joilson: apesar de estar em boa fase, o meia/volante/lateral direito não apareceu bem no jogo. Esteve escondido na marcação e quando teve a bola nos pés, pouco criou, além de ter sido marcador fraco. Infelizmente, uma partida muito fraca do ex-botafoguense.

9) Hugo: nosso “meia-esquerda” esteve em uma noite pra apagar da memória. Quando o SPFC ainda tinha o controle da partida, estava fazendo uma apresentação razoável. Parecia que seria o nome do jogo ao marcar o primeiro gol da partida, em chute de média distância no canto esquerdo do goleiro Fernando Henrique. Porém, desapareceu do jogo e ainda por cima cochilou com a bola no meio de campo, possibilitando o contra-ataque que originou o terceiro gol, o arremate do jogo. Ao menos uma coisa, além do gol, Hugo fez de positivo: com uma bela “chaleira”, Hugo mostrou a Jorge Wagner como executar um cruzamento, e que cruzamento!

10) Éder Luís: o jogador correu, correu e correu. Me fez lembrar o velho Leandro, hoje no Tokyo Verdy, porém, assim como tal, perdeu chances incríveis de fazer seus gols. Numa bela triangulação entre Zé Luís (outro lance do volante), André Lima e Éder L., o atacante desmoronou ao perder equilíbrio e pentear a bola na hora do chute pro gol. Isolou uma bola em diagonal pro gol e foi só. Quase morreu de tanto correr e, infelizmente, não pôde fazer muito pela equipe, em termos ofensivos.

11) André Lima: além da triangulação acima citada, não apareceu quase no jogo. Não o culpo por isso, mas pela péssima partida do São Paulo. Não haveria o que fazer dentro de suas características.

12) Aloísio: nosso carismático pivô não vem atuando bem há tempos, perdendo chances e chances pra marcar gols, mas hoje não foi este o problema. O atacante entrou pra dar mais densidade ao ataque são paulino e nada pôde fazer, devido ao vácuo no meio-de-campo presente desde a saída de Danilo (em dezembro de 2006), mas relativamente ofuscada em 2007 por diferentes formações encontradas por Muricy. Sem grandes chances de criar algo, o grandalhão não fez diferença. Infelizmente, pra mim, seu tempo parece ser cada vez mais encurtado na equipe.

13) Jean: o jovem volante não teve tempo de fazer muito. Veio pra recompor o meio e pra dar novo gás e movimentação ao time, mas quando entrou, viu a lambança de Hugo e sistema defensivo (Rogério C, Éder e Rodrigo) e apenas acompanhou o time até os últimos segundos de jogo.

14) Muricy Ramalho: buscou alternativas, reorganizou o time pro segundo tempo, perdeu uma peça importantíssima que vem fazendo a diferença nos últimos jogos (Dagoberto), e parece ter sentido o baque dos gols do Fluminense, como um “agora já era”, vendo a apatia da equipe em campo após o empate. Apenas questiono, de Muricy, com relação à permanência de Jorge Wagner no time mesmo há tanto tempo jogando este futebol que vem apresentando. Poderia experimentar mais (e dar seqüência) ao garoto Alex Cazumba na lateral, com o Hugo pelo meio e o Richarlyson de volante. Ou também escalar Aislan na zaga, ao lado de André Dias e do próprio recém contratado Rodrigo. Mas o fato é que não há mágica em planos táticos, pois, no futebol a mágica está apenas em quem está em campo e no coração de cada torcedor. Se os jogadores não sentirem esta mágica, técnico nenhum pode reverter história alguma.

Seguimos em frente, temporariamente, na quarta-colocação do torneio. Mas é melhor o time firmar suas bases o mais urgente possível, pois o segundo turno está quase para começar, falta apenas um jogo (contra o Goiás) e de lá em diante, qualquer pontinho fará muita, mas muita falta mesmo!

Vamos São Paulo, eu te amo!

2 comentários:

Anônimo disse...

Foram 3 gols ridículos.
Espero que seja 'azar', porque um time para ser campeão não pode vacilar como deixamos ocorrer isto ontem.

VAMO SÃO PAULO!!!

Sam disse...

Esta vez, despues de mucho tiempo, no pude ver el partido, ya que estaba en la cancha alentando a San Lorenzo. Una lastima el resultado, esperemos que quede en el pasado y poder hacer un partido como contra vasco, superando ampliamente a rival.

Un saludos amigo sao-paulino